Em novembro foi apresentado no Senado Federal novo PL com objetivo de dobrar o valor da multa para quem for pego usando celular ao volante
Em época de hiperconectividade, transmissões ao vivo de shows, jogos de futebol e reuniões de trabalho feitas de qualquer lugar, um alerta deve ser feito quanto aos perigos do uso do celular enquanto se está conduzindo veículos e motocicletas. Associar celular e direção é uma atitude perigosa e que pode colocar a vida do condutor e demais usuários das vias e rodovias em risco.
O uso inadequado do celular, a famosa “é só uma olhadinha rápida”, além de imprudente é também proibida por lei. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, no artigo 252, é uma infração gravíssima o condutor estar segurando ou manuseando telefone celular.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Utah, nos Estados Unidos, mostrou que a combinação celular e trânsito pode aumentar em até 400% o risco de acidentes. Ao desviar o olhar para ler uma mensagem, por exemplo, o condutor perde cerca de cinco segundos da atenção. Se ele estiver a 80 km/h, é como se percorresse um campo de futebol inteiro sem ver o que está acontecendo do lado de fora. Apesar disso, um levantamento realizado pelo Detran de São Paulo, em 2022, indicou que o número de multas por uso de celular ao volante no primeiro semestre deste ano subiu de 53 mil para 140 mil; comparando com o mesmo período de 2021, são 160% de alta. Ou seja, o comportamento imprudente só aumenta.
Segundo a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), cerca de 675 brasileiros se arriscam todos os dias ao utilizar o aparelho enquanto dirigem, o que revela que, a cada hora, 28 condutores negligenciaram a atenção ao volante, reforçando uma das principais causas de sinistros de trânsito no Brasil.
Lei mais dura para mudar o cenário
O cenário de perigo está motivando novas alterações legislativas. Neste ano, um novo projeto de lei (PL 2699/2022) foi apresentado no Senado Federal com objetivo de dobrar o valor da multa para quem for pego usando celular ao volante, esse que é, segundo a nova proposta, a terceira maior causa de mortes no trânsito no Brasil, ficando atrás apenas do excesso de velocidade e da embriaguez ao volante.
Os riscos de se envolver em sinistros de trânsito aumentam expressivamente com um celular dividindo atenção, especialmente quando as mensagens são digitadas. “O Código de Trânsito Brasileiro – e o bom senso do motorista responsável – diz que se deve estar atento durante todo o tempo de condução do veículo. Por isso é preciso que os motoristas entendam definitivamente que, assim como a bebida alcoólica, o telefone não combina com direção. Um trânsito mais seguro depende da consciência e da atitude de todos”, completa Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons.