A obra dramática-musical que faz homenagem aos 200 anos da Independência do Brasil tem como pano de fundo o Alambique Boa Vista, que pertenceu ao irmão de Tiradentes
Quando, na forca, perguntaram a Tiradentes
sobre o seu último desejo, ele respondeu:
“Molhem minha goela com cachaça da terra!”
O espetáculo “Molhem Minha Goela com Cachaça da Terra” chega ao Festival de Ópera do Paraná, com duas apresentações com entrada gratuita. Em 12/11 (sábado) às 18h, haverá a primeira apresentação na cidade de Araucária, na Casa Eliseu Voronkoff. No dia seguinte, 13/11 (domingo) às 18h, será em Curitiba, no Guairinha.
“Molhem Minha Goela com Cachaça da Terra” é uma obra dramática-musical sobre a Inconfidência Mineira, revolta anticolonial no Brasil do século 18. Movimento de caráter republicano e separatista. Liderada por representantes da capitania de Minas Gerais, contra o domínio da coroa de Portugal, também ficou conhecida como Conjuração Mineira. Os revolucionários, batizados de inconfidentes, demonstraram sua insatisfação com a política fiscal praticada por Portugal. A revolta fracassou e teve no alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, seu líder. Esta obra é dedicada ao único inconfidente negro, que também foi alferes, Vitoriano Gonçalves Veloso.
A obra tem como pano de fundo o Alambique Boa Vista, localizado na cidade mineira de Coronel Xavier Chaves, que pertenceu ao irmão de Tiradentes, Domingos. Estabelecimento que era frequentado pelo mártir da luta pela independência. Importante lembrar que a cachaça era proibida pelos portugueses no Brasil Colonial. Por esta razão, os inconfidentes apreciavam a bebida em suas reuniões secretas como símbolo de brasilidade e liberdade.
“Molhem minha goela com cachaça da terra” foi apresentada nas cidades mineiras de Coronel Xavier Chaves, São João del-Rei e Tiradentes, pela orquestra da Universidade Federal de São João del-Rei, com a regência do maestro Modesto Fonseca. Realização da Aquarius Produções Culturais. Momento quando os compositores, músicos e soprano puderam conviver com os descendentes diretos de Tiradentes.
A obra fez parte das atividades de comemoração dos 200 anos da Independência, promovidas pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro. Na ocasião, o estudioso de música brasileira, Ricardo Cravo Albin, e o maestro e importante compositor de música contemporânea, Ricardo Tacuchian, realizaram análise sobre a originalidade da obra.
Degustação de cachaça
Dias após as apresentações do espetáculo, serão realizadas duas degustações de cachaças em Curitiba, em 16/11 (quarta-feira) às 19h30 no Restaurante Nina (Rua Marechal Deodoro, 847) e em 17/11 (quinta-feira) na Cachaçaria Regui Brasil (Rua Cel. José Carvalho de Oliveira, 231, bairro Uberaba). Em ambos os eventos serão degustadas as cachaças Século XVIII (a cachaça que Tiradentes apreciava, hoje produzida pelo Alambique Boa Vista), Werneck, Magnífica, Pereirinha, Vilarejo, Santa Fé, Dona Bega e Regui Brasil. As degustações serão orientadas por Orlando Osmar Regis, cachaceiro de profissão e colecionador, e Lucia Regis, presidente da Confraria Paranaense da Cachaça. O evento de quinta-feira na Cachaçaria Regui Brasil contará ainda com a presença de Deisy Regis Stange, especialista em destilados e gastronomia com cachaça na equipe que orientará as degustações. Neste dia, também será promovido um bate-papo sobre a obra dramático-musical “Molhem minha goela com cachaça da terra”. Nas duas ocasiões serão sorteados 10 livros “Trilogia Heroica” de autoria de Luiz Carlos Prestes Filho. A obra “Molhem minha goela com cachaça da terra” faz parte desta publicação da Editora Quanta.
O espetáculo “Molhem Minha Goela com Cachaça da Terra” tem apoios das cachaças Século XVIII, Regui Brasil, Werneck, Magnífica, Vilarejo, Dona Bega e Santa Fé; das pessoas físicas Paulo Bracarense, Fernando Chaves, Rubens Chaves, Sinoel Batista, Luiz Alfredo Salomão e Frederico Lemos; e do Observatório da Cultura do Brasil.
Serviço:
“Molhem Minha Goela com Cachaça da Terra”
Apresentações no Festival de Ópera do Paraná
– Dia 12/11 (sábado) às 18h, em Araucária, Casa Eliseu Voronkoff (Rua Julieta Vidal Ozório, 413 – Centro)
– Dia 13/11 (domingo) às 18h, em Curitiba, no Guairinha (R. XV de Novembro, 971 – Centro)
Entrada gratuita
https://www.festivaldeopera.org/
Poesia e letras das canções para soprano e orquestra: Luiz Carlos Prestes Filho
Pesquisa histórica: Ivan Alves Filho e Luiz Carlos Prestes Filho
Música: Lucas Bueno e Luiz Carlos Prestes Filho
Soprano: Júlia Félix
Arranjos: Modesto Fonseca
Quarteto de Cordas (Universidade Federal de São João del-Rei):
Violino: Lucas Paiva; Violino: Bruno Lucena;
Viola: Kennedy Oliveira; Violoncelo: Lara Cota
Produção: Ricardo de Moraes