Empresas familiares: o papel das mães a frente dos processos de Governança e Sucessão

Em empresas familiares, o desafio de garantir o futuro do negócio passa pela preparação de filhos em sua jornada pessoal e profissional

Empresas familiares têm características que são únicas e desafios que são diferentes de outras composições societárias. As relações familiares muitas vezes se cruzam com os papeis dentro da empresa também. E o que acontece quando a mulher precisa desempenhar o papel de mãe e conduzir um processo de sucessão familiar junto com seus filhos?

A Ana Kcenia de Miranda é uma dessas mulheres. Além de mãe, Ana é empresária e a história da vida dela está conectada com o campo. Desde a infância acompanhava o pai e o avó nos afazeres nas fazendas da família, que produzem atualmente mais de 21.500 toneladas de grãos por ano. Mas, somente em 2020, com a perda do pai que era o gestor, foi que Ana assumiu a direção dos negócios.

O processo de sucessão, desenhado pelo pai em parceria com a GoNext, consultoria especializada em Governança e Sucessão para empresas familiares, já havia começado, mas foi quando Ana assumiu o negócio que o processo ganhou tração. “No 25 de setembro de 2020, infelizmente meu amado pai faleceu. Ali eu senti que minha família tinha aumentado muito e que muitas pessoas dependiam de mim. Naquele momento eu tive a certeza que continuaria com o legado do meu pai, e por isso decidi investir mais fortemente na Governança Corporativa”, explica a empresária.

Atualmente, Ana é diretora e presidente do Conselho de Administração da AK Miranda, empresa da família. Desde o momento que assumiu, ela iniciou a preparação dos seus filhos (uma veterinária e outro agrônomo), para a sucessão. Hoje em dia os filhos participam do dia a dia da empresa, de reuniões e acompanham indicadores do negócio, para que estejam familiarizados com a realidade da empresa.

“Nós não tínhamos um conselho estruturado, nem regras normativas dentro da empresa. Agora já conseguimos avançar e sabemos que todo esse processo vai garantir o futuro de muitas gerações da família”, afirma Ana. 

A AK Miranda também investe na formação de processos robustos de gestão e desenvolvimento de lideranças, por meio do PAEX – um programa da JValério em parceria com a Fundação Dom Cabral para empresas familiares que buscam aumentar os seus resultados e conquistar a longevidade para seus negócios por meio de modelos de gestão estruturados. Lucas Tzascos, que cresceu com a família acompanhando de perto o dia a dia a empresa, é uma das lideranças que passa pelo processo de desenvolvimento. Hoje, ele ocupa o cargo de CEO: “Para mim o PAEX tem sido fundamental no processo de desenvolvimento das habilidades de gestão. Hoje me sinto muito mais seguro e preparado para estar junto com a Ana a frente do negócio”. “O Lucas para mim é uma mistura de filho e irmão. Fico muito feliz que ele esteja ao meu lado nesse processo e mais ainda de acompanhar toda a evolução que ele teve ao longo dessa jornada” – afirma Ana

Para o Presidente do Conselho de Administração da GoNext, Eduardo Valério, o processo de sucessão em empresas familiares é um aprendizado para todos e uma iniciativa que garante que a empresa se mantenha saudável por muitos anos: “É muito gratificante quando passamos um bom tempo com as famílias empresárias e percebemos que eles entendem a importância de investir em Governança e fazer a sucessão nesses negócios. O processo não é rápido e por isso a melhor hora de começar é sempre agora”, explica Valério.

A evolução no desempenho das empresas e a garantia de que a organização tem um futuro longevo e promissor é um motivador importante para quem precisa começar um processo sucessório: “a sucessão da direção dos negócios é apenas um dos pontos que discutimos na nossa metodologia. A implantação da governança corporativa traz resultados econômicos e a garantia de que a empresa estará saudável por muitos anos e estará presente na vida de várias gerações da família”, conclui Valério.

Para Ana, o processo tem sido tão desafiador quanto gratificante e qualquer semelhança com a maternidade não é mera coincidência. O que move essa empresária é a garantia do bem-estar dos filhos no futuro: “no começo, assumir os papeis de mãe e Diretora e Presidente de Conselho de uma empresa familiar foi desafiador. Mas hoje vejo que conciliar essas duas tarefas foi a escolha certa, pois estou dando sequência a um trabalho que começou com o meu pai e que vai garantir o sustento dos meus filhos e das próximas gerações”, conclui.

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