Uma das especialidades do Vale do Silício é tornar tangíveis e executáveis as ideias que inovem e transformem a sociedade, mas sem deixar de lado a satisfação de colaboradores e clientes.
O Vale do Silício, localizado na Califórnia, EUA, é reconhecido como o berço das maiores empresas de inovação e tecnologia do mundo. Lá, estão situadas Apple, Tesla, Microsoft, Facebook/Meta entre tantas outras. Mas mesmo sendo um dos principais pólos de desenvolvimento tecnológico, a principal preocupação dessas empresas é com as pessoas e permeia desde as relações das empresas com seus colaboradores, que não querem perder seus talentos, até em oferecer soluções criativas para quaisquer problemas de seus clientes.
É o que conta a diretora da regional Paraná e de São Paulo da Great Place to Work Brasil, Claudia Malschitzky, que visitou o Vale do Silício com o MEX. “Tudo lá é pensado a partir da necessidade das pessoas. As empresas trabalham para as pessoas, então a maior preocupação é como trabalhar focado naquilo que o cliente ou usuário está precisando. Para a tecnologia, dois mais dois são quatro, mas a dor do cliente às vezes não é quatro, pode ser quatro e meio, cinco. No Vale do Silício há muita preocupação em preparar os profissionais para atender essas demandas que vêm do mercado, das pessoas, e entregar soluções que gerem bem-estar”, conta.
Tudo isso foi intensificado pela pandemia que trouxe mudanças para o mercado de trabalho e uma nova valorização dentro das escolhas profissionais. Para Cláudia, a valorização é essencial para chegar ao coração das pessoas e entender realmente suas necessidades para oferecê-las mais qualidade de vida. “O que mais chamou a atenção de todas é que em um parque tecnológico, o objetivo é trazer soluções que se adaptem às diferentes necessidades e não uma solução única, quadrada, como era há dez anos. É a emoção que move a ação que gera a solução, isso percebi que move o Vale do Silício”, enfatiza.
Durante o mês de setembro, 18 mulheres integrantes do Espaço Mulheres Executivas (MEX) da Lapidus Network participaram de uma imersão no Vale do Silício. Realizada pela Silicon Valley Brasil, durante uma semana que estiveram na Califórnia, essas executivas vivenciaram o dia a dia das principais empresas de tecnologia do mundo, como Microsoft, Google, Facebook/META, Tesla, entre outras. Além de participarem de palestras e conversarem com lideranças dessas empresas que são referência para todos, o grupo também conheceu processos inovadores de gestão que podem ser aproveitados e aplicados no dia a dia das empresas que atuam no Paraná.
Quem também viajou na comitiva do MEX e confirma que teve uma boa experiência é a conselheira e advogada Melina Lobo Dantas, de Goiânia (GO). “A viagem me acrescentou muito porque trouxe ideias novas, inovadoras e que podemos aplicar no dia a dia. Durante a inserção finalmente entendi o que é o Blockchain, que é uma cadeia de certificação que reúne várias pessoas na nuvem para certificar que as coisas são ou não verdadeiras, e também Token não fugível (NFT, sigla em inglês), que são moedas criptografadas”, conta Melina.
A advogada acredita que em médio ou longo acontecerá uma revolução mundial e alguns serviços ficarão obsoletos. “Acredito, por exemplo, que os serviços dos cartórios, como reconhecimento de firma, vão migrar para o digital. Gosto da ideia desses jovens empreendedores e inovadores estarem desenvolvendo ideias autônomas, criando suas próprias moedas ou uma cadeia na nuvem para certificação. Nós, brasileiros, somos facilmente adaptáveis às novas tecnologias. O uso Pix é um ótimo exemplo, em pouco mais de um ano todo mundo usa Pix, todo mundo se adaptou”, completa.
As 18 mulheres executivas que viajaram ao Vale do Silício convivem há 16 anos. Segundo a diretora da Lapidus Network, Regina Arns, a viagem estava marcada para 2020, mas por conta da pandemia teve que ser adiada e aconteceu em setembro deste ano. “Um dos pontos altos da viagem foi trabalhar nossa conexão, pois o tempo permitiu que ficássemos mais próximas, que nos conhecemos mais e até compartilharmos percepções sobre diversos assuntos”, garante.
Imersão em português
Segundo o CEO da Silicon Valley Brasil, João Roberto de Azambuja Jr, apenas 3% da população possui fluência em língua inglesa. Portanto, a imersão realizada pela empresa é totalmente em portugês para que os participantes não vejam nisso um obstáculo para realizar as viagens. “E para que fique mais confortável para todos, buscamos pessoas inspiradoras e relevantes do Vale do Silício, que nos atendam em português. É evidente que, quando há algum conteúdo/palestra em inglês, providenciamos tradução simultânea”, garante Azambuja Jr.
A grande vantagem da imersão ser em português é que as pessoas conseguem absorver muito mais informações, além de que é uma oportunidade para todas as pessoas conhecerem o Vale do Silício, inclusive quem não fala inglês. Regina afirma que vivemos em um novo mundo após a pandemia e que foi algo que pode ser observado na viagem de imersão. “Tivemos acesso a um novo mundo, novo modelo de trabalho, novas tecnologias que avançaram anos luz à frente neste período de pandemia. Essas mudanças são globais e influenciaram a vida de todos nós. Ao visitar startups e grandes empresas de tecnologia e inovação, fomos recebidas por executivos brasileiros, grandes talentos que estão nessas organizações e que puderam nos contar sobre o dia a dia. A interação foi bastante rica, pois como eles entendem a nossa cultura foi mais fácil conversar e interagir”.
O diretor educacional da Silicon Valey Brasil, José Motta Filho, conta que durante a imersão realizada no Vale do Silício em setembro com as mulheres do MEX ouviu de todas as participantes que estavam impactadas e surpresas com tudo o que estavam experimentando, vendo e ouvindo por lá. “Visões diferentes de modelos de negócios, de gestão de pessoas, da influência da história, cultura e design das organizações, da importância das pessoas para que a tecnologia também tenha o seu valor, o fato de que uma boa ideia não serve pra nada se não for possível executar o scale up, e muito mais. Nossa avaliação é que, mais uma vez, o resultado em termos de transformação humana foi atingido”, enfatiza Motta Filho.
Vale do Silício
Grande parte do desenvolvimento de softwares, hardwares, aplicativos e muitos outros serviços tecnológicos e acadêmicos acontecem em um notável grupamento de cidades da Califórnia que, juntas, formam o Vale do Silício: San José, Palo Alto, Menlo Park, Campbell, Union City, Milpitas, Sunnyvale, Cupertino, Los Gatos, Santa Clara, Fremont, Redwood City, Saratoga, Los Altos, Mountain View, entre outras.
Uma das especialidades do Vale do Silício é tornar tangíveis e executáveis as ideias que inovem e transformem a sociedade, principalmente no que se refere aos investimentos financeiros que alavanquem novos produtos e serviços exponenciais. “O Vale do Silício também é conhecido como um grande Hub de Startups, que são embriões de empresas com projetos disruptivos, que exigem bastante conhecimento e investimento para que as coisas incríveis do Vale continuem acontecendo”, destaca Motta Junior.
As razões pelas quais as pessoas participam de um programa de imersão internacional são bem diversas. “Desde aprimorar o seu conhecimento, se atualizar em termos de novos modelos de negócios até adquirir ingredientes a fim de conseguir destaque para a sua carreira e para os produtos e serviços que desenvolvem são alguns dos motivos pelos quais as pessoas buscam conhecer esses hubs de inovação”, destaca Azambuja.
Outros pontos fortes que justificam a realização de uma imersão internacional são respirar inovação na prática, acelerar o aprendizado, ampliar networking, obter reconhecimento e certificação internacional, obter a experiência como diferencial competitivo para a sua carreira, acessar conteúdos exclusivos e relevantes e trocar experiência e debater com nomes de referência do mercado internacional.
Próximas imersões
As imersões da Silicon Valley Brasil podem ser realizadas por grupos fechados de empresas ou para qualquer ser humano do planeta. As próximas viagens previstas pela empresa são para Portugal, Vale do Silício, Israel, Finlândia/Estônia e Miami.
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