Apesar de metas e compromissos crescentes de grandes empresas na agenda da economia circular, o volume de resíduos sem destinação correta não para de crescer. Para não se afogar em plástico, a sociedade global busca soluções, desde o Tratado Global sobre a Poluição Plástica, no âmbito das Nações Unidas, a ser adotado em 2024, até inovações disruptivas.
Pensando em formas diferentes e inovadoras de ajudar na preservação do meio ambiente de forma sustentável, a empresa Likso, de Porto Alegre, dedica-se à educação ambiental e reciclagem de materiais plásticos. A empresa faz parte da comunidade do projeto revolucionário que ensina a fazer máquinas para reciclar plásticos ao alcance de todos.
Para ajudar a mudar essa estatística preocupante, o engenheiro e designer holandês, Dave Hakkens, desenvolveu máquinas para que qualquer pessoa possa reciclar em casa e começar um negócio de reciclagem fabricando por conta própria objetos feitos de plástico descartado.
As máquinas de Dave, batizadas de “Precious Plastic” (plástico precioso), foram baseadas em máquinas industriais, mas modificadas para serem menos complexas e mais flexíveis. Uma delas tritura o plástico em pequenos grânulos, há também uma extrusora, uma moldadora de plástico por injeção e uma moldadora de plástico por rotação.
A ideia da Likso é descentralizar a reciclagem no país, ensinando pessoas a reciclar plástico em qualquer lugar e tendo vários pequenos microempreendedores recicladores tem-se várias vantagens com nossos equipamentos, entre eles, não misturar os plásticos. Como a escala é pequena conseguimos separar plástico por plástico e isso faz com que tenha-se lá na ponta um produto de melhor qualidade. Outro ponto em destaque é a questão de consumo de carbono porque não é realizado transporte do plástico para uma separadora e toda cadeia de reciclagem tradicional. A Likso recebe o plástico, faz a triagem e transforma em produto e todo o processo é realizado no mesmo local de forma imediata”, explica Leonardo Bertacco, diretor da Likso.
Toda a tecnologia do projeto precious plastic é disponibilizada numa plataforma para ser utilizada por toda a comunidade no mundo todo, além de troca de conhecimento de novos materiais, etc. Como somos uma empresa menor com uma escala pequena podemos fazer produtos com tiragem de 100 chaveiros por exemplo para pequenos empresários”, ressalta Bertacco.
A parceria com a Solar Power Brasil, empresa gaúcha com mais de 15 anos de experiência no mercado de energias renováveis, é o de formular um módulo de energia solar para que essas máquinas de reciclagem funcionem sem utilizar a energia tradicional. Com isso, o produto será fabricado de forma 100% sustentável. “Esperamos em breve com essa parceria sustentável levar para vários lugares esse módulo de reciclagem, como por exemplo, numa praia onde serão coletados os plásticos e realizada a reciclagem e a fabricação das peças de forma imediata, no mesmo local e com isso, mais pessoas se engajarão no projeto”, ressalta Mario Morocini de Azambuja Jr, diretor de Novos Negócios da Solar Power Brasil (SBPR).
“Um dos principais projetos na parceria entre a Likso e a SPBR é o de equipar os containeres dos centros de reciclagem com energia solar, para que as máquinas modulares sejam autônomas e 100% sustentáveis, utilizando em toda a cadeia produtiva energia renovável, sem depender de energia poluente e com ganhos econômicos substanciais”, enfatiza Mario.
Em comemoração a essa parceria a Likso confeccionou um lote de chaveiros para comemorar a parceria com a Solar Power Brasil. Os chaveiros foram fabricados na cor azul, de um galão de água coletado na praia de Albardão (litoral Sul do RS) e o branco foi utilizado de tampinhas de caixas de leite.
O objetivo final de todo o projeto é o de gerar renda para as comunidades através da reciclagem dos plásticos em pequena escala, em centros recicladores com baixíssimo custo de investimento e manutenção, para que as pessoas se insiram no processo e terem um ganho não só sustentável ecologicamente mas também economicamente.
A Likso também iniciou assessoria para construção de máquinas recicláveis para comunidades e no ano passado o primeiro projeto foi aprovado em Porto Alegre, na Vila Santa Terezinha, também conhecida como Vila dos Papeleiros, proporcionando equipar um container para ter o centro de reciclagem ativo.
O ano está recém começando e com ideias disruptivas, com engajamento e mobilização de todos, incluindo as empresas, poderemos fazer um mundo mais sustentável e um país líder na geração e utilização de energias renováveis.