Espetáculo foi realizado no dia 12 de dezembro, no Teatro Fernanda Montenegro
Cada etapa da vida é cheia de obstáculos e também pode ser de ressignificação. Mostrar essa superação faz parte do espetáculo “Dance Esperança – A Vida em Movimento”, realizado no Teatro Fernanda Montenegro, em Curitiba, nessa segunda-feira, 12. Os bailarinos, transplantados de fígado e de rim, fizeram os respectivos procedimentos no Hospital São Vicente. O espetáculo teve por objetivo, especialmente, destacar a importância da doação de órgãos. Segundo os dados do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, existem mais de 2 mil pessoas na lista de espera por um transplante.
“Nós sabemos que a espera é longa para quem precisa de uma doação de órgãos. Dos potenciais doadores, apenas 26% [das famílias] dizem sim e a recusa das famílias é o principal motivo da não doação de órgãos”, afirmou a diretora executiva do Hospital São Vicente, Marcia Beatriz Schneider. Ela lembrou que em 13 anos de Serviço de Transplante de rim e fígado, mais de mil transplantes foram realizados pelo hospital. Destacou ainda a importância do trabalho de conscientização da doação de órgãos. “Aqui neste auditório lotado, atingindo a ocupação máxima com 551 pessoas, se cada um de nós dissermos sim para a doação, mais pessoas serão beneficiadas”, afirmou Márcia Beatriz Schneider.
Idealizado pela escola Dance Show, que tem a característica peculiar de sempre fazer a inclusão social em suas apresentações, o “Dance Esperança – A Vida em Movimento” contou com cerca de 100 pessoas – entre elas alunos iniciantes e avançados da escola de dança, pacientes transplantados no Hospital São Vicente e também alguns colaboradores da instituição.
Parte da arrecadação obtida com o espetáculo foi revertida para a área de transplante do Hospital São Vicente. “Sempre trabalhamos com a inclusão, pois, para nós, o ensino de dança tem como prioridade o bem-estar, a saúde e a socialização”, diz Maria Regina Monticelli, bailarina e diretora da Dance Show. Ela conta que esta é a primeira vez que a doação de órgão e o transplante se tornam tema de um espetáculo da companhia de dança. “Precisamos desmistificar, incentivar e conscientizar as pessoas da importância da doação de órgãos e, assim, contribuímos para que mais vidas sejam salvas”, ressalta.
Dançarinos
“Doar órgãos é dar continuidade à vida”, diz Claudeir Silva Coqueiro, que é transplantado de fígado. Há cerca de dois anos, Claudeir percebeu um sinal que o fez procurar ajuda. “Comecei a vomitar sangue e me preocupei”, conta. O transplante veio em abril desde ano.
Eurides Velozo de Andrade e a esposa Fernanda também dançaram. Foi num exame de vista para renovação da carteira de motorista que Eurides descobriu que algo estava errado com sua saúde. “Na consulta com oftalmologista descobrimos que ele já tinha perdido 60% da visão do olho esquerdo e aprofundamos a investigação da causa do problema”, conta a esposa Fernanda.
A pressão arterial de Eurides estava muito alta, a creatinina (um marcador que indica o funcionamento dos rins) também estava alterada. “Foi tudo muito rápido, do dia para a noite ele estava na hemodiálise, mesmo assim, precisava de um transplante”, recorda Fernanda. Nos exames de compatibilidade, a esposa testou positivo para doação de rim para o marido. Contudo, uma falha genética nos rins de Fernanda inviabilizou a doação.
Foi aí que a espera começou. “Tudo foi piorando até que recebemos a notícia de uma doação. O amor que essa família teve de doar, essa grandeza, isso é maravilhoso”, diz ela.
Desde o diagnóstico até o dia do transplante passaram-se um ano e oito meses. “Nós fomos presenteados! Digo isso porque a vida de um impacta na do outro quando a gente é um casal”, conta Fernanda, casada com Eurides há 40 anos.
Paulo Cesar Amaral da Silveira, que fez o transplante de fígado em 2021, disse que todo esse processo é também uma forma de ressignificar a vida. “O transplante não é o fim da vida e, sim, o início de uma nova oportunidade. A importância de ter participado desse evento foi mostrar a todos que a vida continua, com doadores, com transplantes e com muita força de vontade, foco e fé.”
Sobre o Grupo Hospitalar São Vicente-FUNEF
O Grupo Hospitalar São Vicente-FUNEF, formado pelo Hospital São Vicente Curitiba, fundado em 1939, e pelo Hospital São Vicente CIC, inaugurado em 1973, atende a diversas especialidades, sempre pautado pela qualidade e pelo tratamento humanizado. Referência em transplantes de fígado e rim e nas áreas de Oncologia e Cirurgia, desde 2002 o Grupo é mantido pela Fundação de Estudos das Doenças do Fígado Kotoulas Ribeiro (FUNEF).
O Hospital São Vicente Curitiba é um hospital geral de alta complexidade. Em uma estrutura moderna, conta com pronto-atendimento, centros médico, cirúrgico e de exames, UTI, unidades de internação e centro de especialidades. Possui o selo de certificação intermediária de transplantes hepático e renal da Central Estadual de Transplantes do Paraná e seu programa de Residência Médica é credenciado pelo Ministério da Educação (MEC) nas especialidades de Cirurgia Geral, Cirurgia Digestiva, Cancerologia Cirúrgica e Radiologia.
A instituição integra ainda a lista de estabelecimentos de saúde que atendem ao padrão de qualidade exigido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, órgão regulador vinculado ao Ministério da Saúde. Mais informações no site www.saovicentecuritiba.com.br.