Com nova variante, mais transmissível e agressiva, especialistas alertam para importância do diagnóstico precoce do HIV

Número de testes caiu durante a pandemia; tratamento garante qualidade de vida, mas preconceito contra infectados ainda é grande

Uma nova variante do HIV, detectada na Holanda, trouxe à tona um alerta antigo: a importância de vencer o preconceito e diagnosticar precocemente a doença. Com maior poder de transmissão do que as variantes anteriores, a mutação foi nominada de VB e tem como diferencial a proteína que o vírus utiliza para se replicar, que é quatro vezes maior que as outras já conhecidas. Mesmo com essa nova característica, especialistas afirmam que o maior desafio relacionado à doença ainda está na testagem e adesão ao tratamento.

“Apesar da nova variante ser mais agressiva, com maiores chances de diminuir as células responsáveis pela defesa do corpo, o tratamento é o mesmo e, muitas vezes, se resume a uma pílula ao dia. Nosso maior desafio ainda é a discriminação”, alerta a infectologista do Hospital Marcelino Champagnat, Camila Ahrens.

No Brasil, a cada 15 minutos uma pessoa é infectada pelo HIV. Segundo dados do Ministério da Saúde, 920 mil brasileiros vivem com o vírus no país. A estimativa é que 89% desses infectados estão diagnosticados e 77% fazem tratamento com antirretroviral.

Testagem

A pandemia da covid-19 fez com que o número de testes realizados no país caísse de forma considerável. Em 2020, 680 mil pessoas morreram no mundo por doenças relacionadas à aids. Nos próximos 10 anos, mais 7,7 milhões de mortes devem ser registradas pelo mesmo motivo. A prevenção, com uso da camisinha e de seringas e agulhas descartáveis, é a principal orientação.

Para quem teve comportamento considerado de risco, o ideal é a realização de testes rápidos disponíveis em farmácias e pelo SUS – unidades básicas de saúde, unidades de pronto atendimento e centros de testagem e aconselhamento. Mas o preconceito e a discriminação fazem com que muitas pessoas não busquem a testagem.

“Fazer o teste para detectar o HIV não pode ser um problema. O diagnóstico precoce é essencial para que a infecção não cause problemas mais sérios, porque a demora no início do tratamento reduz a expectativa de vida”, ressalta a infectologista.

Destaque da Semana

Hostinger alerta sobre golpes na Black Friday e dá dicas para compras seguras online

Nos últimos doze meses, mais de 40 milhões de...

Mulheres e pessoas abaixo de 60 anos vivem menos após infarto, mostra estudo

Resultados mostram que esses grupos têm um risco relativo...

Santa Marta comemora véspera de feriado com Jota Junior & Rodrigo

A semana recheada com o feriadão da Proclamação da...

Diabéticos têm até quatro vezes mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares

Entre as condições mais comuns estão infarto, acidente vascular...

Artigos Relacionados

Destaque do Editor

Mais artigos do autor