Frio é responsável por aumentar as doenças cardiovasculares em 30%
O calor e o frio já não têm uma hora certa para chegar. Com as mudanças climáticas no mundo, a população se surpreende com a grande variação de temperatura ao longo do ano, algumas vezes, até ao longo do dia. O contraste repentino entre as altas e baixas dos termômetros pode causar diversos danos ao corpo, principalmente em pacientes com doenças crônicas cardíacas e pulmonares.
A variação inesperada de temperatura faz com que o corpo precise manter órgãos vitais funcionando, aumentando o gasto energético deixando-o mais vulnerável. As baixas temperaturas favorecem a disseminação de vírus e bactérias, as pessoas ficam mais confinadas e isso gera um aumento de doenças respiratórias como gripe, rinite, sinusite e pneumonias. Quando a umidade do ar está baixa, ocorre ressecamento das vias aéreas, favorecendo ainda mais o aparecimento de descompensações respiratórias, principalmente nas crianças e em portadores de doenças pulmonares crônicas.
Além dos danos às vias aéreas, o frio é o responsável por aumentar as doenças cardiovasculares em 30%. Segundo a Dra. Cristina Milagre, Cardiologista e Médica do esporte do Hcor, em temperaturas mais baixas, ocorre a vasoconstrição (estreitamento do diâmetro das artérias), que pode prejudicar o fluxo sanguíneo adequado de oxigênio ao coração. “Esse desequilíbrio pode levar a quadros de angina do peito e até infarto do miocárdio”, afirma. Isso acontece porque o coração precisa trabalhar mais para manter a temperatura interna do corpo em equilíbrio.
De acordo com a Associação Americana do Coração, os quadros de arritmias, infartos e Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) são os mais comuns no frio. “A pressão arterial tende a ser mais alta no frio por causa da vasoconstrição e isso já acende uma luz de alerta. Pessoas portadoras de hipertensão arterial, insuficiência cardíaca (coração fraco e/ou dilatado), angina e aquelas que já sofreram infarto devem ficar ainda mais atentas e fazer o acompanhamento de maneira regular”, completa a Dra. Cristina.
Além disso, qualquer sintoma como dor no peito, formigamento no braço, falta de ar, palpitação e sudorese, o paciente deve ser levado diretamente ao pronto-socorro. Pesquisadores da London School descobriram que, em dias de inverno rigoroso, cada grau a menos de temperatura tem relação direta com 200 casos de infarto a mais.
Para que o corpo não sofra tanto com as mudanças de temperatura, é necessário adotar algumas medidas de proteção, como usar roupas do estilo cebola (roupas em camada) que podem ser retiradas e colocadas facilmente a depender do clima durante o dia. Além disso, é sempre importante manter uma rotina saudável, o uso regular das medicações, os exames de rotina em dia, assim como as consultas regulares com o cardiologista responsável. @fleishman.com.br