Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, 143 mil procedimentos foram realizados no Brasil em 2022. Japão foi o primeiro colocado neste tipo de cirurgia
O excesso de pele das pálpebras superiores e as bolsas de gordura que se formam na parte inferior dos olhos é algo muito comum, principalmente em pessoas da melhor idade. Essa é uma situação tão comum que o Brasil é o segundo país do mundo em números de Blefaroplastia – nome que se dá ao procedimento para a retirada desse excesso de pele e bolsas de gordura. Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês), 143 mil Blefaroplastias foram realizadas no Brasil em 2022. Só o Japão realizou mais intervenções desse tipo no mesmo período.
Um dos três procedimentos plásticos mais feitos do mundo e mais comum entre as mulheres, a Blefaroplastia tem a função de corrigir casos que afetam as regiões das pálpebras. Em algumas situações, pode-se abordar também uma ptose palpebral (quando ocorre uma menor abertura dos olhos) correção de frouxidão palpebral inferior (quando esta existir), elevação dos supercílios – sobrancelhas (quando houver indicação). Quando a Blefaroplastia se associa com estas outras técnicas, ela é chamada de Blefaroplastia estruturada. O oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná e especialista em oculoplástica, Dr. Rodrigo Beraldi, explica que, com o passar dos anos, a produção natural de colágeno no corpo humano vai desacelerando, o que afeta a aparência e a saúde da visão. “Esse é um problema que pode ser familiar, dependendo da anatomia da pálpebra e da órbita, pode afetar até mesmo pessoas mais jovens, com 20, 30 anos, estão predispostas a ter. Outra questão é o avanço da idade. Existem estruturas que vão se afrouxando, tendões, a gente vai perdendo o colágeno, e assim acaba sobrando um pouquinho mais desse excesso de pele”, explica.
A avaliação se o paciente tem a indicação de fazer a Blefaroplastia é feita após uma consulta oftalmológica. “Como uma das funções da pálpebra é proteger os olhos, durante a consulta o especialista deve avaliar a qualidade de visão desse paciente, ver como é o seu filme lacrimal, se tem um olho seco muito severo que contraindique essa cirurgia, o movimento dos olhos, ou tentar identificar outro problema oftalmológico. Se o excesso de pele for mais severo e estiver atrapalhando o campo de visão do paciente, a cirurgia se faz necessária. Caso contrário, se esse excesso de pelo for menor e mais discreto, e não estiver comprometendo o campo visual, entra como procedimento estético – sendo realizado por opção do paciente”, explica Dr. Beraldi.
Recuperação
A Blefaroplastia demora em média uma hora e é realizada normalmente com anestesia local e sedação. Logo após, o paciente fica durante algum tempo em observação e depois ganha alta. “No pós-operatório, temos dois cuidados importantes a serem tomados: um é proteger os olhos do sol, devido ao corte (incisão) que é feito na pele, e também moderação na atividade física, entre 3 a 4 semanas”, afirma o especialista. Outra dúvida comum a muitas pessoas é o local, onde essa cirurgia deve ser realizada, se em ambiente hospitalar ou em consultórios. “Toda cirurgia é muito importante fazer ou em uma clínica que tenha um suporte importante, com anestesista, ou em um hospital, com todo o suporte da equipe médica, de enfermagem, dentro de um centro cirúrgico”, recomenda.