Desde o fim de fevereiro deste ano, a Guerra da Ucrânia vem ocupando espaço nos noticiários e, como em toda guerra, o que mais se vê é destruição e mortes. E mesmo diante de um cenário inóspito, é possível enxergar uma forma de oferecer ajuda, mesmo que à distância.
Usando sua experiência em situações de guerra e no atendimento à população ferida, o médico combatente veterano do Exército dos EUA, ex-policial do Texas e, atualmente, Investigador Federal, Marcelo Bini, coordena o Tourniquets for Ukraine, projeto que faz parte da Tactical Medicine Academy (TMA), uma nonprofit organization (organização sem fins lucrativos) com sede nos Estados Unidos que fornece equipamentos médicos para a linha de frente da Guerra da Ucrânia.
“São equipamentos similares ao que o Exército Americano utiliza em guerras, como torniquetes e bandagens com tecnologia militar, por exemplo. Levantamos fundos por meios financeiros ou diretamente com nossos fornecedores, e a Tactical Medicine Academy (TMA), que oferece modernos protocolos em treinamentos e equipamentos, faz essa ponte de envio pra lá, por meio de contatos nossos na Polônia”, explica.
Marcelo nasceu nos Estados Unidos e com dois anos veio para o Brasil. Ficou por aqui até os 27 anos e depois retornou ao país de origem.
Além dos Estados Unidos, a TMA também está aqui no Brasil (fins lucrativos) e conta com uma loja virtual para a venda desses equipamentos, além de oferecer treinamento a especialistas em saúde e emergência.
Equipamentos para a guerra
Em uma zona de conflito, em um ambiente tático ou quando se está lidando com um atirador ativo, os torniquetes são dispositivos de urgência usados para conter hemorragias de extremidades, como pernas e braços. “O torniquete é a opção adequada para conter hemorragias e auxilia muito na redução da mortalidade. A hemorragia pode matar em questão de minutos, e é a causa número 1 de morte evitável após o ferimento”, lembra Marcelo.
Em guerras modernas, como é o caso da Guerra da Ucrânia, já há o uso do torniquete comercial. Segundo Marcelo, é um item barato para uma realidade de guerra e bem eficaz.
“Quando falamos em guerras modernas, podemos pensar do ano de 2001 para cá. Os torniquetes são bem eficientes e já foram testados diversas vezes em combates reais, em guerras, e em ambientes controlados. Ou seja, ele funciona e cumpre a função de parar a hemorragia, para que a pessoa ferida não venha a óbito”, esclareceu.
Além dos torniquetes, há outras ferramentas importantes, como as cânulas, que ajudam a manter as vias aéreas abertas, e os selos de tórax, que são uma espécie de curativos adesivos desenvolvidos para tratar as feridas abertas por armas de fogo ou objetos cortantes.
“Esses selos possuem uma camada de hidrogel para justamente fechar esse buraco e igualar a pressão, ajudando a prevenir uma condição que a gente chama de pneumotórax hipertensivo, que inclusive pode levar à morte”, explicou o especialista.
Como surgiu o projeto
Quando Marcelo fez a transição do Exército para a Polícia, percebeu que o treinamento de primeiros socorros não mudava muito. A maneira como se socorre um militar em uma guerra é muito similar à maneira que se socorre um policial, por exemplo, ou um civil que é vítima de um ferimento de arma de fogo ou vítima de um bombardeio num ambiente urbano. Logo, as intervenções não podem mudar e os protocolos se mantêm os mesmos.
“A partir de então tive essa ideia, ainda mais por saber que no Brasil muitos policiais ainda morrem quando estão em cenários de maior conflito, como operações em favelas, onde é difícil o acesso para o SAMU, por exemplo. E quando falamos em hemorragia, que é o que mata muito rápido, estamos falando em questão de poucos minutos, de 3 a 5 min, então o policial só tem o equipamento dele e o treinamento a que ele foi submetido para salvar ou salvar o colega que está do lado”, revela Marcelo.
Existem vários instrutores renomados no Brasil inteiro voltado a esse tipo de treinamento específico, como ex-militares e ex-policiais formados no programa Stop the Bleed (Pare o Sangramento), projeto criado pelo DOD (Departamento de Defesa Americano) e American College of Surgeons com o objetivo de proporcionar conhecimento sobre os tipos de hemorragias, quadro clínico hemorrágico e suas consequências e as principais técnicas utilizadas para o controle de hemorragias severas.
“O programa Stop the Bleed é um programa gigantesco nos Estados Unidos de treinamento e capacitação de civis. Então, os civis mesmo são treinados e capacitados para atender o outro. A gente não cria protocolo nem treinamento, a gente está só replicando o que já foi testado e comprovado”, finalizou Marcelo.
Sobre Marcelo Bini
Marcelo Bini é médico combatente veterano do Exército dos Estados Unidos, ex-Policial do Texas, já serviu em conflitos com potencial uso de armas nucleares e atualmente é Investigador Federal dos EUA. Com uma experiência única em Combate e Medicina Tática, é embaixador e instrutor do programa Stop the Bleed, além de especialista técnico.
Marcelo nasceu nos Estados Unidos, mas aos dois anos veio para o Brasil. Ficou por aqui até os 27 anos e depois retornou ao país de origem. É casado e tem um filho.
Ainda neste ano, Marcelo vai lançar uma autobiografia contando histórias do Exército e das polícias, além de falar sobre o estresse pós-traumático, problema muito comum que afeta os veteranos de guerra nos Estados Unidos e os policiais no Brasil.
Sobre Tactical Medicine Academy (TMA)
O Tactical Medicine Academy conta com uma equipe de instrutores cuja missão é salvar vidas. Os treinamentos contam com os mais modernos protocolos em treinamentos e equipamentos, oferecendo soluções que fazem a diferença para aqueles que enfrentam o perigo em prol da sociedade. O TMA oferece certificação internacional e é destinado a especialistas em saúde e emergências.
Mais informações sobre o TMA e os produtos, acesse: https://tacticalmedicine.com.br/pt-br/.
Siga o Instagram – https://www.instagram.com/tacticalmedicineacademy/ – e conheça a loja virtual (clique aqui para acessar).