Estudo brasileiro mostra impacto positivo do exercício físico em pacientes oncológicos que fazem tratamento com imunoterapia

Esta é a primeira pesquisa que mostra a viabilidade de um programa de exercícios remotos supervisionados entre pacientes com câncer recebendo imunoterapia na América Latina.  

A prática de exercícios físicos regulares durante o tratamento de câncer pode melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente. Um estudo inédito conduzido pelo oncologista do Grupo Oncoclínicas, Paulo Bergerot, mostrou o impacto positivo do exercício físico em pacientes com câncer em tratamento com imunoterapia.

O trabalho, apresentado no 11º Congresso Internacional Oncoclínicas e Dana-Farber, que acontece em São Paulo entre os dias 14 e 16 de setembro, avaliou 40 pacientes com diferentes tipos de câncer em tratamento com imunoterapia isolada ou realizada em combinação com quimioterapia. Os pacientes iniciaram um programa de atividades físicas remoto e supervisionado de 12 semanas que incluiu exercícios de resistência e aeróbicos, realizados por 3 a 5 horas semanais (4 a 6 dias por semana). As atividades físicas foram orientadas e supervisionadas pelo preparador físico Jonas Ribeiro. Considerando a característica remota do estudo, foi utilizado as plataformas WhatsApp para contato direto com os pacientes e Vedius para prescrição dos exercícios. Os pacientes foram acompanhados também por uma equipe médica e psicológica no início e ao final do estudo.

 

De acordo com o oncologista e autor da pesquisa, o objetivo foi desenvolver um método de intervenção com acompanhamento remoto e estudar a viabilidade de implantação do projeto para pacientes em tratamento oncológico.

 

“Estudos recentes já vêm demonstrando que a prática de exercícios deve ser estimulada não apenas como método eficaz de prevenção ao câncer na população em geral, mas especialmente ao paciente após o diagnóstico de câncer seja na fase do tratamento ou depois dele. Ressalta-se ainda que há um grande potencial de expansão deste método de atenção ao paciente. Os resultados deste primeiro estudo mostram que esta é uma estratégia promissora e de baixo custo, portanto, com potencial de ser implementado em serviços públicos para pacientes com câncer menos favorecidas economicamente”, destacou o médico.

 

Os participantes tinham idade mediana de 59 anos e eram predominantemente do sexo feminino. A maioria dos pacientes analisados foi diagnosticada com câncer de mama (24,4%) e câncer renal (22,0%).

 

“Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a examinar a viabilidade e eficácia de um programa de exercícios remotos supervisionados entre pacientes com câncer recebendo imunoterapia na América Latina. Nossos resultados demonstraram, portanto, que este programa remoto é viável e pode melhorar os sintomas relacionados ao tratamento, a fadiga, ao mesmo tempo em que fornece uma alternativa prática e de fácil acesso aos pacientes. Essa linha de pesquisa será aprofundada em diferentes cenários em estudos subseqüentes de maior porte como ensaios clínicos randomizados”, finaliza o oncologista do Grupo Oncoclínicas.

 

11º Congresso Internacional Oncoclínicas e Dana-Farber reunirá mais de 5 mil especialistas 

 

Ao todo, o Congresso Internacional Oncoclínicas e Dana-Farber Cancer Institute terá mais de 300 palestrantes, entre convidados nacionais e internacionais, com a apresentação de 16 módulos nas temáticas de ginecologia, pulmão, mama, urologia, hematologia, gastrointestinal, medicina de precisão, sarcoma, pele, cabeça e pescoço, sistema nervoso central, multidisciplinar, cuidados paliativos, neuroendócrinos, onco-hemato-pediatria, radioterapia.

 

O evento contará ainda com a palestra de Marcelo Gleiser, cientista de renome internacional, professor titular de física e astronomia no Dartmouth College, com doutorado pelo King’s College de Londres, que abordará a questão da inteligência artificial e suas implicações para o futuro com foco no cenário da Medicina. Ao todo, é esperada uma audiência total de mais de 5 mil participantes, entre os quais oncologistas e médicos de diferentes especialidades, cirurgiões, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e outros especialistas multidisciplinares envolvidos na linha de cuidado oncológico.

 

“A ideia, como de todo o congresso, é não só apresentar inovações – que são fundamentais e centrais, mas abrir espaço para discussões, debates e intercâmbio de conhecimentos em diferentes áreas da oncologia – e não apenas das doenças em si. E esse ano, a programação reúne esforços exatamente nesse sentido, sempre tendo o paciente no centro de todos os módulos do congresso”, enfatiza Max Senna Mano, oncologista do Grupo Oncoclínicas e coordenador do Congresso.

 

A apresentação de casos clínicos para diversos tipos de câncer, como de mama e pulmão, e painéis com as visões multidisciplinares de especialistas permeiam ainda a agenda dos três dias de evento. Nessa linha também estão na grade de programação mesas de discussões que ampliam a visão sobre a jornada de cuidado oncológico e caminhos para a assistência inclusiva. Sobrevivência do câncer, robótica, nutrição e cuidados paliativos, da mesma forma, estão presentes nas temáticas de diferentes salas.

 

Sobre a Oncoclínicas&Co

 

A Oncoclínicas – maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina – tem um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.600 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade. Atualmente possui 134 unidades em 35 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.

 

Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos e acesso ao tratamento oncológico, realizando mais de 595 mil tratamentos nos últimos 12 meses. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos mais reconhecidos centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MedSir, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer. A companhia também desenvolve projetos em colaboração com o Weizmann Institute of Science, em Israel, uma das mais prestigiadas instituições multidisciplinares de ciência e de pesquisa do mundo, tendo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas, como membro de seu board internacional.

 

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