Profissional atua na reabilitação de funções essenciais como a deglutição, mastigação e respiração
A Campanha Julho Verde visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção do câncer de cabeça e pescoço. Promovida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), a campanha teve seu início no Brasil em 2016. Durante esse mês, várias organizações e profissionais atuam conjuntamente para conscientizar a sociedade sobre a ocorrência de câncer de cabeça e pescoço.
Atuar preventivamente é um grande desafio, pois no Brasil a tendência é de se procurar ajuda quando a doença já está em estágios avançados.
Promover a saúde e chamar a atenção da população para a importância de prevenção e diagnóstico precoce é, portanto, o foco. Além de reduzir a pressão sobre o sistema, permite que haja um direcionamento adequado das prioridades e a implementação de políticas eficazes por parte das autoridades públicas de saúde. Além, é claro, de quando diagnosticado precocemente, possibilitar tratamentos menos agressivos e com sequelas de pouco impacto na qualidade de vida.
Mas do que exatamente estamos falando?
Os tumores de cabeça e pescoço, são tumores que acometem as regiões do nariz, lábios, língua, mandíbula, maxila, palato duro e mole, nasofaringe, orofaringe, hipofaringe, laringe, epiglote, tireoide, glândulas salivares e mucosa oral. Neste ano devem representar 7,9% entre todos os novos casos estimados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ou seja, de cada 100 casos diagnosticados como câncer, aproximadamente 8 são de cabeça e pescoço.
O tabagismo é o principal fator de risco para os cânceres de garganta (6.470 novos casos para câncer de laringe em homens e 1.180 em mulheres) e a principal causa de morte evitável no mundo.
O uso do narguilé e cigarros eletrônicos além de aumentarem o número de casos para câncer de boca e pulmão, expõe os usuários por efeito do compartilhamento, ao risco de contaminação e transmissão de várias doenças infectocontagiosas, entre elas, a COVID-19.
Outro vilão é o Papilomavírus (HPV). O HPV tem significativa parcela de contribuição para o aumento na incidência de câncer. Uma das formas de contágio é através da prática do sexo oral sem uso de preservativos. Pessoas com múltiplos parceiros sexuais assumem maiores risco de adquirirem HPV. A medida mais eficaz para a prevenção contra a infeção é a vacina, distribuída gratuitamente pelo sistema único de saúde.
Outros fatores de risco como etilismo, obesidade, estresse, bebidas muito quentes e exposição excessiva ao sol também podem ser responsáveis pelo aparecimento de câncer de cabeça e pescoço.
O que acontece quando há o diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço?
O objetivo do tratamento para esses tumores, é curar a doença, seja com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, mas a equipe multidisciplinar tem a preocupação de preservar as funções das áreas afetadas e ajudar o paciente a retornar as atividades normais o mais rápido possível.
A reabilitação é parte muito importante de todo o processo. A base da estratégia para reabilitar o paciente dependerá da extensão da doença e do tipo de tratamento realizado. O programa pode incluir fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, dentistas e enfermeiros.
Os pacientes podem desenvolver dificuldades de fala, deglutição, voz e perda de peso. A fonoaudiologia se ocupa destas ocorrências e inicia o tratamento, com acompanhamento e planejamento terapêutico individualizado.
“Através da fonoterapia, podemos evitar complicações ao paciente oncológico, isso porque, uma das preocupações desse período de tratamento é evitar que ele faça uma broncoaspiração que pode agravar seu quadro com uma pneumonia”, explica a fonoaudióloga Camila Ferreira Molento, do Conselho Regional de Fonoaudiologia (CREFONO 3), especialista em reabilitação oncológica.
O câncer não espera. Postergar a procura por especialistas pode levar a diagnóstico tardio e diminuir as chances de cura. E isso é mais comum do que se imagina: ocorre em 60% dos casos, deixando sequelas limitantes no paciente.
SOBRE O CREFONO3
O Conselho Regional de Fonoaudiologia – 3ª Região (CREFONO3), atuante no Paraná e em Santa Catarina, constitui, em conjunto com o Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), uma autarquia federal. É responsável por zelar pelo cumprimento das leis, normas e atos que norteiam o exercício da fonoaudiologia, a fim de proteger a integridade moral da profissão, dos profissionais e dos usuários diretos.
Ao zelar pelo exercício regular da profissão, o CREFONO3 protege o fonoaudiólogo daqueles que exercem inadequadamente ou ilegalmente a profissão, além de proporcionar melhores condições para que a população tenha um atendimento adequado ao consultar o profissional.