Aumento da sede e mais sonolência podem ser sinais de doenças endócrinas em pets

Você sabia que, se não tratadas de forma adequada, as doenças endócrinas podem reduzir em até 2 anos a expectativa de vida de algumas raças de cães? E que doenças como diabetes, se não abordadas de forma urgente, podem levar o pet a óbito rapidamente? O alerta é do médico-veterinário Luiz André Sorbello, especialista em endocrinologia e metabologia de cães e gatos do Hospital Veterinário Batel (HVB).

Segundo ele, as doenças endócrinas são aquelas que afetam as glândulas e órgãos responsáveis pelo metabolismo dos hormônios, como as glândulas hipófise, tireóide, adrenais, paratireóides, e órgãos como pâncreas e fígado.

Principais doenças

O desequilíbrio nessas glândulas e órgãos pode ocasionar doenças como diabetes mellitus, obesidade, hipotireoidismo, hipertireoidismo, hiperlipidemia (excesso de colesterol ou triglicérides) e hiperadrenocorticismo (HAC) ou Síndrome de Cushing.

Sorbello aponta que a incidência das doenças endócrinas é muito maior em cães do que em gatos, embora existam gatos obesos que necessitam de cuidado especial e podem vir a desenvolver as doenças. Ele menciona algumas raças que têm predisposição ao surgimento desses desequilíbrios, como poodle, dachshund, schnauzer miniatura, golden retriever, cocker, yorkshire, shih tzu e beagle.

Tutores devem ficar atentos a alguns sinais dos pets

O médico-veterinário também alerta os tutores sobre sinais que podem surgir e que podem ser indício desse tipo de doença. Entre eles, destacam-se aumento da sede, excesso de produção de urina, fome maior, ganho de peso rápido ou progressivo, assim como perda de peso e lesões de pele crônica, que não têm resposta a tratamentos dermatológicos. “O tutor precisa ficar atento aos sinais comportamentais do seu pet. Cães com indícios de doenças endócrinas podem ficar mais apáticos, preguiçosos e sonolentos”, avisa.

Diagnóstico e tratamento

Sorbello informa que o diagnóstico varia conforme a suspeita, mas envolve a anamnese detalhada, exame físico pelo médico-veterinário e, principalmente, exames de sangue que detectam alterações no fígado e no metabolismo das gorduras, que dão indícios de doença hormonal, bem como exames de imagem na avaliação das glândulas, como ultrassom, e dosagem específica dos hormônios. “O diagnóstico final acontece com verificação de deficiência ou excesso hormonal em exames de dosagem específica dos hormônios. “Na Síndrome de Cushing, por exemplo, é possível a detecção da doença por meio do aumento do hormônio cortisol”, informa.

Já o tratamento baseia-se em reposição hormonal no caso de excesso de hormônios, enquanto nas doenças que afetam as gorduras no sangue, como aumento de colesterol e triglicérides, são utilizados medicamentos que reduzem essas taxas que estão afetando a qualidade de vida do animal. “As consequências da falta de tratamento podem ser a redução em até 2 anos da expectativa de vida do animal, dependendo da raça. E há doenças que necessitam de tratamento imediato, como diabetes. Sem o tratamento com insulina, infelizmente o pet vai a óbito de forma muito rápida”, alerta ele.

Prevenção com check up periódico

Com exceção da obesidade, cuja prevenção é a dieta e a manutenção de um bom peso, muitas doenças hormonais independem do peso para o seu surgimento. “A dica de ouro é realizar check up periódico, com exames de sangue e imagem, detectando doenças não preveníveis em estágio precoce e que não manifestaram os sinais iniciais. O check up facilita o sucesso do tratamento e expectativa de vida dos pets”, aconselha o médico-veterinário do HVB.