Se fosse possível fotografar o mercado de trabalho mundial nos últimos dois anos, a imagem seria totalmente diferente do que acontecia na década passada. O mundo do trabalho passou por transformações no último ano com adaptações, novas regulamentações, expectativas dos trabalhadores renovadas, flexibilidade trabalhista, escassez de talentos e problemas de saúde mental e burnout que são apenas algumas das questões que moldaram a nova agenda trabalhista.
Para Eliane Catalano, Coordenadora de Recrutamento e Seleção na RH NOSSA, estamos presenciando a consolidação de novos paradigmas à medida que muitas tendências começam a aparecer agora, quando a pandemia está relativamente controlada:
“O mercado de trabalho de 2023 já vai começar com tendências na flexibilidade, na mobilidade interna e na contratação por competências que serão ainda mais notórias. No bastidor desta tendência, o desafio agora é conquistar novos talentos e criar ambientes interessantes tanto para quem contrata quanto para quem colabora”.
Flexibilidade para atrair e reter talentos
O teletrabalho em tempo integral e os modelos híbridos já fazem parte das grandes transformações que acompanharam a pandemia nos últimos dois anos. O que era uma resposta emergencial, agora se tornou uma das prioridades para atrair novos talentos.
Uma pesquisa do LinkedIn realizada em diversos países apontou que metade dos profissionais deseja uma mistura de trabalho presencial e remoto. Como pronta resposta, diversas empresas adotaram esse formato para sua força de trabalho;
“Este movimento começou há dois anos, quando gigantes como a Avast incorporaram em seu sites termos como ‘Trabalhe em Qualquer Lugar’, já demonstrando um modelo alternativo que permite aos seus colaboradores escolher onde irão realizar suas atividades, seja a partir de casa, de uma cafeteria ou até mesmo em outro país”.
Um exemplo é a instituição financeira mexicana Banorte que possibilita que seus funcionários optem por três formatos de trabalho: presencial , híbrido e remoto. Quando criado este leque, o próprio banco publicou em suas redes sociais a seguinte frase:
– Sim, estamos de volta, mas não poderíamos voltar com a mesma forma de trabalhar!
Talentos estão cada vez mais raros
A escassez de profissionais é uma realidade que afeta alguns setores e as causas mais comuns englobam:
– Mudanças causadas pela automação e digitalização
– Falta de condições atrativas de trabalho
– Oferta limitada de formação baseada na prática e
– Desconexão dos programas acadêmicos em universidades com as necessidades do mercado.
Catalano explica que as empresas já perceberam este abismo e as mudanças para reter talentos começaram: “Diante de uma recuperação econômica que começou gradativamente, as empresas já perceberam que precisarão investir rapidamente em esforços de requalificação para evitar uma debandada de talentos no longo prazo. As condições de trabalho já estão adaptadas às novas realidades e a tecnologia já faz parte de vários setores” completa Catalano.
Reter talentos: o grande desafio das empresas para 2023
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