Para selecionar com assertividade, recrutadores e lideranças empresariais devem enfrentar o desafio do desenvolvimento pessoal
Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, a identificação do perfil comportamental no processo de contratação de candidatos é essencial para o sucesso das empresas. Nesse processo, o recrutamento e a seleção de profissionais que se encaixem na cultura organizacional e possuam as habilidades necessárias para desempenhar suas funções de maneira eficaz é um desafio que demanda não apenas o domínio de técnicas de seleção, mas também o desenvolvimento pessoal dos recrutadores e líderes das empresas.
“O perfil comportamental de um candidato vai muito além de suas habilidades técnicas, envolvendo aspectos relacionados à personalidade, valores, motivações e forma de se relacionar com colegas e superiores. Cabe ao profissional de recrutamento, ou mesmo à liderança das empresas, prever os comportamentos e as reações dos futuros colaboradores, para que assim seja possível garantir uma contratação assertiva e que traga benefícios para a organização, e não o contrário”, explica a coach, palestrante e diretora da Febracis Paraná, Daniella Kirsten,
Nesse processo, Daniella conta que a importância do desenvolvimento pessoal dos recrutadores não pode ser subestimada, pois para identificar o perfil comportamental dos candidatos, é necessário que esses profissionais estejam capacitados a se conhecer em primeiro lugar. “Contratações erradas geram um custo enorme às organizações, por isso a pessoa incumbida de fazer a seleção deve, acima de tudo, ser alguém que se conhece, que desenvolveu a inteligência emocional, a empatia, e a habilidade de analisar o comportamento humano de forma objetiva. E esse é um processo que demanda muito autoconhecimento”, conta.
Estratégia de desenvolvimento pessoal para recrutadores e lideranças
Ao criar um ambiente que proporcione o desenvolvimento de seus colaboradores, com uma estratégia sólida de desenvolvimento pessoal, as empresas aprimoram suas habilidades de seleção, promovendo uma contratação mais assertiva e, consequentemente, evitando custos desnecessários. “As empresas podem oferecer uma série de ferramentas para o desenvolvimento pessoal de seus colaboradores, como promover a cultura do feedback e oferecer mentorias e coaching a recrutadores e líderes experientes, visando poder ajudá-los a aprimorar suas habilidades pessoais e de análise de perfil comportamental. Dessa forma, é possível proporcionar uma transferência de conhecimento que traga também os valores da empresa como premissa”, explica.
Outro ponto importante é a empresa estabelecer métricas para avaliar a eficácia das contratações e a identificação de perfis comportamentais, ajudando a determinar a qualidade das contratações e a identificar áreas que precisam de melhorias. “O desenvolvimento pessoal é uma jornada contínua de aprendizado e crescimento. Investir tempo e recursos nesse desenvolvimento pode resultar em uma equipe de seleção mais eficaz, capaz de identificar com precisão o perfil comportamental dos futuros colaboradores, reduzindo custos e promovendo um ambiente de trabalho ainda mais produtivo e colaborativo, e impulsionando o sucesso a longo prazo”, afirma Daniella.
Diretrizes estratégicas para o desenvolvimento pessoal
Ter conhecimento de ferramentas de avaliação
Os recrutadores e líderes devem se familiarizar com ferramentas de avaliação comportamental, como o DISC, o MBTI e o Big Five. Isso envolve treinamento e certificação para garantir que estejam aptos a aplicar e interpretar os resultados de forma precisa.
Desenvolvimento da inteligência emocional
A inteligência emocional é uma competência essencial para a análise de perfis comportamentais. Recrutadores e líderes devem trabalhar o autoconhecimento e a empatia, o que lhes permite compreender as emoções e reações dos candidatos de forma mais precisa.
Compreender a cultura organizacional
É fundamental que recrutadores e líderes conheçam a fundo a cultura da empresa. Isso os ajudará a identificar candidatos que se alinhem aos valores e à forma de operar da organização. Nesse ponto as empresas podem incentivar ações de comunicação interna que reforcem os valores da empresa e apostar em cursos e mentorias que direcionam os profissionais.
Promover o feedback e o aprendizado contínuo
Promover uma cultura de feedback é essencial, uma vez que fomenta a construção de um ambiente colaborativo. Quando todos têm a certeza de que estão sendo apoiados, sentem-se mais seguros e confiantes em colaborar com os colegas. Isso também os encoraja a expressar suas opiniões, contribuir com ideias e esclarecer dúvidas, mesmo em projetos já em andamento.
Aprendizado constante
A educação continuada não traz benefícios apenas para os indivíduos, mas também para as organizações. As tendências demonstram de forma evidente que cada vez mais empresas estão adotando a filosofia de aprendizado ao longo da vida, pois isso resulta em vantagens como o aumento da produtividade global e a melhoria do ambiente de trabalho.
Mentoria e coaching
Oferecer mentoria e coaching a recrutadores e líderes experientes pode ajudá-los a aprimorar suas habilidades de análise de perfil comportamental. Essa abordagem proporciona uma transferência de conhecimento valiosa que leva ao entendimento pessoal e de todo o ecossistema.
Medição de Resultados
Estabelecer métricas para avaliar a eficácia das contratações e de identificação de perfis comportamentais é uma prática importante, pois ajuda a determinar a qualidade das contratações e identificar áreas que precisam de melhorias.
Foco na flexibilidade e adaptação
As estratégias de desenvolvimento pessoal devem ser flexíveis e adaptáveis, pois o mercado de trabalho e as necessidades da empresa podem mudar ao longo do tempo, portanto os recrutadores e líderes devem estar dispostos a ajustar suas abordagens conforme necessário.