Decisão importante para o projeto, o arquiteto Bruno Moraes aborda os aspectos a serem considerados antes da compra
Na cozinha, as definições corretas dos elementos são extremamente importantes para que o ambiente seja considerado, de fato, o coração das residências. Detalhes como dimensões dos itens e acabamentos sempre figuram na lista, mas a escolha da cuba, muitas vezes, não é um tópico devidamente observado.
“Uma ou duas? Qual o material adequado?” Esses e outros tópicos corroboram para um dia a dia prático e bastante eficiente na rotina da casa. “Os materiais para arquitetura e construção evoluíram bastante e com as cubas o status não é diferente”, pontua o arquiteto Bruno Moraes, à frente do escritório BMA Studio. Veja os pontos abordados por ele na hora de especificá-las em seus projetos.
Ponto de partida
A escolha das dimensões é parte primária do planejamento. Para o profissional, deve-se fazer uma análise que abrange desde o tamanho da bancada, o uso pretendido para a peça e um estudo do mobiliário e eletrodomésticos que ocuparão o local. “As pretensões do morador com relação à cozinha são alinhadas nesse momento, pois não há necessidade de incluir uma cuba grande se o emprego no cotidiano do imóvel for pequeno. Com esse cuidado, podemos investir em elementos que realmente farão a diferença na dinâmica do cliente, como uma máquina de lava louça”, pondera o arquiteto.
Muitos modelos de cubas, atualmente, oferecem flexibilidade para atender os mais diferentes tamanhos de ambientes – tanto as pequenas, presentes em apartamentos compactos, até aquelas adotadas em cozinhas e áreas gourmets de imóveis espaçosos.
O arquiteto aborda outros aspectos correlacionados à combinação entre a cuba e a bancada:
– Alguns materiais de bancada, por não possuírem o mesmo acabamento entre a borda do tampo e o topo – como o caso da lâmina sinterizada –, podem não atender plenamente as expectativas visuais;
– Quando a borda do tampo, onde a cuba será instalada, apresenta um acabamento liso, mesma aparência do topo e bem acabado, Bruno Moraes tem a predileção pela opção de embutir;
– Cuba de sobrepor: A cuba de sobrepor resulta em uma elevação por conta da justaposição entre ela e bancada, revertendo em acúmulo de água e sujeira. Para tanto, o profissional indica o nivelamento da borda, este desbaste é realizado na marmoraria, como maneira de evitar problemas no futuro. Quando a borda da cuba de sobrepor fica nivelada com o nível do tampo de pedra, chamamos de flush;
– Cuba de embutir: no caso da cuba de embutir, ela é encaixada na parte inferior da bancada, não deixando visível a borda que está colada por baixo, enquanto a sobreposta tem sua sobressalência fixada por cima do tampo.
Quando optar por duas cubas?
Conforme explica o Bruno Moraes, a escolha entre a colocação de uma ou duas cubas depende de variados fatores, mas geralmente a decisão acontece em função da organização e a forma de utilização da cozinha. “No projeto do meu apartamento, combinei a cuba dupla com o triturador de alimentos e a calha úmida para receber as louças e talheres”, compartilha.
No geral, a presença de uma única cuba é suficiente nas cozinhas em que a simplicidade e economia de espaço são prioritárias. Por outro lado, os cômodos grandes e movimentados, especialmente em imóveis com família com muitos integrantes ou quando o morador gosta bastante de cozinhar, a dobradinha coopera na otimização do fluxo de trabalho.
Atenção aos materiais!
Os materiais utilizados nas cubas acompanham o avanço do design e da tecnologia, mas normalmente o arquiteto opta por trabalhar com itens de inox e porcelana – tanto pela durabilidade, quanto pela resistência às manchas e corrosão. Ainda sobre o inox, as versões 201, 304 e 430 são algumas opções de inox, onde cada uma tem a sua diferença de qualidade e custo. O arquiteto pode ajudar a avaliar qual faz sentido para o cliente no uso do dia a dia e quanto pretende investir com este item.
Já as cubas de porcelana são atraentes quando a ideia é alcançar uma essência mais provençal e retrô na cozinha. Entretanto, à medida que são duradouras e seguras contra manchas, também são pesadas e mais suscetíveis às quebras, comparadas às cubas de inox. “Sempre faço esses apontamentos para que o cliente tenha diante de si os prós e os contras de cada resolução tomada”, analisa o arquiteto.
Sobre o uso de materiais sustentáveis, ele reitera que o mercado de cubas apresenta mais soluções ligadas aos banheiros e lavabos. “O uso de inox não deixa de ser um material reciclável, se executado o descarte correto.” Modelos de cubas de concreto, materiais recicláveis, como sobras de vidros, entre outros materiais recicláveis, observamos em modelos para banheiros ou lavabos, dificilmente observamos soluções como estas para cubas de cozinha.
A acompanhante da cuba: torneira
As tendências em torno desses elementos essenciais refletem a expressão de estilos de vida e preferências estéticas. Acompanhe os detalhes compartilhados pelo arquiteto:
– Torneira de parede: o ponto de água fica na parede acima da bancada, que por sua vez é conectada diretamente neste ponto;
– Torneira de bancada: o ponto de água fica na parede abaixo da bancada.
– Outras opções: versões com água quente, fria e água com gás; sincronização direta com a Alexa ou Google Home; com ozônio para higienização e com sensor de aproximação, entre outras possibilidades.
Por fim, o profissional faz ressalvas sobre a compatibilidade da cuba com a bancada, a importância de uma perfeita vedação e nivelamento, além da escolha do material de fixação. Acompanhe:
– A vedação bem executada ao redor e abaixo da cuba, previne vazamentos e infiltrações;
– Seguir rigorosamente as instruções fornecidas pelo fabricante, haja visto que cada uma demanda requisitos específicos de instalação;
– Evitar impactos diretos ou força excessiva durante a instalação, impede o risco de rachaduras no material da peça.
Serviço:
(11) 2062-6423
@brunomoraesarquiteturastudio