Segundo dados da Secretaria de Saúde do Paraná, a Sífilis, por exemplo, de 2015 a 2021, foram quase 60 mil novos casos diagnosticados somente no estado
Desde os anos 1990, Outubro é conhecido mundialmente como um mês marcado por ações afirmativas relacionadas à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de mama. No Outubro Rosa, as mulheres são convidadas mais intensamente a buscarem a realização de exames preventivos e, por meio das análises clínicas, aumentam as chances de identificar diversos tipos de câncer e ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) ainda no início, aumentando significativamente a chance de cura.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil é o de mama, com 24,2%. Mas os cânceres de cólon e reto (9,5%), de pulmão (8,4%) e de útero (6,6%) também são bastante frequentes, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O responsável por quase 100% dos casos de câncer do colo do útero é o Papiloma Vírus Humano (HPV), que pode ser identificado por meio de exames de imagem ou de análise. Em alguns casos, o pedido de biópsia é feito. São mais de 16 mil novos casos por 100 mil mulheres a cada ano. E no que se refere à mortalidade, os números são superiores a seis mil por 100 mil mulheres a cada ano.
ISTs
No caso das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), que podem ser causadas por mais de 30 tipos de vírus, bactérias, fungos e protozoários que, apesar de serem curáveis, muitas vezes são assintomáticos, a falta de diagnóstico preciso é um problema, já que aumenta a resistência dos patógenos. Algumas doenças como a Mycoplasma genitalium apresentam resistência a antibióticos.
Luiz Augusto Mazzarotto, ginecologista do Hospital VITA, destaca que o diagnóstico precoce é essencial para o tratamento rápido e efetivo das doenças. “É muito importante que, em qualquer idade, as meninas e mulheres façam a palpação das mamas e, no caso de identificarem algum nódulo sólido, procurem um médico com urgência. Nos casos das mulheres com histórico familiar de câncer de mama, o cuidado deve ser redobrado. Para as mulheres a partir de 40 anos, a mamografia também precisa ser vista como aliada, assim como o exame ginecológico com a realização de papanicolau anualmente precisa ser feito por toda mulher a partir do início da vida sexual”, orienta.
Mazzarotto ainda complementa que, como forma de prevenção, além da consulta anual no ginecologista, evitar tabagismo e relações sexuais desprotegidas, manter alimentação saudável e praticar atividades físicas com regularidade são práticas essenciais para manter a saúde em dia.
Rodrigo Faitta Chitolina, supervisor de laboratório e responsável técnico do ID8 – Inovação em Diagnóstico destaca que, principalmente quando se fala da saúde sexual, a maioria das patologias é silenciosa. E outras tem tido cada vez mais casos notificados, como a Sífilis, por exemplo, onde de 2015 a 2021, segundo dados da Secretaria de Saúde do Paraná, foram quase 60 mil novos casos diagnosticados somente no estado.
Por geralmente as ISTs serem assintomáticas a falta de um diagnóstico rápido e preciso leva a uma maior taxa de transmissão e possíveis complicações clínicas. Pensando em um cenário onde a mulher possa estar gestante, essas complicações podem apresentar riscos tanto às mulheres quanto aos bebês.
Quando tratamos do fluxo de serviço diagnóstico, a liberação do laudo para o médico não deve exceder 24 horas, uma vez que já temos tecnologias que permitem esse tempo de liberação. Nesse cenário, os médicos terão em mãos um laudo e poderão disponibilizar a suas pacientes um tratamento personalizado e assertivo, evitando tratamentos empíricos, que aumentam a possibilidade de seleção de organismos resistentes.
A saúde feminina demanda cuidados e avaliações de saúde completas e, nesse cenário, quanto mais rápido e com exatidão o resultado das ISTs for, mais cedo o tratamento adequado irá iniciar e as chances de um avanço na patologia serão menores. Por exemplo, sabe-se que a infecção por Chlamydia trachomatis é um co-fator no desenvolvimento de neoplasias em mulheres com histórico de infecção por HPV.
Chitolina também destaca que no tocante ao HPV (Papiloma Vírus Humano) responsável por quase 100% dos casos de câncer do colo do útero, o ideal é que o médico disponha de ferramentas diagnósticas para identificar a presença do material genético do vírus, e determinar se a infecção ocorreu por uma cepa viral de alto ou baixo risco de desenvolvimento de câncer. Estes testes podem ser realizados por metodologias moleculares, que além de mais sensíveis que os exames de citologia, são altamente específicos e precisos.
O médico precisa de ferramentas para realizar esse rastreio e acompanhamento de suas pacientes e nesse cenário o ID8 disponibiliza o exame de Painel HPV faz a detecção do HPV e genotipa 35 tipos do vírus, informando se é de alto ou baixo risco e qual é o genótipo específico, dando a oportunidade de o médico realizar um tratamento com maior direcionamento e aumentar as chances de um diagnóstico precoce de um possível câncer.
Outro tópico de extrema relevância no mês do outubro rosa é o cuidado com a população trans. No caso da população trans masculina, mesmo para quem realizou a mastectomia há sim chances de desenvolvimento de câncer de mama e, no caso do câncer de colo uterino, este grupo populacional demanda atenção e precisa estar incluso nas ações de rastreio e monitoramento do HPV, de tal forma a garantir um diagnóstico precoce de diversas doenças, entre elas o câncer de colo uterino, mas não se excluindo o rastreio e acompanhando de todas as demais ISTs relacionadas a saúde sexual.
Exames de prevenção
Os exames preventivos são a melhor alternativa para evitar doenças e até mesmo problemas na gravidez – tanto para a mulher, quanto para o feto. Essas análises acompanham a mulher em todas as fases da vida. Alguns são realizados desde a primeira consulta ao ginecologista, outros, após uma determinada idade ou ocorrência e devem ser repetidos todos os anos ou conforme indicação do médico. Confira alguns e o que identificam e previnem:
Ultrassom pélvico: Exame não invasivo que possibilita ver útero, colo uterino, vagina, tubas uterinas e ovários. Geralmente é indicada a realização desde a primeira menstruação, pois garante que não existam complicações. Também é possível realizar o ultrassom transvaginal, exame que permite visualizar as mesmas estruturas de forma interna;
Papanicolau: Neste exame é possível identificar diversas doenças, como, por exemplo, Clamídia, Sífilis, Gonorreia, HPV, Candidíase, Tricomoníase e também detectar a presença de nódulos ou cistos. A realização desse exame é necessária para mulheres que iniciaram sua vida sexual, principalmente as que possuem entre 25 e 59 anos;
Mamografia e ultrassom das mamas: O exame de mamografia é pedido para mulheres a partir dos 40 anos, ou que tenham casos de câncer de mama na família. Ele detecta possíveis nódulos ou cistos. Para mulheres com menos de 40 anos, é indicado o ultrassom das mamas, e caso haja alguma alteração, é necessária a realização da mamografia;
Exame de sangue: Por meio da análise de amostras é possível verificar os níveis de colesterol, anemia, triglicérides, vitaminas e até mesmo se há a presença de alguma IST). Qualquer irregularidade nesse exame deve ser verificada posteriormente, pois provavelmente indica que algo está errado.