Imersões promovidas pelo LIDE na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes abriram caminhos para as empresas paranaenses que querem operar com o Oriente Médio
“O Oriente Médio é um mercado aberto para oportunidades de negócios com as empresas paranaense em importantes áreas da economia, como energia limpa, infraestrutura, agronegócios e tecnologia”. A afirmação é da empresária Heloísa Garrett, presidente do LIDE Paraná, que participou da agenda de relacionamento organizada pelo LIDE na Arábia Saudita e Emirados Árabes, entre os dias 3 a 8 de março. “Levantamos muitas oportunidades de negócios, investimentos e estratégias de cooperação com um dos maiores mercados consumidores do mundo. Precisamos, agora, aproveitar as portas que foram abertas”, destaca.
Várias empresas que possuem operações e negócios no Paraná participaram dessa agenda internacional, como BRF, Electra, ODC, Raízen, CCR, Bando Master, Dasa, Ambipar, Hapvida NotreDame Intermédica, Tânia Bulhões e The Way Group. Esta foi a terceira imersão de negócios no mercado árabe que o LIDE Paraná. “Estar nessas missões é importante para trocar contatos, abrir caminhos e mapear novas oportunidades de cooperação. Muitos empresários paranaenses querem fazer negócios com o Oriente Médio, mas têm dificuldades de chegar sozinhos nesse mercado. Iniciar essa prospecção em uma agenda oficial organizada, junto com outros empresários, tem outro peso. Nessas missões somos recebidos pelas autoridades e investidores locais de forma mais receptiva”, explica Garrett.
Para o ex-presidente Michel Temer, que participou das conferências, o LIDE está desenvolvendo um papel importante na agenda diplomática do Brasil. “Ao levar empresários brasileiros e representantes dos Estados para imersões e aproximações de negócio em diferentes potências econômicas mundiais, o LIDE traz universalidade para o desenvolvimento das relações internacionais”, afirmou.
O secretário-adjunto do Ministério da Economia dos Emirados Árabes Unidos, Juma Al Kait, ressaltou que “a aliança entre Brasil e os Emirados Árabes Unidos está entrando em uma nova fase animadora”. Ele se referiu ao ingresso do país no BRICs e ao convite brasileiro para participar do G20. “Podemos explorar mais possibilidades para essa parceria mútua de nossas economias. Isso mostra grande oportunidade para o setor privado. O Brasil é um hub estratégico e um ponto de acesso para a América do Sul. Acreditamos que podemos apoiar mais formas de comércio entre nós”, adiantou.
Nos últimos anos, o crescimento dos Emirados Árabes atraiu grande parte da economia global. Além da riqueza dos “emitatis”, como são denominados os povos locais, resultado da abundância financeira vinda do petróleo, hoje, Dubai e Abu Dhabi concentram fundos e investidores de todo o mundo.
Além das agendas de conteúdo bilaterais, os empresários brasileiros, liderados pelo co-chairman e fundador do LIDE, João Doria Junior, participaram da reunião com os principais fundos de investimentos. Em Riyadh, na Árabia Saudita, foram recebidos pelo PIF – Fundo Soberano da Arábia Saudita, considerado o fundo mais ativo do mundo, e pelo MISA – Ministério de Investimentos da Arábia Saudita, que apresentou o Programa Visão 2030, que tem como objetivo abrir o país para o mercado global. Nos Emirados Árabes, a agenda foi com o Mubadala, em Abu Dhabi, um dos maiores fundos soberanos do mundo, com U$ 280 bilhões em ativos.
Agronegócio
Com a Arábia Saudita importando 86% dos alimentos que consome e os Emirados Árabes Unidos com menos de 4% do seu território apto à agricultura, a segurança alimentar foi um dos pontos altos da agenda bilateral e uma grande oportunidade de mercado para o Paraná, que tem grande parte da sua economia ancorada no agronegócio.
Para Saleh Lootah, presidente da UAE Food and Beverage, o potencial do Brasil está na capacidade de produção alimentícia e no seu papel de auxiliar na resolução dos desafios da segurança alimentar da região do Golfo. “Acredito que o Brasil tem um grande potencial para se tornar o grande jogador no setor de alimentos”, comentou, fazendo alusão ao futebol. Segundo o executivo, o país tem os elementos necessários para esse protagonismo.
“O Brasil tem o papel de ajudar o mundo a lutar contra os desafios de segurança alimentar e gostaria de ver uma abordagem mais agressiva com parceiros. A segurança alimentar é um problema para nós. Quando fomos atingidos pela pandemia, foi um desafio, pois parte da região importa alimentos. Isso mostra como temos a necessidade de encontrar soluções para esse problema”, explicou.
O papel do agronegócio brasileiro no processo do desafio de segurança alimentar foi destacado pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, que enfatizou a evolução brasileira em uma tecnologia tropical sustentável. “O Brasil, nos anos 70, importava 30% dos alimentos que consumia. Hoje, exportamos para 200 países, alimentando mais de 800 milhões de pessoas em todo o planeta. Isso deve-se, basicamente, à tecnologia”, afirmou.
Fortaleza bilateral
O chairman do LIDE Emirados, Mohamed Al Rais, disse que a aliança entre Brasil e Emirados sempre foi de muito respeito. “Nós estamos aqui como arquitetos do futuro, desenhando uma nova era de parceria e prosperidade. O setor produtivo de ambos os países está trabalhando para desenvolver a cooperação sustentável diariamente”.
Representantes do LIDE Emirados e do UAEIIC (Conselho Internacional de Investidores dos Emirados Árabes Unidos), assinaram o memorando de entendimento (MOU) a fim de unir esforços para impulsionar o desenvolvimento de investimentos nos dois países.