Com o surgimento de diferentes tipos de dieta, os carboidratos adquiriram um status de vilão no processo de emagrecimento. Porém, eles são essenciais para o funcionamento do nosso organismo e não devem ser ignorados
O crescimento das dietas da moda, amplamente divulgadas pelas redes sociais, estão transformando a noção de alimentação saudável. De acordo com o estudo realizado por pesquisadores do Centro Universitário de Brasília, acerca das publicações mais recentes sobre os impactos das dietas da moda, esse tipo de alimentação exige muito cuidado. Os resultados mostram como as dietas restritivas, em certa medida, incentivam transformações corporais, assim como tendem a apresentar um resultado satisfatório apenas a curto prazo. Com o passar do tempo os adeptos a esse tipo de alimentação entram em um efeito rebote, ganhando mais peso do que perderam e vivenciando preocupações desmedidas, bem como insatisfações com o corpo, transtornos alimentares e depressão.
Uma preocupação decorrente da busca por dietas restritivas é a “carbofobia”. O termo não chega a ser classificado como um transtorno alimentar, mas indica sintomas obsessivos e ansiosos relacionados à alimentação. Ele é utilizado para designar o medo intenso do consumo de carboidratos e está se tornando cada vez mais frequente devido a popularização da dieta lowcarb. Seja leve, moderada ou mais severa, essa estratégia coloca os carboidratos como vilões do emagrecimento.
Segundo a gastroenterologista do Hospital Santa Cruz/Rede D’Or, Natália Queiroz (CRM 47439), ainda existem vários mitos relacionados ao assunto. “O carboidrato é um dos macronutrientes presentes nos alimentos mais saudáveis da dieta. Brócolis, maçãs, grãos integrais e feijão são carboidratos. Batatas fritas, bolos e biscoitos também. Assim, muitos carboidratos podem, de fato, aumentar a carga calórica geral de uma pessoa. Mas não podemos culpar um único grupo de alimentos pelo ganho de peso. Algumas dietas como aquelas à base de plantas, por exemplo, também funcionam para perda de peso e tendem a ser muito ricas em carboidratos”, esclarece.
Os carboidratos são moléculas de carbono, hidrogênio e oxigênio formadas por uma ou mais unidades de açúcares simples. Dessa forma eles são classificados de acordo com o número de unidades de açúcar, sendo simples (monossacarídeos e dissacarídeos) ou complexos (os polissacarídeos). O principal papel desse grupo de alimentos é o fornecimento de energia para as células, particularmente o cérebro, que requer glicose para seu metabolismo. As dietas restritivas radicais não levam em consideração que o corpo humano precisa de uma fonte adequada de carboidratos para funcionar de forma eficiente.
Um dos alimentos que mais sofre com esses mitos é o pão. No entanto, é importante destacar que existem diversos tipos e é possível mantê-lo em uma dieta saudável. Segundo o sócio e professor do San Francisco Baking Institute Brazil (SFBI), Eduardo Freire Feliz, os pães de fermentação natural são uma ótima opção, pois apesar de não serem menos calóricos eles apresentam uma melhor digestão e saciedade. “O processo de fermentação natural é mais longo e permite que as enzimas naturais da farinha transformem os açúcares complexos como o amido, em açúcar simples e este serve de alimento para a levedura no processo de fermentação fazendo uma pré-digestão dos carboidratos e reduzindo o pico glicêmico”, explica.
Para a gastroenterologista, Natália Queiroz, o segredo para pensarmos em um emagrecimento saudável está na moderação. “Temos certeza de que existe apenas uma maneira clara de perder peso: um déficit calórico. Isso significa que o indivíduo está queimando mais calorias do que consome. Cortar um grupo inteiro de alimentos, como carboidratos, carne ou laticínios, provavelmente causará esse déficit e a perda de peso ocorrerá. Em outras palavras, não faz sentido excluir um grupo de alimentos sendo que é a ingestão total de calorias e a energia gasta que causa o ganho ou a perda de peso. Adote um padrão alimentar saudável, siga uma dieta equilibrada, pratique uma atividade física de forma regular e os resultados virão”, reforça.
Sobre o Hospital Santa Cruz
Fundado em 1966, o Hospital Santa Cruz está localizado no bairro Batel, em Curitiba (PR), e, desde junho de 2020, é unidade integrante da Rede D’Or São Luiz – maior rede de hospitais privados do país com atuação no Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Pernambuco, Maranhão, Bahia, Sergipe e Paraná. O Hospital Santa Cruz é considerado um centro de alta complexidade no atendimento das áreas de Oncologia, Cardiologia, Cirurgia Geral, Neurologia, Ortopedia, Pronto-Atendimento e Maternidade. Com estrutura e equipe multidisciplinares, equipamentos de última geração e um moderno centro cirúrgico, oferece cuidado de alta qualidade centrado no paciente, segurança assistencial e humanização do atendimento. É reconhecido com o selo de Acreditação com Excelência Nível III, entregue pela ONA, sendo a instituição acreditada nesta categoria por mais tempo no Estado. Mais informações em www.hospitalsantacruz.com.
Sobre a Rede D’Or São Luiz
Fundada em 1977, a Rede D’Or São Luiz é a maior rede privada de cuidados integrados em saúde do Brasil. O grupo conta atualmente com 69 hospitais e marca presença em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Maranhão, Sergipe, Ceará e Bahia. São cerca de 9 mil leitos operacionais, 60 mil colaboradores e 87 mil médicos credenciados, que realizaram aproximadamente de 2,7 milhões de atendimentos de emergência, 256 mil cirurgias, 39,8 mil partos e 523 mil internações nos últimos 12 meses.