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Dengue: retorno de cepas e surtos acendem alerta para aumento de casos graves da doença e trazem dúvidas sobre melhor momento para buscar atendimento

Brasil já registrou quatro casos de sorotipo 3, que não era diagnosticado desde 1996 no país

Depois de sete anos, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou quatro casos de pessoas infectadas com o sorotipo 3 da dengue, um deles em Curitiba, no Paraná. Segundo a instituição, a doença foi importada, pois a pessoa diagnosticada havia viajado para o Suriname, onde pode ter contraído a dengue. Os outros três casos foram autóctones, do estado de Roraima, com pacientes que não tinham histórico de viagens.

Para o infectologista do Hospital São Marcelino Champagnat, Bernardo Almeida, a volta do “sorotipo 3” acende o alerta para casos graves da doença. “A preocupação se dá porque essa cepa da dengue não era diagnosticada desde 1996 e a população já estava vacinada e imunizada para esse tipo. Com mais de uma cepa circulando, aumentam as chances de  reinfecção e incidência de casos graves, comprovados pelas oito mortes já registradas no Paraná.”

Fases da dengue

A dengue tem três estágios importantes que devem ser observados. O primeiro, chamado de febril, dura de três a sete dias e o principal sintoma é a febre, mas que vem acompanhada de dor de cabeça, no fundo dos olhos, vômito, dor no corpo, nas articulações e, eventualmente, manchas na pele. A segunda fase, conhecida como crítica, nem todos a atingem. Nela, estão as manifestações hemorrágicas, os sangramentos e o choque, que ocorre quando a pressão arterial cai a níveis críticos; dura normalmente três dias, mas pode se prolongar por mais tempo em pessoas que acabam internadas. A última fase é a de recuperação, que finaliza em dois ou quatro dias e é marcada pelo cansaço e pela fadiga.

“Em caso de suspeita de dengue, a hora certa de procurar um hospital é na segunda fase, que pode ser monitorada pelo paciente ou cuidador, e apresentar dor abdominal intensa, vômito persistente e sangramentos nas fezes ou gengiva, grande irritabilidade e mais sono do que o normal e ainda quando se tem queda na pressão mesmo deitado ou em pé”, explica o infectologista. “O tratamento é basicamente: medicações como antitérmico e analgésicos, além de hidratação”, complementa.

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