No Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, maior Serviço de Oncologia e Hematologia pediátrica do Paraná completa 55 anos

 No Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, maior Serviço de Oncologia e Hematologia pediátrica do Paraná completa 55 anos
Foto: Camila Hampf/Hospital Pequeno Príncipe

Pioneiro no atendimento a crianças e adolescentes com câncer infantil no Brasil, Pequeno Príncipe também alerta para a importância do diagnóstico e tratamento precoces

Dores fortes nas pernas, cansaço ao subir escadas e ao realizar atividades físicas na escola e aparecimento de um nódulo foram os sinais de alerta que levaram Sophia Grevinski, de 12 anos, ao diagnóstico de osteossarcoma, um tumor ósseo com maior frequência na infância e adolescência. “Eu nunca tinha ouvido falar disso e decidi não pesquisar nada para não ser pior. Uma semana depois do diagnóstico, eu já estava iniciando a quimioterapia, foi bem rápido. Foi dando tudo muito certo e mesmo antes da cirurgia eu percebi que eu não tinha mais aquele caroço na minha perna e eu não estava mais sentindo dor”, conta a paciente.

Na data em que são celebrados os 55 anos do maior e mais antigo Serviço de Oncologia e Hematologia pediátrica do Paraná e a qual também é lembrada como o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, 23 de novembro, o Hospital Pequeno Príncipe reforça a importância do diagnóstico precoce dos diferentes cânceres que acometem crianças e adolescentes, para uma maior chance de cura. “Além de estar relacionado a melhores chances de cura, quando se tem um diagnóstico precoce, geralmente o tratamento da neoplasia também é menos agressivo e com menos efeitos colaterais. As chances de cura dependem muito do tipo do câncer, mas de uma maneira geral, independentemente do tipo, hoje podemos dizer que cerca de 75% das crianças evoluem para uma cura”, explica a oncologista Ana Paula Pedro Bom, do Hospital.

Sinais de alerta

Alguns sinais podem passar despercebidos por serem comuns em outras doenças, então pais e responsáveis devem estar ainda mais atentos aos sintomas:

  • febre persistente;
  • queixas de dores;
  • distúrbios visuais e reflexos nos olhos;
  • palidez inexplicada;
  • fraqueza constante;
  • aumento progressivo dos gânglios linfáticos;
  • manchas roxas e caroços pelo corpo, não relacionados a traumas;
  • dores de cabeça, acompanhadas de vômitos;
  • perda de peso, com aumento/inchaço na barriga; e
  • suores constantes e prolongados.

55 anos de referência no tratamento de crianças e adolescentes com câncer

No início da década de 1960, um estudante de medicina chegou ao Hospital Pequeno Príncipe para aprimorar a sua formação. O encontro desse profissional com as crianças que enfrentavam o câncer impactaria a sua carreira, a estrutura do Pequeno Príncipe e a vida de milhares de pacientes e suas famílias.

Esse estudante era o Eurípides Ferreira, um dos grandes nomes da hematologia no Brasil, responsável pela realização do primeiro transplante de medula óssea feito no país. Foi ele quem iniciou os atendimentos às crianças que lutavam contra o câncer e contra as doenças hematológicas, numa época em que o diagnóstico quase equivalia a uma sentença de morte.

Alguns anos depois, em 1968, o Serviço de Oncologia e Hematologia do Pequeno Príncipe foi formalizado. Com a chegada de novos profissionais, como a médica Flora Mitie Watanabe, o serviço cresceu e se tornou um dos mais importantes e completos do Brasil. Em 2023, completa 55 anos, aliando experiência, inovação, muito conhecimento, formação de novos profissionais e humanização para promover atendimentos resolutivos, que alcançam um índice médio de cura de 74%.

Linha completa de cuidados

Um dos grandes diferenciais do Serviço de Oncologia e Hematologia do Hospital Pequeno Príncipe é a oferta de uma linha completa de cuidados. Para a realização do diagnóstico, a instituição conta com o Centro de Imagem, onde é possível realizar desde exames mais simples, como o raio-X, até ressonâncias magnéticas.

O paciente também tem à sua disposição o Centro de Diagnóstico Avançado Pequeno Príncipe, no qual se pode fazer uma série de exames genéticos, fundamentais para a elucidação de alguns casos e para a avaliação do prognóstico da doença, orientando o médico na tomada de decisão a respeito de quais os melhores e mais efetivos tratamentos.

Após a confirmação do diagnóstico, o paciente dispõe de uma estrutura especialmente dedicada ao tratamento tanto clínico quanto cirúrgico. São 21 leitos de internamento, ambulatório de quimioterapia, sala cirúrgica com equipes especializadas e leitos de UTI que oferecem todo o suporte necessário.

Além disso, o Pequeno Príncipe conta com 35 especialidades que são essenciais para um atendimento completo. São neurologistas, ortopedistas, cardiologistas, geneticistas e muitos outros especialistas que avaliam o paciente de forma integral. Psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos e enfermeiros estão entre os profissionais que completam o time.

Os meninos e meninas que têm indicação podem fazer também na instituição o transplante de medula óssea e ainda o Car-T Cell, uma terapia inovadora que ajuda a enfrentar alguns tipos de câncer quando as demais terapias não apresentam resultados. Para os pacientes que precisam de algum tipo de reabilitação, o Pequeno Príncipe disponibiliza duas estruturas: uma dentro do próprio Hospital e outra exclusiva para recuperação, o Centro de Reabilitação e Convivência Pequeno Príncipe.

Finalizada a etapa mais intensa do tratamento, os pacientes recebem acompanhamento ambulatorial até que possam comemorar a sua cura. Em todo esse percurso, podem contar com atendimento 24 horas por dia, sete dias da semana, no Pronto-Atendimento, e com uma equipe altamente qualificada e comprometida com a vida e a saúde de cada um dos meninos e meninas que enfrentam essa batalha.

Humanização

A oncologista Ana Paula ressalta que, além de cuidar da saúde física, o Pequeno Príncipe também garante outros direitos das crianças e dos adolescentes em tratamento contra o câncer na instituição. “Durante o internamento, os pacientes são acompanhados por professores, para que não percam a conexão com suas escolas de origem e continuem avançando em seus estudos. Dezenas de iniciativas culturais também recheiam os corredores do Hospital com música, teatro, artes plásticas e muitas outras linguagens artísticas. Já os voluntários ficam responsáveis por garantir muitas brincadeiras, seja nos quartos, no ambulatório ou nas brinquedotecas espalhadas pela instituição. Estamos avançando nas práticas integrativas, com iniciativas como a musicoterapia, que beneficiam não só as crianças como também os familiares e as equipes”, realça.

Os pacientes e suas famílias recebem acompanhamento psicológico e suporte da equipe de serviço social, quando necessário. Os familiares também podem acompanhar a criança durante todo o internamento, recebendo apoio para uma permanência qualificada no Hospital por meio do Programa Família Participante.

Reconstrução e melhoria do Ambulatório de Oncologia, Hematologia e TMO

O local onde os pacientes faziam quimioterapia e consultas foi completamente destruído, no dia 31 de outubro, por uma explosão seguida de incêndio. Felizmente, nenhum paciente foi atingido, pois o incidente ocorreu antes do início do atendimento.

Para manter a assistência às crianças e aos adolescentes que fazem tratamento contínuo, a instituição preparou um espaço temporário para atendimento no 6.º andar do Hospital. Nenhum dos serviços foi paralisado em função do ocorrido e todos continuam com a mesma qualidade e eficiência.

Para manter esse local de assistência, bem como para reconstruir e melhorar o Ambulatório de Oncologia, Hematologia e Transplante de Medula Óssea, o Pequeno Príncipe promove campanha de captação de recursos da sociedade. A instituição estima que os danos causados pelas chamas sejam de, no mínimo, R$ 5 milhões.

Para doar, clique aqui e ajude o maior serviço de oncologia pediátrica do Paraná e um dos mais importantes e antigos do Brasil a continuar levando saúde e qualidade de vida para crianças e adolescentes.

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