Início Geral Casa e Imóveis Decoração resiliente: a arte de valorizar o antigo ao reaproveitar móveis

Decoração resiliente: a arte de valorizar o antigo ao reaproveitar móveis

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A arquiteta Marta Martins aproveitou os sofás dos moradores e apostou em almofadas. Já a mesa de centro nova deu um toque de modernidade sem “bigar” com o restante da decoração, inclusive com o móvel da TV, que apenas foi pintado | Foto: Thiago Travesso

Ao passar por uma reforma, a restauração dos móveis e outros itens do décor vai muito além da economia ao manter histórias e sentimentos e garantir originalidade ao projeto, como mostra a arquiteta Marta Martins

Neste projeto, a arquiteta Marta Martins criou uma moldura ainda maior nas obras do acervo pessoal da cliente ao instalar boiserie na parede, acrescentando uma leveza ao olhar enquanto preservou as mesinhas e o abajur em tons mais fortes. O pequeno sofá recebeu um novo estofado | Foto: Thiago Travesso

Na busca por ambientes personalizados e cheios de significado, a decisão entre aproveitar móveis existentes ou investir em novas peças é importante. Muitas vezes, essa escolha vai além do aspecto estético, envolvendo questões práticas e emocionais que devem ser esclarecidas durante a idealização do projeto a fim de encontrar o equilíbrio que resulte m espaços únicos e autênticos, como explica a arquiteta Marta Martins.

A frente do escritório que leva seu nome, ela parte do princípio da análise. Não somente do estado do móvel, se é possível ou interessante realizar uma restauração ou outra modificação na peça, mas também em como o item será trabalhado no resultado final. “É legal preservar, tentar encaixar uma peça que tenha um significado tão emocional para o cliente no projeto. Mas, em alguns casos, mesmo o lado sentimental, é interessante observar o acervo da obra porque você pode encontrar algum item bacana que vai fazer total sentido com a proposta do décor. Além de ser algo sustentável”, analisa Marta.

Mais além, manter itens da decoração antiga influencia diretamente no planejamento da obra. A preservação desses materiais serve como uma base na definição dos estilos a ser adotado, as paletas de cores, e até mesmo a disposição dos elementos decorativos.

Ferramenta de preservação

A reforma pode ser uma estratégia eficaz na preservação histórica das peças. Porém, o compromisso com bons fornecedores é essencial a fim de garantir que o móvel mantenha sua integridade e se alinhe perfeitamente ao novo contexto do projeto.

Seja uma mudança radical, preservando apenas a estrutura, ou mantendo o máximo possível da originalidade, reformar garante o reuso e faz com que haja uma identificação mais facilitada com o novo layout do ambiente.

Mantendo a imponência dos móveis, a arquiteta Marta Martins investiu na revitalização da dupla de poltronas e cômoda. Na parede, o espelho, do acervo da cliente, assim como o tapete, recebeu uma moldura boiserie que deu o charme necessário ao espaço | Foto: Thiago Travesso

Costura

Onde há tecido, há a possibilidade de repaginar. Se a intenção é fazer poucas intervenções, trocar o estofamento é uma ideia interessante já que existe a chance de utilizar um tecido mais moderno ou prezar pela originalidade. Tudo conforme a intenção do projeto e a vontade do morador.

A enorme mesa continuou exuberante na casa, passando apenas por uma restauração da madeira e troca nos estofamentos das cadeiras. O lustre também continuo no projeto assinado pela arquiteta Marta Martins, que agregou um novo tapete no espaço | Foto: Thiago Travesso

De olho nos revestimentos

Piso, azulejo e tantos outros revestimentos são colocados à prova na hora da reforma. Trocar? Manter o atual? Há até quem encontre tacos de madeira por baixo de carpetes ou pisos laminados, o que permite trazer esse taco para o novo projeto depois de lixar e tratar o material. “Dá para manter o aspecto natural como também é possível pintar, clarear ou escurecer. Existem muitas técnicas para explorar!”, explica a profissional.

No lavabo, o piso foi mantido enquanto todo o restante sofreu alterações, desde o papel de parede até a nova pia esculpida. Já o banheiro ganhou um gabinete novo e os metais das torneiras foram alterados, mas o tampo e as pias seguiram os mesmos | Fotos: Thiago Travesso

Harmonia

No fim, a ideia é procurar o equilíbrio entre as peças e os materiais conforme o estilo adotado. Maximalista, minimalista, clássico, vintage. É como um quebra-cabeça em constante movimento, sempre procurando resultar em um cenário interessante, pronto para mesclar as histórias passadas com as presentes e as futuras.

A arquiteta Marta Martins aproveitou os sofás dos moradores e apostou em almofadas. Já a mesa de centro nova deu um toque de modernidade sem “bigar” com o restante da decoração, inclusive com o móvel da TV, que apenas foi pintado | Foto: Thiago Travesso

@martamartinsarquiteta

Site: www.martamartins.com.br

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