Arquiteta Isabella Nalon explica como essa concepção facilita as tarefas diárias e agrega, além da beleza, a praticidade e organização
Cada ambiente demanda necessidades diferentes, onde os móveis precisam ser eleitos de acordo com aquilo que os moradores precisam para o local. A cozinha, por exemplo, requer móveis que ofereçam funcionalidade, com lugares específicos para armazenamento de alimentos, louças e outros itens. Sendo assim, a marcenaria é uma grande aliada quando se trata de projetar uma cozinha prática e com um apelo estético incrível.
De acordo com a arquiteta Isabella Nalon, à frente do escritório que leva o seu nome, esse é um ambiente que não pode faltar ao planejamento cumprido à risca. Por isso, a execução da marcenaria, por conceber uma identidade única, dá a tônica para todo o desenvolvimento do projeto. Acostumada a empregar a marcenaria de forma eficiente em seus projetos, ela compartilha dicas preciosas a seguir.
Definindo os espaços
Analisar o volume de itens que o morador armazenará é fundamental para se ter uma ideia da quantidade e a distribuição dos armários e gavetas. Segundo Isabella, talheres e jogos americanos pedem gavetas mais baixas, enquanto panelas e tampas possibilitam ter um gavetão dedicado para todas as peças. Por fim, ela orienta considerar um local específico para os potes plásticos e travessas e sugere que gavetas e gavetões estejam na parte inferior a fim de facilitar a visualização e acesso nos níveis próximos ao piso.
Já os armários costumam ficar na parte superior ou nos cantos em ‘L’. “É essencial definir onde esse volume será acomodado para especificar as ferragens corretas. Temos corrediças que suportam mais ou menos peso e dobradiças especiais para todos os tipos de porta, entre outras situações”, detalha a arquiteta.
No que diz respeito às medidas e quantidades de nichos para armazenamento, a arquiteta sugere que a cozinha tenha, pelo menos, quatro gavetas com altura aproximada de 15 cm para guardar talheres do dia a dia, panos de prato e jogos americanos. Nessa contagem, vale ainda considerar dois gavetões altos, com 30 cm, para panelas e tampas, um gavetão para potes, uma porta para lixeira retrátil, um extensor para porta temperos e panos de prato, além de uma área dedicado aos copos.
Marcenaria e eletrodomésticos
Outro ponto crucial é ter a lista dos eletrodomésticos que serão usados no projeto. A arquiteta lembra que a localização da marcenaria e dos eletrodomésticos fazem toda a diferença na rotina da família e, quando posicionados de forma incorreta, atrapalha até as tarefas simples. Além disso, o planejado não deve encobrir os pontos de elétrica, hidráulica e gás nos locais onde for adicionado.
Vale também lembrar que fornos, micro-ondas, exaustores e coifas devem apresentar um certo distanciamento ou dimensões confortáveis nos nichos para serem embutidos, facilitando a ventilação e o funcionamento correto do aparelho. “Gosto de trabalhar com a disposição triangular que privilegie a proximidade com o cooktop, cuba e geladeira, sempre respeitando as áreas de circulação. Alguns eletrodomésticos podem, inclusive, serem embutidos na marcenaria ou terem a cor escolhida de acordo com o estilo do seu ambiente”, comenta Isabella.
Cores e acabamentos certos
Cores e acabamentos na marcenaria da cozinha fazem toda a diferença. Mais do que proporcionar beleza e sofisticação, deixa o décor alinhado com o estilo e personalidade dos moradores. Isabella afirma que a escolha da cor é algo muito pessoal. “Podemos ter cozinhas com uma paleta que envolve desde as tonalidades mais claras e neutras, até os ambientes com predominância do preto ou cores mais fortes. O importante é atentar-se se os materiais facilitam a limpeza e manutenção e que sejam resistentes ao uso diário e constante do local”, enfatiza. A arquiteta completa dizendo que para evitar erros, o mais recomendado é seguir o estilo já existente no restante do imóvel.
Já o acabamento, é um elemento que impacta diretamente na qualidade, durabilidade e aparência do ambiente. Sendo assim, é muito importante ficar atento e verificar se o acabamento é o mais adequado para o uso do espaço e se resistirá às atividades diárias. Materiais com MDF, MDP, laca, folha de madeira natural, aço e palha são opções recorrentes nos projetos. “Meu conselho é analisar quem usará o espaço e qual será a intensidade”, alerta Isabella.
Iluminação
A iluminação embutida nos móveis planejados é um recurso que contribui para a ambientação dos espaços e é muito bem-vindo nas cozinhas. Umas das possibilidades é trabalhar com canaletas de led em nichos para gerar um efeito aconchegante. Esse tipo de iluminação pode ser instalado nos armários que ficam acima da bancada, melhorando a visibilidade da área de trabalho. “É primordial que esta iluminação seja especificada ainda em projeto, e não durante ou após a montagem. Assim, garantimos um bom acabamento e evitamos transtornos”, conclui a arquiteta.
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