As arquitetas Paula Passos e Danielle Dantas falam sobre as peças complementares e indicam sugestões para acertar na decoração
As portas e os rodapés representam uma dupla imbatível em qualquer projeto, pois alteram completamente a decoração e a atmosfera dos ambientes. Com papéis fundamentais, as portas são consideradas verdadeiros “cartões de visita” do lar, enquanto os rodapés são comparados à moldura de um quadro. O fato é que ambos contribuem para que os espaços fiquem mais harmônicos e, ainda, têm função protetora para a casa e seus moradores. Hoje, as arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, do escritório Dantas & Passos Arquitetura aproveitam para explicar melhor a importância desses elementos e porque devem ser pensados logo no início de reforma. Confira!
Boas-vindas no décor
Portas – são essenciais e queridinhas em um projeto de arquitetura! Proporcionam privacidade e segurança aos moradores, ventilam e iluminam o local, além de permitirem a passagem e circulação entre os ambientes. Por isso, exigem atenção, bom planejamento e dimensionamento correto. São consideradas os cartões de visita de casas ou apartamentos, pois representam o primeiro contato com os convidados, podendo até mesmo ganhar o protagonismo. A escolha adequada do modelo irá refletir nos ambientes, que poderão ser modernos, coloniais, clássicos, limpos, contemporâneos, divertidos, aconchegantes, discretos, industriais etc.
“Podemos usar as portas como elementos de destaque com materiais diferenciados, com cores ou, podemos mimetizá-las para que fiquem discretamente inseridas em painéis que somem no conjunto geral da obra”, conta Danielle.
“São tantas as opções! Há modelos de portas de abrir com batentes convencionais; com uma ou duas folhas; conjuntos de portas de correr com diversas folhas; portas pantográficas para fechar grandes vãos; pivotantes, entre outras” diz Paula.
Rodapés – Todas as paredes precisam de um acabamento funcional, assim como de um detalhe estético que contribua para o projeto. Dessa forma, os rodapés auxiliam, no intuito de camuflar possíveis imperfeições decorrentes das junções entre paredes e pisos, além de evitarem infiltrações e o acúmulo de sujeira.
“O recurso é importantíssimo para evitar as imperfeições que podem aparecer com colisões. Quem nunca bateu uma vassoura, ou mesmo um móvel no canto da parede? Assim, o rodapé reúne o útil ao agradável quando protege e adorna. Podemos lançar mão de diversos materiais, cores e estampas para decorá-los”, revela Paula.
Como escolher?
Portas – precisam fazer parte do conjunto geral do projeto. Suas alturas devem ser estudadas de acordo com a proporção de cada ambiente, além das percepções desejadas o espaço. “Os modelos mais altos promovem uma sensação de amplitude; portas com vidro permitem a entrada de mais luminosidade; portas de madeira natural trazem mais aconchego e um ar mais rústico”, ressalta Dani.
Entre os materiais mais comuns estão: madeira, mdf, alumínio, vidro e aço. Ainda podem receber acabamentos como pinturas coloridas, revestimentos em couro ou tecidos. É importante observar as características específicas de cada material e onde serão usados, como exemplo, as portas externas que ficam expostas às intempéries. “Ferragens, fechaduras e puxadores também são itens importantes nos conjuntos de portas. Podem parecer meros detalhes, mas fazem toda a diferença”, alertam.
Rodapés – A escolha do melhor rodapé pode variar. Para a definição, há a necessidade de conhecer os tipos existentes no mercado. Além da predileção por usar o mesmo revestimento do piso, outras sugestões consistentes são o PVC, poliestireno ou o MDF. Também existem materiais que oferecem soluções específicas para cada cliente, como os rodapés mais modernos com perfis de luz.
“O rodapé 444 é um dos mais utilizados. Clássico, sua linha é composta por produtos como guarnições, rodameios, rodatetos, entre outros, que são ecológicos e sustentáveis. Já os rodapés metálicos são utilizados para trazer luz em um cômodo específico, além de muito resistentes”, dizem.
Segundo as arquitetas, não existe uma altura correta para rodapés! Mas, como parâmetro, elas atribuem uma altura média entre 15 e 20 cm para o rodapé, no entanto tudo vai depender de cada projeto. “Um rodapé mais baixo permite que a atenção seja mais voltada para o piso, enquanto sua aplicação em uma altura mais elevada, faz com que o rodapé acabe se destacando mais”, contam.
Cores
Portas – a escolha adequada das cores e materiais da porta irá refletir nos ambientes, além de imprimir personalidade ao projeto. Tudo depende do conceito geral e da forma que as portas serão usadas e inseridas no contexto. “Podemos ter parede, rodapé e o conjunto todo pintado na mesma cor para um efeito mimetizado. Outra ideia é ter paredes e rodapés brancos, em um ambiente neutro, mas colocar uma porta pintada de uma cor forte diferenciada para dar destaque”, aconselham.
Rodapés – podem receber cores diversas. Em linhas gerais, é mais comum ver rodapés brancos ou em tons neutros, todavia, não é uma regra. O primordial é criar harmonia com os tons das portas e das guarnições.
Pintura
Na hora de pintar as portas e rodapés, todos pensam em um acabamento impecável. Por isso, as profissionais trazem alguns conselhos: “A fita crepe é uma grande aliada nessa missão! É indicado utilizar um rolo com boa aderência e capaz de cobrir bem a parte próxima à pintura. Também é recomendado passar uma régua por cima da fita na hora da colagem, com isso será evitado o surgimento de fissuras”, contam. Outra dica para a tinta não entrar embaixo é: “Passar uma pequena quantidade de massa corrida com os dedos nas pontas da fita, espere secar e então comece a pintar”.
Para a pintura, há tintas esmalte à base de água (que secam mais rápido e não têm cheiro forte) ou à base de óleo (que possuem solventes, demoram mais para secar e têm cheiro mais forte). No entanto, ambas as tintas precisam da base seladora. Graças à tecnologia atual, os rodapés brancos não amarelam mais com o tempo, como acontecia normalmente com as tintas antigas.
“Lembrando que os acabamentos podem ser foscos, acetinados ou brilhantes e, devem acompanhar o conceito do projeto”, finalizam.