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Problemas funcionais no assoalho pélvico são invisíveis nos exames de imagem

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 Apesar de importantes para identificar doenças do paciente, exames de imagem não conseguem identificar disfunções da região

Apesar de importantes, exames de imagem são ineficientes em casos de dores na região pélvica | Foto da internet

Imagina começar a sentir uma dor na região pélvica sem explicação aparente. Ir ao médico, realizar diversos exames e não receber diagnóstico preciso e ouvir que a cirurgia é a única solução aparente para o seu problema?

Essa foi a realidade que uma ponta-grossense, mãe de três filhos, Daniele Ivachuk passou a viver após o terceiro parto, há cerca de dois anos. “Já havia feito muitos exames e meu ginecologista não encontrava o motivo da minha dor, queria retirar meu útero e erguer minha bexiga”, comenta.

Apesar de não identificar o problema de Daniela no exame, Drª Priscila Martins Calil, especialista em fisioterapia pélvica, enfatiza a importância deles: “eles são extremamente importantes para fazermos diagnósticos diferenciais em nosso paciente, então realmente a solicitação dos exames tem a finalidade de saber se a queixa do paciente é orgânica (doença) ou não, e quanto mais completo for o exame, melhor será para o paciente”, comenta.

Entretanto, ela ressalta que problemas funcionais são invisíveis nos exames de imagem. “Problemas que acontecem na funcionalidade do organismo, como enfraquecimento, incoordenação motora, falta de resistência da musculatura do assoalho pélvico, não são bem diagnosticados pelo profissional de saúde, por isso é preciso aprimorar conhecimento para oferecer o melhor tratamento ao paciente”, salienta.

E a falta de diagnóstico é comum nestes casos, por se tratar de uma musculatura disfuncional. “No meu dia a dia é comum aparecerem pessoas com tratamento indicado a cirurgia e quando o médico prescreve isso é porque é algo necessário a ser realizado neste tipo de intervenção”, comenta Drª Priscila Martins Calil, responsável pelo tratamento de Daniele.

Drª Priscila Martins Calil é especialista na área | Foto divulgação

Priscila ressalta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda tratamento de maneira cinético funcional com o fisioterapeuta pélvico ou uroginecológico antes de qualquer intervenção cirúrgica na paciente, rotina que até hoje não é vista nos centros de saúde do Brasil.

Entre os principais sintomas de uma região pélvica disfuncional estão dores na região, incluindo abdômen, ardência vulvo-vaginal e dor no ato sexual, escape urinário, ejaculação precoce, disfunção erétil, dificuldade para chegar ao orgasmo, constipação intestinal e perda de gazes ou fezes.

Pessoas com esses sintomas podem procurar atendimento imediato com um fisioterapeuta pélvico, profissional de primeiro contato que pode diagnosticar o problema e iniciar o tratamento.

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