Hotel ou pet sitter? Especialista destaca as características de cada modalidade e a atenção com as altas temperaturas
A Região Sul terá novos eventos de calor intenso nas próximas semanas. É que, de acordo com o Climatempo, o fenômeno El Niño deve atingir seu ponto máximo entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024 e, por isso, vai continuar influenciando fortemente o clima no Brasil. Em dias quentes, com temperaturas ligeiramente mais altas do que o normal, redobram-se as preocupações com os pets durante viagens de fim de ano e com os períodos de ausência dos tutores em razão das festividades típicas dessa época do ano.
O alerta é do médico-veterinário e diretor da Faculdades Qualittas, professor Francis Flosi, ao destacar cada uma das opções para manter a saúde do pet durante a ausência dos tutores. A principal recomendação é que a temperatura do ambiente permaneça confortável para o pet. “No caso dos hoteizinhos, é fundamental fazer uma visita antes, verificar se o ambiente é arejado e se o pet terá como se hidratar de maneira adequada”, recomenda. A separação dos animais por tamanho também é essencial, além das condições de muros e portões do local. “A higiene dos comedouros e bebedouros, assim como a rotina de desinfecção do ambiente também são critérios a serem considerados na escolha do local da hospedagem, especialmente com as ondas de calor”, afirma. “A qualidade da água é fundamental, pois algumas doenças são transmitidas pela água, como a giardíase, por exemplo. Além disso, com o calor excessivo o pet fica mais suscetível às infecções bacterianas e às gastroenterites”, completa.
Quando a opção foi um cuidador temporário, o chamado pet sitter, que ficará na casa do tutor, a recomendação é que o profissional seja orientado a verificar o conforto térmico do local de predileção do pet. Nos cães é mais fácil perceber os sinais de que o calor é prejudicial, pois eles ficam mais ofegantes e acabam procurando um local mais fresco, como pisos frios e sombras. Flosi orienta ainda que o pet sitter fique atento quanto à hidratação do animal. “Em meio às ondas de calor podem ocorrer quadros de hipertermia, que é o aumento da temperatura do corpo sem ser por febre”, afirma. O médico-veterinário lembra que o cuidador temporário é especialmente indicado para gatos, que são animais territorialistas e preferem ficar em seu próprio ambiente.
De acordo com o Climatempo, as áreas com maior possibilidade de ondas de calor na Região Sul serão a norte e oeste do Paraná e também o extremo oeste de Santa Catarina. Já no Rio Grande do Sul, os períodos mais quentes não devem ser prolongados. “Por isso, é importante planejar com antecedência e se informar sobre as melhores opções para cuidar do seu animal durante as viagens”, finaliza o médico-veterinário lembrando que esse período do ano registra um dos maiores índices de abandono de animais domésticos. De acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária, acredita-se que um dos principais motivos seja justamente as viagens familiares, quando o tutor não tem com quem deixar o animal ou não possui recursos financeiros para contratar um cuidador ou pagar um hotelzinho. Em 2020, a legislação de crimes ambientais foi atualizada, com a aprovação da Lei 14.064, conhecida como Lei Sansão, que aumentou a punição para pessoas que provocam maus-tratos a animais. Antes, a pena era de detenção de três meses a um ano e multa. Agora, a reclusão é de dois a cinco anos, com multa e proibição de o agressor ter a guarda de animais.