A queda acentuada dos fios tem sido uma das queixas mais recorrentes na pandemia do Covid 19. Muitos pacientes relatam queda acentuada após se recuperarem da doença, além de questões de fundo emocional ou até genéticas. O problema pode ser desencadeado por diversos fatores e merece uma investigação médica criteriosa por dermatologistas. Mas, com a abordagem precoce e os diversos tratamentos disponíveis em consultório, é possível ajudar os pacientes a enfrentar essa queda da melhor forma possível e estimular o nascimento de novos fios.
O melhor momento de tratar o paciente é quando a queda melhorou, pois os fios se encontram no estágio de crescimento e damos um “empurrãozinho”.
“Nossos fios e couro cabeludo vem sofrendo muito com a pandemia. Mesmo após dois anos de pandemia, a queda de cabelos ainda é muito prevalente e tem sido campeã de reclamações no consultório. E atualmente, com a experiência que temos, existem algumas variáveis que colaboram para essa queda. Como o estresse provocado pela pandemia, o processo inflamatório que ocorre no organismo, a síndrome febril, o somatório de questões como emagrecimento, alterações hormonais, metabólicas e uso de medicamentos. Além disso, muitas pessoas apresentaram uma piora em quadros de dermatite seborreica, com coceira, descamação e feridinhas no couro cabeludo, entre outras queixas dermatológicas. O mecanismo de “defesa” que o folículo encontra é entrar em “repouso”. Traduzindo, os fios entram na fase telógena, que é quando se desprendem dos folículos e caem”, explica Dra. Danielle Aguiar, chefe do Centro de Tratamento Capilar Paula Bellotti, no Rio de Janeiro. (CRM RJ 52.55159-7 / RQE 21519)
Segundo a dermatologista, existe uma enorme variedade de alopecias (androgenética, areata, de tração, fibrosante frontal, entre outras) e de fatores que podem desencadear um processo de queda. Por isso, somente um especialista é capaz de fazer o diagnóstico correto, através da avaliação criteriosa do paciente, de exames laboratoriais, clínicos e de imagem diagnóstica. “O primeiro passo para o sucesso de qualquer tratamento é identificar a origem do problema: se é uma queda passageira, uma queda associada a algum problema infeccioso, inflamatório, genético, hormonal, ou ainda de origem nutricional, emocional ou medicamentosa. São muitas questões a serem investigadas e, por isso, a visão do especialista é tão valiosa e necessária”, ressalta a médica membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. E é de extrema importância não se automedicar.
Dentre os tratamentos, Dra. Danielle gosta de associar os domiciliares com os procedimentos em consultório. “Os lasers de baixa intensidade, os lasers fracionados, o LED e o microagulhamento robótico são muito interessantes e potencializam a ação de ativos importantes para frear a queda. A escolha dessas substâncias também é feita de forma personalizada, já que os circuitos e protocolos são desenvolvidos de acordo com as necessidades de cada paciente. A intradermoterapia e o plasma rico em plaquetas (PRP) também são exemplos de tratamentos de ponta”, conta Dra. Daniele. Para o tratamento domiciliar, a dermatologista cita a importância do uso do momento ideal de começar o Minoxidil. “O ativo é considerado padrão-ouro no tratamento de algumas quedas e deve ser sempre prescrito por dermatologista”, ressalta.
Para completar, Dra. Danielle Aguiar reforça que a expressão “você é o que você come” também vale para os cabelos. “Uma boa alimentação é a base de tudo. A ingestão de vitaminas deve ser adjuvante no tratamento e cabe ao dermatologista avaliar se o paciente tem alguma carência e, quando necessário, prescrevê-las em doses de reposição ou em doses baixas, através dos nutracêuticos. A bola da vez são substancias como o keranat e o óleo de borragem”, conta.
Quanto mais cedo o paciente procurar um dermatologista e iniciar o tratamento, melhor, pois um couro cabeludo livre de inflamações é sinônimo de cabelos também mais saudáveis. Cristiane Boechat