HOME + Mais Negócios Governança Corporativa garante longevidade das empresas familiares com foco nas próximas gerações

Governança Corporativa garante longevidade das empresas familiares com foco nas próximas gerações

Famílias empresárias brasileiras estão cada vez mais engajadas e em busca de seu propósito social, na busca das melhores formas de contribuir e se preparar para as demandas de sucessão. Hoje, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de responder por mais da metade do PIB, os family businesses empregam 75% da mão de obra brasileira.

A recente pesquisa conduzida pela KPMG no Brasil, mostra que as empresas familiares brasileiras continuam de forma acelerada a desenvolver suas estruturas e práticas de governança corporativa e estão cada vez mais abertas à ideia de buscar executivos do mercado para garantir a qualidade da gestão, dentro do processo de profissionalização.

Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Crédito: Felipe Sousa / divulgação

Para Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério Gestão e Desenvolvimento empresa associada da Fundação Dom Cabral (FDC), além dos desafios que vivenciamos em todos os setores, a pandemia que ainda está vigente, trouxe aos empresários um novo olhar a respeito da gestão. “Para sobreviver ao mercado, as empresas inovaram. No entanto, as de gestão familiar, passaram a se atentar mais a necessidade de manter a longevidade e principalmente a sucessão familiar”, enaltece.

As reflexões, fruto das mudanças de cenários, fizeram que as empresas ampliassem seus percentuais de investimentos em tecnologia e no desenvolvimento de novos produtos e serviços.  Durante os dois últimos anos, muitas sucessões passaram a acontecer de forma abrupta. “Precisamos lidar com a morte prematura de alguns líderes, do risco de afastamento”, relembra Dalton Sardenberg, PhD em governança, e professor da Fundação Dom Cabral (FDC). Mas o que mais assustou, segundo o professor, foi o volume ainda elevado de empresas que ainda não possuíam um processo de sucessão definido no caso da falta do fundador ou da liderança familiar a frente dos negócios.

“O medo da mudança ainda é muito presente na liderança familiar, além da definição do novo sucessor e da preocupação de encontrar um herdeiro com as competências adequadas para dar continuidade ao legado”, enfatiza Clodoaldo. No entanto, é necessário mudar o conceito. “Não precisamos saber se o herdeiro possui a competência para gerir o negócio, mas sim se ele tem a vocação para tal”, explica Sardenberg. Segundo o professor, a vocação pode ser um chamado direto da família. “O importante é, se o sucessor acredita que pode gerir o negócio, a competência virá na sequência”, conclui.

O professor ainda comenta que um ponto de mudança importante no comportamento da gestão familiar é que muitas empresas já admitem a possibilidade de transferir a administração do negócio para profissionais do mercado e não da família. “Hoje já percebemos muitos dos fundadores das empresas buscando o desapego de suas funções, entendendo sobre a necessidade de transformar seu negócio, com o seu sucessor – seja familiar, ou não”, explica.

Dalton Sardenberg Divulgação

Com esse propósito, de orientar os executivos a conhecer melhor o mercado, tomar decisões embasadas em suas empresas e potencializar os seus negócios, a JValério Gestão e Desenvolvimento em parceria com a Fundação Dom Cabral, oferece às empresas familiares, o PDA – Programa de Desenvolvimento de Acionista. “Se as empresas familiares quiserem manter seu legado para as gerações futuras, o momento de agir é agora”, ressalta Sardenberg.

Clodoaldo enfatiza que nem sempre os herdeiros estão voltados à atividade empresarial e realmente não tem interesse em atuar na área empresarial. “O efeito pode afetar os negócios, por isso da necessidade de se planejar a sucessão familiar”, enaltece.

“É de extrema importância que os integrantes de uma empresa familiar se preparem ao longo da vida para o processo sucessório. Não dá para deixar essa questão para o último momento, quando o gestor do negócio está em vias de faltar. Na maioria dos casos, o despreparo é o início do fim da empresa”, conclui Sardenberg.

 

 

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