Descubra a função das soleiras nos projetos de arquitetura

Na transição entre ambientes, o elemento desempenha a delimitação dos cômodos, ressalta a mudança entre revestimentos e indica a diferença de níveis no piso

Em seus projetos, a arquiteta Patricia Miranda costuma utilizar as soleiras de diferentes formas em seus projetos. Na área social desse projeto, ela aplicou o elemento para separar os espaços diferentes | Projeto Raízes Arquitetos | Foto: Edson Ferreira

Embora muitas vezes elas não sejam percebidas, as soleiras desempenham seu papel eficaz no acabamento dos pisos. Discretas, não apenas demarcam a transição entre ambientes, como também entregam uma integração harmoniosa de diferentes revestimentos instalados nos projetos.

A existência das soleiras contribui para ajudar na durabilidade do pavimento. “Geralmente, elas marcam presença nos vãos das portas, mas não é somente isso. Também as usamos quando a intenção é dividir um desnível ou integrar dois materiais de pisos distintos” explica a arquiteta Patricia Miranda, à frente do escritório Raízes Arquitetos. Ainda segundo ela, o item não é visto somente no chão: nas janelas, ela é conhecida como pingadeira e colocada para dar acabamento, aumentar durabilidade e evitar que a água da chuva escorra pela fachada.

Nas janelas, o elemento tem também a finalidade de arrematar o peitoril | Foto: Freepik

Quando a soleira é necessária?

Para a profissional, tem apenas algumas situações em que o item não é obrigatório, mas sim um adicional. Quando não há necessidade técnica. “Como arquiteta, dou preferência por manter a continuidade do piso também no formato da soleira”, explica.

Nesse projeto, a arquiteta Patricia Miranda instalou a soleira para diferenciar os níveis do piso entre o hall do elevador e a parte interna do apartamento | Projeto Raízes Arquitetos | Foto: Edson Ferreira

Embora não exista uma regra, Patricia relaciona que, por razões técnicas a soleira entra em cena para promover a divisão entre áreas secas e molhadas, encontradas na conexão entre sala e cozinha, corredores, dormitórios e banheiros, bem como para conter a água entre o box e o restante do banheiro. “Conforme o caso, empregamos o elemento na largura total do batente, ou entre 3 e 4 cm, medida equivalente às folhas das portas. Mas, na verdade, tudo é determinado pelas condições específicas que vejo in loco”, detalha. Se faz sentido que a soleira seja visível, fazê-la com a largura do batente é a melhor solução, porém quando não queremos mostrar a transição, a baguete, chamada assim por ser mais estreita, permanece oculta sob a porta fechada.

Materiais

É possível constituir as soleiras em diversas tonalidades, padrões e materiais como madeira, granito, quartzo e mármore. Contudo, na opinião da arquiteta, é mais vantajoso quando a soleira é confeccionada com o mesmo material utilizado no piso. Em banheiros com porcelanato, ela indica sua predileção pelo quartzo, sempre considerando uma cor mais próxima ao piso.

Na entrada desse apartamento, a arquiteta Patrícia Miranda trabalhou com o mesmo material do piso, resultando em uma soleira discreta | Projeto Raízes Arquitetos | Foto: Caca Bratke

Dimensões e cuidados especiais

Quando houver uma porta na posição da soleira, a profissional indica acompanhar a largura do batente ou da folha da porta para conferir um arremate visualmente satisfatório. Já no box do banheiro, essa medida fica em torno de 4 cm – adequada para receber o perfil do box, que será fixado sobre a baguete –, e quando a soleira atua apenas na separação de materiais, a largura pode variar a partir dos 4 cm.

No encontro com o box, a arquiteta Patricia Miranda salienta a necessidade da soleira | Projeto Raízes Arquitetos | Foto: Caca Bratke

A arquiteta Patricia Miranda enfatiza que entre áreas secas e molhadas é preciso um desnível entre os pisos para que a soleira coopere na retenção da água. “Essa é uma precaução para não estragar o piso do ambiente que não terá contato direto com a umidade”, reitera.

Instalação bem executada 

Iniciar o processo de colocação da soleira demanda, primeiramente, a obtenção das dimensões do espaço. Embora o assentamento seja tradicionalmente realizado com argamassa, a profissional aconselha que seja feita por um profissional capacitado. “Caso não, corre-se o risco da necessidade de ajustes posteriores que poderiam ser evitados”, argumenta.

Nessa cozinha executada pela arquiteta Patricia Miranda, a soleira também foi feita com o revestimento instalado no piso Projeto Raízes Arquitetos | Foto: Caca Bratke

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