Bares e restaurantes fecham 2022 sem repassar aumento dos insumos, mostra IPCA

Alimentos e bebidas tรชm alta de 11,64%, contra elevaรงรฃo de 7,47% na alimentaรงรฃo fora do lar

Valores de alguns itens pesaram na conta dos estabelecimentos | Foto: Wilian Ferreira

O รญndice de inflaรงรฃo divulgado pelo IBGE nesta terรงa-feira (10) mostra que os bares e restaurantes continuam segurando os repasses dos principais insumos para os cardรกpios.

Em dezembro, a inflaรงรฃo na alimentaรงรฃo fora do lar ficou em 0,52%, abaixo do รญndice geral de 0,62% e do nรบmero relativo aos alimentos e bebidas, de 0,66%.

No acumulado do ano, embora um pouco acima do รญndice geral (5,79%), a inflaรงรฃo no setor (7,47%) fechou muito abaixo do รญndice de aumento dos alimentos de bebidas (11,64%) e teve quase metade do aumento registrado na alimentaรงรฃo dentro de casa (13,23%).

Urubatan Sena, presidente da Abrasel Campos Gerais, ressalta que o resultado em 2022 afeta a saรบde financeira de bares e restaurantes. โ€œNรฃo repassamos aos nossos clientes as altas dos preรงos, pois sabemos que hรก receio no consumo e fazer isso seria igual a nada, pois haveria menor nรบmero de pessoas nas empresas, entรฃo รฉ necessรกrio que a economia se fortaleรงa e que o รญndice de aumento dos alimentos seja baixo em 2023โ€.

“Apesar de termos registrado a volta do movimento nos bares e restaurantes, o setor ainda estรก represando parte dos aumentos dos insumos. Esse รฉ um movimento histรณrico, se vocรช pegar um espaรงo mais amplo, como os รบltimos dez anos. Parte รฉ explicada pelo ganho de produtividade no setor, movimento acelerado pela pandemia, mas outra parte se deu pela falta de condiรงรตes de aumentar o cardรกpio num ano de retomada. O fato รฉ que, em termos relativos, diminui a distรขncia entre o custo de se comer em casa do custo de se comer em bares e restaurantes”, diz Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel Nacional.

No setor de alimentaรงรฃo fora do lar, as refeiรงรตes (5,86%) subiram bem menos que os lanches (10,67%) no acumulado do ano. Nos รบltimos doze meses, os insumos no geral ficaram mais caros como o arroz (5,98%), a batata inglesa (51,92%), cebola (130,14%), cenoura (2,52%), presunto (6,51%), leite longa vida (26,18%), biscoito (24,04%), pรฃo de queijo (20,03%), pรฃo de forma (29,72%). Jรก outros sofreram deflaรงรฃo, como รฉ o caso do feijรฃo preto (-6,01%), da carne de porco (-0,25%) e do filรฉ mignonย (-10,72%).

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