Dores e desconfortos “comuns” podem esconder uma doença grave que atinge mulheres com idade entre 20 e 50 anos

Enxaqueca, intestino irritado, constipação são mais comuns do que se imagina, mas a recorrência desses sintomas pode indicar a presença de Fibromialgia

Dores e desconfortos "comuns" podem esconder uma doença grave que atinge mulheres com idade entre 20 e 50 anos
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Uma enxaqueca que insiste em não desaparecer, desconforto intestinal constante, sintomas de diarreia ou constipação, dores e desconfortos que vão e vem. Tratados muitas vezes como “comuns” ou manifestações de enfermidades de menor complexidade e mais familiares ao cotidiano comum da população, dores crônicas, desconfortos gastrointestinais e formigamentos podem indicar uma doença grave, a Fibromialgia. Com predominância em mulheres (de cada grupo de 10 pacientes, de sete a nove são mulheres) a Fibromialgia é uma patologia que de forma resumida causa defeito na interpretação da dor pelo cérebro. Com isso, o simples fato de mover um braço ou simplesmente tocar em algo se torna dor.

A Fibromialgia confunde o paciente com sintomas comuns em outras doenças. Essa “maquiagem” torna-se um obstáculo para o diagnóstico precoce, por exemplo. A Fibromialgia, em alguns casos é confundida com artrite reumatoide, por exemplo. A médica reumatologista do Pilar Hospital, Roberta Zawadzki Bueno, explica que apenas exames específicos são capazes de identificar a patologia com exatidão. “O diagnóstico da fibromialgia, ele é clínico, então esse paciente deve procurar o médico reumatologista para que, em uma consulta, a gente consiga fazer todo o questionamento, uma boa anamnésia e um bom exame físico, para que a gente consiga fazer um diagnóstico diferencial também para esse quadro de dor crônica generalizada que o paciente vem manifestando”, explicou a especialista.

Com maior incidência entre as mulheres com idade entre 20 e 50 anos, a Fibromialgia não tem relação com questões hormonais, já que a predominância em pacientes do sexo mostra que a doença se manifesta antes e depois da menopausa. Estima-se que no Brasil, 3% da população seja afetada pela Fibromialgia e a ciência, a medicina entende, a partir de estudos e pesquisas, que a doença pode ter fundo emocional ou acontece por natureza física. Ou seja, ela pode ser genética em alguns casos, enquanto em outros se manifesta a partir de um gatilho emocional como um luto, trauma, forte estresse. “A fibromialgia é uma síndrome clínica caracterizada por dor musculoesquelética generalizada, ou seja, pelo corpo inteiro. A sua origem não é totalmente elucidada, porém sabemos que ocorre uma sensibilização lá no sistema nervoso central. Então tudo começa quando o paciente tem um gatilho de dor. Por exemplo, pode ser uma dor localizada como uma artrose, uma artrose no joelho, um trauma psíquico, um trauma físico, um trauma que às vezes ocorreu lá na infância, que levou esse indivíduo a ter uma sensibilização à dor, que é principalmente representada por dor muscular, e essa dor vai se perpetuando ao longo do tempo, se tornando uma dor crônica”, esclareceu a reumatologista do Pilar Hospital.

Tratamento

Segundo a especialista, o tratamento da fibromialgia é realizado com medicamentos e de outras medidas não medicamentosas. As pessoas que desenvolvem a fibromialgia obrigatoriamente devem praticar alguma modalidade de atividade física. Em geral o paciente tem a liberdade de escolher aquela na qual se ajusta melhor.

Sintomas mais comuns da Fibromialgia

Dor difusa por todo o corpo;

Cansaço;

Sono não reparador;

Problemas de memória e concentração;

Ansiedade;

Formigamentos/dormências;

Depressão;

Dores de cabeça;

Tontura;

Alterações intestinais.

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