O setor, impactado pela pandemia, absorve demandas que surgiram com a Covid-19 para se adaptar às necessidades de empreendimentos corporativos e manter ambientes mais seguros contra doenças
No próximo dia 29 de maio, o Paraná completa dois meses após o governo do estado ter retirado a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados. Ainda que a vacinação mantenha os índices de contaminação baixos e o desenvolvimento da doença com sintomas leves, o vírus que causa a Covid-19 (assim como os de outras doenças) continua em circulação. Com isso, a escolha por escritórios e edifícios que favoreçam a ventilação, bem como locais como elevadores e catracas de acesso automatizados são algumas das tendências da construção civil que também podem ser identificadas no Paraná.
Segundo o engenheiro civil Maurício Wildner da Cunha, da Construtora Andrade Ribeiro, após dois anos de emergência sanitária devido à pandemia, algumas características devem ser incorporadas pelo setor em futuros projetos para que se busque trabalhar em ambientes com menor risco de contaminação de doenças.
“A construção civil sempre analisa as demandas da sociedade para entregar serviços adequados ao que a população precisa. Por isso, espaços com maior circulação de ar (mecânica ou natural); áreas de conveniência maiores; locais que favoreçam a iluminação natural; áreas de carga e descarga independentes das que concentram circulação de usuários; e espaço de atendimento ao público mais preservado de contato ou até com atendimento remoto são algumas das melhorias que devem ser previstas de agora em diante”, explica.
Qualidade de vida
Outra característica que será mais valorizada por construtoras são espaços que favoreçam maior contato com a natureza, como áreas verdes incorporadas aos empreendimentos comerciais. Desta forma, segundo o engenheiro civil, “os edifícios corporativos podem oferecer espaços de vivência mais saudáveis, tanto do ponto de vista físico quanto do psicológico e espiritual, algo que tem sido cada vez mais importante desde o início da pandemia”.
Destaque
Em Curitiba, um edifício no bairro Cabral se destaca como exemplo desse tipo de empreendimento comercial no atendimento a essas demandas. O AR3000, localizado na praça São Paulo da Cruz, 50, possui fachadas envelopadas com vidro internamente, com aberturas do tipo Maxim-Ar, que proporcionam melhor ventilação e luminosidade. Além da circulação natural de ar, os conjuntos comerciais do empreendimento, tanto nos andares corporativos quanto nos offices, são dotados de renovação de ar automatizada.
Além disso, os elevadores do edifício possuem espaço amplo, bem como são operados por controle de acesso, sem a necessidade de botoeiras dentro das cabines. Da mesma forma, as catracas de acesso no hall de entrada também são automáticas. “Isso proporciona menor contato das pessoas com superfícies, o que ajuda a evitar a transmissão de doenças”, explica Cunha.
O AR3000 também possui hall de entrada com pé-direito triplo, o que garante, segundo o engenheiro, um ambiente com melhor qualidade do ar. No empreendimento é possível encontrar também um espaço de convenções com terraços abertos ao ar livre, com jardins e área para convivência dos usuários, sem necessidade de aglomerações, característica que também ajuda a diminuir a proliferação de vírus e bactérias. O empreendimento ainda conta com a oferta de um bicicletário, para que os usuários tenham onde guardar seus equipamentos de transporte individual e evitem, dessa forma, utilização de transporte coletivo.
Além da preocupação com a saúde de quem circula pelo local, o empreendimento foi projetado tendo em vista questões ambientais. Prova disso é que o edifício possui a certificação LEED Platinum, da organização norte-americana United States Green Building Council (USGBC) para fomentar práticas sustentáveis de construção. A classificação leva em consideração requisitos como localização e transporte; espaço sustentável; energia e atmosfera; e qualidade ambiental interna. 26