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Com alta demanda, imóveis para locação ficam disponíveis por pouco tempo em Curitiba

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Em agosto de 2022, quitinetes, por exemplo, levaram menos de um mês, em média, para serem locadas, segundo dados do Inpespar

O mercado de locação de imóveis segue registrando bons número em Curitiba em 2022, apontou o estudo mais recente do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), integrante do sistema Secovi-PR, sobre o setor na cidade. Em agosto, índice de Locação Sobre Oferta (LSO) referente a imóveis residenciais foi de 28,8%, mantendo o patamar elevado dos meses anteriores – a média de janeiro a agosto é de 27,1%.

“Vivemos um momento excepcional no setor de aluguéis na capital paranaense, impulsionado, especialmente, pela retomada da economia. Em comparação com o mesmo mês do ano passado, o LSO residencial de agosto de 2022 cresceu 9,7 pontos percentuais [p.p.], pois passou de 19,1% para 28,8%. Já quando se observa o LSO comercial de agosto de 2020, 5,3% vê-se que o indicador deste ano foi 2,9 p.p. maior”, explica Luciano Tomazini, presidente do Inpespar e vice-presidente de Economia e Estatística do Secovi-PR.

A alta demanda reflete no tempo que os imóveis residenciais ficam disponíveis no mercado. O Índice de Velocidade de Locação (IVL) de apartamentos com dois dormitórios foi de 46 dias em agosto. No mesmo mês do ano passado, era de 57 dias. A média do ano para o IVL desse tipo de imóvel está em 62 dias. Em 2021, era de 66, enquanto em 2018 ficou em 116 dias.

Para as quitinetes, a locação é ainda mais rápida: o IVL foi de 27 dias no mês passado. Já a média de janeiro a agosto de 2022 é de 37 dias. Em anos anteriores, o IVL das quitinetes chegou a 153 dias, caso da média de 2018, de acordo com o Inpespar.

E se em agosto de 2020 as residências em condomínio fechado levavam, em média, 153 dias para serem alugadas, agora elas são locadas em 51 dias. A média referente aos primeiros oito meses do ano está em 54 dias. Em 2018, o IVL das casas em condomínio apontava para 140 dias, enquanto em 2019 baixou para 118, chegando a 115 dias em 2020 e 59 dias em 2021, o que demonstra que o interesse por essa modalidade de imóvel cresceu com o passar dos anos.

“Esse cenário acaba impulsionando a aquisição de imóveis como investimento, para serem disponibilizados para locação, vez que os aluguéis garantem uma boa renda extra. Importante ressaltar que imóveis bonitos e funcionais, prontos para a mudança, que demandem pouco ou nenhum ajuste pelos locatários, são alugados mais rapidamente. Por isso, fundamental que os proprietários mantenham os espaços em boas condições”, afirma Marilia Gonzaga, vice-presidente de Locação do Secovi-PR.

O Centro foi o bairro mais procurado para a locação de imóveis residenciais em agosto de 2022, respondendo por 18,3% das negociações. Destaque também para as regiões do Água Verde (7,6%) e Portão (5,1%).

Baixa inadimplência – A baixa inadimplência por parte dos inquilinos é outro indicativo do bom momento, com patamar próximo de zero. O atraso no pagamento acima de 30 dias em agosto de 2022, na cidade de Curitiba, foi de 0,8%. Em agosto de 2021, o índice era de 1,4%, enquanto no ano anterior chegou a 2%.

“Trata-se de uma consequência não apenas do melhor momento econômico pelo qual o país passa, mas do ótimo trabalho realizado pelas imobiliárias da capital no processo de cadastramento de inquilinos, no contato ativo com os clientes e na conciliação entre locatários e locadores”, comenta o presidente do Inpespar, Luciano Tomazini.

Desocupação residencial – Quanto à desocupação de imóveis residenciais, inquilinos que responderam a levantamento do Inpespar sobre o tema apontaram como principais motivos:  localização do imóvel (23,3%), mudança de cidade (19%), negócios que não vão bem (13,9%) e aquisição da casa própria (9,7%). Observa-se, portanto, que grande parte das respostas não têm relação direta com perda de renda, reforçando o bom cenário.

Locação comercial – Mas não é apenas a demanda por imóveis residenciais para locação que se mantém elevada em Curitiba. O índice de Locação Sobre Oferta (LSO) de unidades para fins comerciais em agosto foi de 8,2%, apenas 0,7 ponto percentual (p.p.) abaixo de julho (8,9%), quando foi registrado o maior indicador para esse tipo de imóvel desde abril de 2014.

Na comparação com agosto do ano passado, o LSO comercial do oitavo mês de 2022 cresceu 1,2 p.p., pois passou de 7% para os já citados 8,2%. Quando a comparação recai sobre agosto de 2020 (5,3%), constata-se que o crescimento foi de 2,9%.

“Muitos empreendedores postergaram a abertura de seus negócios por conta da crise sanitária. Agora, contudo, com a pandemia de Covid-19 sendo superada, o comércio voltou a ficar aquecido. Mas esse não é o único perfil dos interessados em imóveis para uso comercial em Curitiba. Também há profissionais liberais que não querem mais ficar trabalhando de casa e empresários que desejam um novo espaço, por exemplo”, pontua Marilia Gonzaga.

No mês de agosto, sete bairros concentraram as locações comerciais na capital paranaense: Centro (17,4%), Água Verde (11,6%), Rebouças (9%), Bigorrilho (7,7%), Centro Cívico (6,5%), Batel (5,8%) e Mercês (3,2%). No geral, são bairros vizinhos ou bastante próximos à região central da cidade.

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