Campanha global de conscientização da saúde, o Dia Mundial do Rim é focado na importância e na diminuição do impacto das doenças renais e dos problemas associados a essas enfermidades. A data é celebrada na segunda quinta-feira de março, que neste ano cai no dia 10. Para o especialista Giorgio Sfredo Bertuzzo, médico nefrologista do Hospital Angelina Caron (HAC), em Campina Grande do Sul, na Grande Curitiba, o principal alerta sobre enfermidades renais envolve os três principais “vilões” crônicos que podem levar uma pessoa, em casos mais severos, a precisar de hemodiálise: hipertensão arterial sistêmica, diabetes e obesidade.
“Esses três fatores podem levar à hemodiálise, com falência renal. Quando se é um paciente diabético de longa data, é recomendado que se procure um clínico geral ou nefrologista, principalmente quando há alterações nos exames de urina, ou função renal abaixo de 60%. Outra alteração como sinal clínico é a perda de proteína pela urina, que aparece em qualquer exame parcial de urina. Se você tem hipertensão, diabetes ou alteração no exame de urina, procure um nefrologista para fazer o tratamento de forma correta e evitar que haja um desfecho desagradável, com a hemodiálise. E não esqueça que essas doenças são crônicas e silenciosas, que evoluem pouco a pouco ao longo dos anos e podem desencadear uma necessidade de transplante renal”, orienta Bertuzzo.
Pressão alta
A hipertensão arterial sistêmica é uma das doenças mais comuns no mundo, mas a grande maioria dos hipertensos desconhece sua condição. “Isso acontece porque as pessoas pensam em doenças com sintomas, mas a hipertensão muitas vezes não tem sintomas aparentes, é assintomática e silenciosa. Só se descobre aferindo a pressão, por isso é importante fazer essa aferição com recorrência.”
A pressão alta é silenciosa e um dos alvos principais são os rins, que tentam compensar o aumento da pressão com mecanismos fisiológicos que, com o tempo, fazem o paciente perder a função renal. “E o paciente também não vai saber disso, ao longo dos meses e anos, com aumento da creatinina no sangue, o principal marcador da função renal. E também pode causar doenças cardiológicas e neurológicas. E infelizmente o desfecho da hipertensão não tratada é levar o paciente para diálise, um procedimento que só terá fim se o paciente tiver um rim transplantado”, explica o nefrologista.
Diabetes
Já a diabetes é o segundo grande “vilão” causador de doenças renais no Brasil, sendo a principal causa pelo mundo. “Ela tem dois tipos, a do tipo 1 costuma ser hereditária, em fase mais jovem, em que o paciente perde a capacidade de produzir insulina, e a do tipo 2, em idade mais avançada, quando o organismo cria resistência à insulina e para a responder a esse estímulo, causando aumento de glicose no sangue. Para descobrir, é preciso fazer exames periódicos, já que também é assintomática. E nos rins, ela causa uma hiperfiltração, filtrando mais do que se deve. Numa comparação simples, é como se andasse num carro sempre de forma acelerada: o carro funciona, mas fica sobrecarregado. E isso é um vilão pois pode levar à falência do rim, assim como a pressão alta. E consequentemente, o tratamento precisa ser feito de maneira inicial para que a doença não evolua.”
Obesidade
E o terceiro grande “vilão” conhecido da doença renal é a obesidade. “Antes não se tinha certeza disso, pois a obesidade costumava trazer outras doenças como a diabetes e a hipertensão. Mas hoje se sabe por estudos e biópsias renais que a obesidade é, de forma independente, um fator de risco para doença renal. E o motivo é muito parecido com a diabetes, com sobrecarga do rim devido ao sobrepeso do organismo, que força o corpo a trabalhar mais. No caso da obesidade, é preciso estimular hábitos de vida mais saudáveis, com menos peso e consequentemente menos fatores de risco”, pontua o médico Giorgio Bertuzzo.
Sobre a Nefrologia do HAC
O serviço de Nefrologia e Hemodiálise do Hospital Angelina Caron tem mais de 20 anos de experiência, com terapias de substituição renal e atendimento ambulatorial. O hospital oferece todas as modalidades de diálise existentes, como hemodiálise, diálise peritoneal contínua, diálise peritoneal automatizada, além do transplante renal. A infraestrutura conta com 43 máquinas de hemodiálise para o atendimento de pacientes ambulatoriais e internados, sendo realizadas mais de 2.400 sessões todos os meses. O diferencial na atenção ao doente renal crônico é que a terapia dialítica do HAC possui atendimento integrado com todas as especialidades, incluindo urgência e emergência. A atenção ao paciente envolve uma equipe multidisciplinar, com médicos nefrologistas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais, para promover qualidade e humanização no cuidado com o doente.