Nos dez primeiros meses do ano, já foram vendidos no país mais carros elétricos do que em todo o ano de 2022. Aumento na frota gera preocupação por formas de abastecimento. A utilização da energia solar é apontada, por especialistas, como a melhor solução para potencializar as qualidades dos veículos, como economia e baixo impacto ao meio ambiente.
O aumento da frota de veículos elétricos leves no país registrou emplacamento de 67.047 unidades nos dez primeiros meses deste ano, o que representa crescimento de 73% se comparado ao mesmo período do ano anterior. Os dados já superam todas as vendas de 2022, quando foram emplacados 49.245, segundo divulgado pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Porém, existe a preocupação com formas de abastecimento que vão de encontro com as vantagens dos veículos, que causam menor impacto ao meio ambiente. A utilização da energia solar como opção nos eletropostos é apontada por especialistas como a melhor solução, já que é uma fonte renovável.
“A utilização de placas fotovoltaicas como fonte energética nos eletropostos potencializa as qualidades dos veículos elétricos, como economia e baixo impacto ao meio ambiente. Embora esteja mais acessível hoje, a implantação de sistemas fotovoltaicos não deve ter um crescimento acentuado nos próximos anos por conta de questões fiscais e jurídicas do país, mas, os empresários que tiverem visão de futuro e investirem nesses sistemas terão um grande diferencial competitivo no mercado”, comenta Sandro Marin, diretor da Tek Energy e Tek Trade, empresas especializadas na importação e instalação de sistemas solares fotovoltaicos.
Com o desenvolvimento da eletromobilidade no país, surgiu a necessidade de se regulamentar as atividades de recarga dos veículos elétricos pela concessionária de energia elétrica. Entretanto, do ponto de vista tributário, não há ainda uma definição exata sobre a cobrança e os tributos que devem incidir sobre os postos com atividades de recarga de carros elétricos. “A demora na regulação das concessionárias para as unidades de recarga é um desestímulo para novos investimentos em geração de energia distribuída”, avalia o diretor.
Além disso, o número de eletropostos não tem crescido com a mesma velocidade da frota de veículos elétricos, é o que apontam os dados da ABVE. Em agosto, o país contava com 3.800 eletropostos, o que dá uma média de 50 veículos para cada posto. Segundo recomendações internacionais, a proporção ideal é de 10 para cada ponto de abastecimento.
Recentemente, uma montadora sueca que produz carros elétricos no Brasil anunciou que vai investir R$ 50 milhões para instalar 73 novos eletropostos em diferentes estados. Com isso, a empresa vai atingir a marca de 101 pontos de carregamento, com aporte total de R$ 70 milhões. Outro investimento importante no setor foi anunciado em Santa Catarina. A empresa de geração de energia Celesc, em parceria com o Governo do Estado, vai investir um valor considerável para ampliar o corredor de recargas. Atualmente, o estado já possui uma das maiores redes eletrificadas do país, com mais 1.500 km de estradas com estações de recarga.