Cooperativas de crédito mais que dobraram atuação nos últimos cinco anos

Rafael Guazelli – Especialista em Direito Empresarial

Segmento rural aposta na modalidade, especialista avalia condições para não comprometer a renda de cada produção

Pandemia, mudanças regulatórias e maior diálogo na hora de conceder crédito: esses foram alguns motivos que fizeram com que as carteiras de crédito das cooperativas crescessem de 2,74% para 5,1%, entre 2016 e 2020, o que totaliza mais de R$ 228 bilhões. De lá para cá, os números só têm aumentado, o que mostra a força das cooperativas nessa fatia de mercado.

Entre os principais clientes dessa forma de crédito, estão os produtores rurais. Segundo dados do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito (Ceco), do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), nas áreas rurais, as cooperativas de crédito são responsáveis por 21% dos contratos realizados nas áreas rurais, além de 18,7% do volume financiado. Também são responsáveis por 19% dos contratos de crédito aos pequenos negócios e de 13% do valor contratado a partir do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Compreensão e diálogo

A procura de produtores rurais por cooperativas para conseguir linhas de crédito se explica por motivos diferentes. O primeiro deles é em relação às taxas e tarifas menores que as dos bancos privados, já que cooperativas tendem a oferecer atendimento mais humanizado e têm como premissa a distribuição de resultados aos associados. Outra razão é a melhor compreensão da realidade desse segmento e a oferta de soluções mais atrativas e personalizadas.

Ainda que o cenário seja favorável, Rafael Guazelli, advogado especialista em Direito do Agronegócio, destaca que é importante estar atento ao fechamento de contratos e que é preciso saber como avaliar as possibilidades de endividamento, para não comprometer a renda de cada produção. “É necessário atenção aos produtores rurais nos créditos que lhe são ofertados e as garantias exigidas. Dependendo do caso concreto, pode não ser tão interessante aderir ao crédito ofertado por uma cooperativa em detrimento de uma instituição financeira normal”.

Guazelli aponta que é preciso fazer uma análise detalhada da oferta de crédito, pois o que parece atrativo em um primeiro momento pode comprometer as finanças do produtor rural a médio e longo prazo. “Isso ocorre especialmente nesse setor, porque as safras dependem de clima, condições econômicas no Brasil e cenário internacional”, destaca.

Entre os cuidados, estão analisar as tarifas a longo prazo, analisar saúde financeira do produtor nos últimos anos e fazer uma média de lucro para entender exatamente como o negócio será afetado pela contratação de um crédito que vai impactar os negócios por muitos meses.

Sobre Rafael Guazelli

 Rafael Guazelli constrói, diariamente, uma carreira sólida de sucesso. Tem 15 anos de experiência no mundo jurídico e é especialista nas áreas de Direito Tributário, Agrário e Bancário, entre outras. Contabiliza, atualmente, em seu escritório Guazelli Advocacia, cerca de 900 clientes atendidos e mais de 2.500 ganhos de causa. Possui formação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2006) e é Técnico em Transações Imobiliárias desde 2009. Associado ao Instituto de Direito Tributário do Paraná – IDT, já foi membro Integrante da Comissão de Direito Tributário da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Paraná (OAB/PR).

Atuando com soluções inovadoras e sistêmicas, resultado do aprimoramento constante de seu conhecimento, Rafael Guazelli está sempre atento às propostas e projetos que visam alterar a legislação, mostrando profunda capacidade de análise sobre seus impactos nas relações entre pessoas físicas e jurídicas com as instituições financeiras, bem como no fisco e no agronegócio, uma das atividades econômicas que mais crescem no Brasil.

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