Tema será discutido em seminário, com lançamento de projeto estadual
“Estamos vivendo uma das mais severas crises climáticas da história da humanidade nos últimos 200 anos. Não a maior da história do planeta, porque seguramente nosso planeta já viveu várias crises climáticas e algumas seguramente mais caóticas e catastróficas do que essa. Mas, do ponto de vista de nossa espécie, do ponto de vista da humanidade, é a maior que já enfrentamos. Segundo milhares de cientistas e estudiosos, e segundo os órgãos e institutos multilaterais da ONU, trata-se de uma crise de extinção”, afirma Carlos Alberto Tavares Ferreira, presidente da Funtafe – fundação que desenvolve atividades relacionadas à ecocultura, educação, ciência e meio ambiente. Ele comandará o Painel ESG I – Desafios e Perspectivas de Financiamento ESG e Créditos de Carbono no contexto das Economias Verdes e Azuis no Seminário Executivo de Prática de ESG e Sustentabilidade. ”Essa alteração climática poderá causar a extinção de grande biodiversidade de fauna e da flora. Correm o risco de extinção vários biomas e grande diversidade de espécies, inclusive um grande risco para a própria espécie humana.”
O Seminário ocorre no dia 14 de outubro, das 8h às 17h30, no Auditório Caio Amaral Gruber, no Campus da Indústria da Fiep, na Rua Comendador Franco, 1.341, em Curitiba. De acordo com o coordenador geral, Bruno Kaesemodel, o evento é voltado para empresas, áreas governamentais e estudantes e está sendo promovido por três instituições relevantes no assunto que são a Paraná Metrologia, a Unilivre – Universidade Livre do Meio Ambiente, e o Sesi-PR – Serviço Social da Indústria. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.unilivre.org.br, pelas mídias sociais (@unilivre) e/ou LinkedIn ou diretamente em: unilivre.org.br/evento-seminario-executivo-de-esg-e-sustentabilidade. Mais informações pelo telefone (41) 99922-5595, ou-mail unilivre@unilivre.org.br.
A sigla ESG (em inglês Environmental, Social and Governance) significa questões ambientais, sociais e de governança. Um dos temas que estão relacionados é a mitigação de gases de efeito estufa pela chamada “pegada de carbono”. O palestrante explica que é preciso estruturar e modernizar os processos produtivos para diminuir a degradação causada pelo ser humano no meio ambiente e criar medidas atenuantes. “Créditos de carbono são instrumentos, mecanismos e ferramentas de geração de valores e recursos que promovam efetivamente a proteção, recuperação e preservação socioambiental. Hoje, créditos de carbono, ESG e crise climática são palavras e temas indissociáveis, não há como falar ou tratar de um, sem falar e tratar de todos”, pontua.
Mas, como mitigar as pegadas de carbono, por exemplo? “O bom, o ideal é que não poluíssemos, ou que conseguíssemos automitigar nossas próprias pegadas, mas como isso é tecnicamente e no cotidiano praticamente impossível, os créditos de carbono são um importante instrumento socioeducativo e punitivo, para aqueles que poluem muito e que ainda não conseguem zerar os impactos negativos que causam no meio ambiente e no planeta. Sendo assim, é fundamental que o Hemisfério Norte, que foi e é o maior gerador de emissões de gases de efeito estufa, arquem com os custos da recuperação e preservação socioambiental, em outras proporções e medidas, mas num mesmo círculo de reflexão, a mesma coisa acontece com as estruturas produtivas e de negócios, que afetam a comunidade e os biomas onde estão inseridos.”
Com base nessa espécie de multa paga por quem mais polui, os créditos de carbono seriam recursos aplicados na preservação do meio ambiente. “São recursos para serem usados na preservação, as águas que bebemos, os solos que nos alimentam e as florestas, rios e mares que nos geram oxigênio e vida.”
Projeto paranaense
Ferreira relata que há esforços em vários locais do mundo, como Europa, China e Estados Unidos, que já aderiram à agenda de uso consciente dos recursos do planeta e buscam alternativas ao grande consumo dos combustíveis fosseis, um dos maiores vilões. Mas, segundo ele, o Brasil está na contramão: houve algum avanço na consciência social, mas falta regulamentação, legislação e boa vontade. “Todo ser humano, todo brasileiro precisa entender que ser ambientalista não é ser de esquerda ou de direita, mas é ser responsável com a vida, com nossos filhos e com as próximas e futuras gerações.”
A responsabilidade, diz o palestrante, é da sociedade, mas também individual e de cada organização. “Cada um de nós deve buscar entender e mitigar sua pegada e igualmente nossas empresas e negócios. O ESG é para isso, para entendermos o risco do negócio e para pensarmos em como podemos trabalhar para ajustar e equilibrar cada um dos itens do tripé de nossa empresa ou empreendimento.”
Ferreira anuncia que o Paraná deverá sair na frente no país e durante o evento serão lançados os primeiros passos para o “Projeto Paraná NET Zero”, com ações que poderão ser aderidas pelas empresas do estado. “Acreditamos que se implementarmos verdadeiramente o ESG em todas as indústrias e empresas do estado e se tivermos o apoio de nossos governos, podemos sensibilizar nossa população para que cada cidadão e individuo zere nos próximos anos suas pegadas de carbono”, considera.