Reflexos da pandemia e da guerra, empresas de Curitiba vivem momento de falta de insumos

 

 

Clínica de vacinação e laboratório já registram déficit de materiais e atrasos em seus serviços

O avanço da vacinação e a queda dos casos de COVID-19 começam a devolver a normalidade do dia a dia da população. Porém, a pandemia impactou o fornecimento e produção de alguns insumos voltados para a saúde. Em Curitiba, a Clínica Vacinne está sem a vacina pneumocócica 23- valente. “Recebemos diariamente um grande volume de ligações atrás do imunizante, principalmente com a chegada do inverno e o aumento de doenças prevenidas pela vacina”, afirma a diretora da Clínica Vacinne, Alessandra Ferreira. A MSD Brasil, responsável pelo fornecimento do imunizante, informa que a interrupção da comercialização é devido ao aumento substancial do uso, em razão da pandemia.

Segundo a diretora da clínica, ainda existe a dificuldade de comprar outras vacinas, como a Herpes Zoster, Varicela e hepatites A e B. “Algumas estão desabastecidas até 2023, sem previsão de data”, alerta.

O LANAC – Laboratório de Análises Clínicas, tem uma parceria com o laboratório Cerba Internacional, na Espanha, para realização de exames mais complexos. O material coletado precisa ser enviado para outro país envolto em gelo seco, que garante que as características e propriedades cheguem intactas no destino. Porém, a guerra entre Rússia e Ucrânia fez com que as empresas de fertilizantes brasileiras, que produziam o gelo seco, voltassem suas forças para a produção de fertilizantes, já que a guerra impacta na importação deste produto. “Estamos com material parado no laboratório por conta da falta desse insumo e sem previsão de normalização da situação”, afirma o diretor do LANAC, Marcos Kozlowski.

As empresas afirmam que não há como prever quando essas cadeias produtivas vão se estabilizar. “Ainda vamos colher por algum tempo os impactos da paralisação da produção, por conta da pandemia e, agora a guerra, mesmo que em outro continente, nos traz novos desafios para normalização”, comenta Kozlowski.