Espaços de meditação passam a fazer parte de ambientes corporativos

Aumento da ansiedade durante a pandemia chamou atenção para foco em saúde mental de colaboradores

O cuidado com a saúde mental entrou no foco das empresas, ainda mais após o período de pandemia, responsável por um aumento de 25% dos casos mundiais de ansiedade e depressão, de acordo com um resumo científico divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março. Espaços de relaxamento e o incentivo a práticas que levem ao relaxamento devem ser cada vez mais frequentes em ambientes corporativos.

A designer Indianara de Barros iniciou práticas de meditação oferecidas pela empresa onde trabalha, o Grupo Marista, e sentiu melhoria no bem-estar. “As práticas me ajudam a ficar no presente, nem no passado, nem no futuro. Com a mente calma, melhoramos nosso julgamento, a tomada de decisão e a percepção da nossa realidade”, conta Indianara. Esse é um dos projetos de saúde mental que integra a estratégia social de sustentabilidade corporativa do Grupo Marista.

Indianara praticou “meditação cristã” no ano passado, um dos três estilos oferecidos pelo Observatório de Educação para a Interioridade, programa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) que promove, desde 2018, experiências para o cultivo da espiritualidade. Além dessa modalidade, neste ano o projeto ofereceu exercícios de respiração e concentração, e exercícios de atenção plena, com técnicas do mindfulness.

Impacto individual e no entorno

De acordo com um dos facilitadores das práticas, Valcir Moraes, o programa reflete em toda a comunidade. “Além das consequências individuais, o objetivo do programa é promover um momento de cuidado com o autoconhecimento, em uma prática que também ajuda no bem-estar em ambientes corporativos. Nosso objetivo primário não é terapêutico, e sim de cultivo da espiritualidade, mas percebemos benefícios no controle de sintomas de ansiedade, depressão, manejo do estresse”, explica Moraes.

Ele diz que, apesar de a meditação ser uma atividade milenar, cada vez mais está sendo procurada pelas pessoas e empresas. “Os praticantes relatam que passam a prestar mais atenção em si mesmos, nas suas emoções, sentimentos, começaram a criar momentos de pausas.”.

Prática que virou pesquisa

A estudante do 5.º período de Medicina da PUCPR, Luna Murillo, começou como praticante de meditação no ano passado e agora desenvolve uma pesquisa de iniciação científica com os praticantes. “A meditação pode ser feita em qualquer lugar e isso facilita muito para quem não tem muito tempo, pois há práticas que duram 5 minutos. Dentre os participantes, os relatos são de que utilizar a meditação, a religião e a fé ajuda a passar melhor por momentos ruins, gerando uma resiliência espiritual. E isso ajuda muito nos estudos e no trabalho”, conta Luna.

As turmas foram abertas de maneira presencial para estudantes da universidade e on-line para colaboradores e comunidade, com 200 vagas remotas e 30 presenciais, preservando o distanciamento entre os praticantes.

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