Em prédios, a vaga é sempre reduzida e, muitas vezes, um desafio para os motoristas. Mas em residências as garagens valorizam o projeto arquitetônico
Em prédios, as poucas escolhas que o morador pode fazer estão relacionadas ao número de vagas destinadas à cada apartamento ou a localização – isto quando o condomínio não realiza a rotatividade por meio de sorteios periódicos. Mas em residências esse contexto é totalmente diferente: o projeto permite construir a garagem de acordo com as demandas e alinhada ao estilo arquitetônico. “Consideramos que o espaço é muito além de uma estrutura anexa, mas sim que faz parte da casa”, afirma a arquiteta Vanessa Paiva, do escritório Paiva e Passarini Arquitetura.
Para sua sócia, a também arquiteta Cláudia Passarini, a garagem acompanha as referências do projeto, embora exista a oportunidade de atuar com elementos criativos. “Nessa integração, podemos anexar um elegante pergolado com cobertura para o acesso à residência”, exemplifica reforçando que a área não pode ser tratada como um “puxadinho”.
Projetando a garagem ideal
A dupla afirma que dimensionamento do ambiente não é determinado pela proporcionalidade com a edificação: o fator predominante está na compreensão do número de carros a serem estacionados, bem como as possíveis presenças de motos e bicicletas, entre outros condutores. Depois da definição da área, é hora de analisar o modelo de portas ou portões que, independentemente de qual forem, devem proporcionar o movimento de abrir e fechar sem dificuldades. “Esse detalhe coopera tanto para o ir e vir do morador, como na segurança”, orienta Vanessa.
Equilibrando estética e funcionalidade
Em condomínios residenciais, quando há um controle de entrada e saída de moradores e visitantes, é bastante comum a construção de garagens sem fechamento. Para tanto, as profissionais trabalham com o concreto na execução de lajes e pilares de sustentação ou mesmo as estruturas metálicas, que elas costumam adotar quando não há um pavimento adicional acima da garagem. “No entanto, o martelo é sempre batido com a finalidade do espaço”, delibera Cláudia.
No que diz respeito à altura, a orientação é trabalhar com uma projeção inferior ao pé-direito da casa como forma de conceder proteção aos veículos. Já em situações de aclive ou declive, quando o terreno está acima ou abaixo do nível da rua, respectivamente, a garagem subterrânea é uma possibilidade bastante explorada.
O que não pode ser desconsiderado no projeto
Após fechar o layout, o próximo passo é selecionar os materiais adequados com as características técnicas de resistência (inclusive às intempéries) e segurança dos pisos – a preferência é sempre pelos revestimentos indicados para alto tráfego e com textura antiderrapante para ajudar na tração do carro. Entre os demais materiais indicados pelas arquitetas estão as pedras naturais, concreto, epóxi ou porcelanato, entre outros.
Para reforçar a proteção aos motoristas, como também aos moradores que transitam pela casa, a instalação de sensores de proximidade é um cuidado valioso. E com o advento dos carros elétricos, atualmente as arquitetas estão incluindo pontos de energia para o abastecimento. “Ainda que muitos não tenham aderido ao veículo, acreditamos que em pouco tempo o cenário da mobilidade migrará para essas soluções mais sustentáveis”, finalizam Vanessa e Claudia.
Paiva e Passarini – Arquitetura
(17) 3235-2618