Seletividade alimentar pode afetar o desenvolvimento das crianças

A alimentação é responsável por fornecer ao indivíduo os nutrientes necessários para a realização diária de suas atividades e, também, previne doenças. Mas muitas vezes a seletividade alimentar se apresenta como um fator preocupante, principalmente, quando a pessoa limita de uma forma incomum a variedade de alimentos que come.

A preferência por determinados alimentos pode se tornar um problema e afetar o desenvolvimento dos pequenos e as capacidades sociais, mas a situação exige mais atenção dos pais quando as crianças têm o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). A depender da carência e deficiência nutritiva alguns quadros podem se agravar, ainda mais se estiverem associados a problemas de mastigação e deglutição.

Estima-se que em todo o mundo cerca de 1 em cada 100 crianças tenham TEA. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa estimativa representa um valor médio, e a prevalência relatada varia substancialmente entre os estudos. Os estudos apontam que é uma característica comum dentro do espectro.

O importante é buscar alternativas e a assistência correta para minimizar essa seletividade, entendendo o que acontece com cada criança. Na equipe multidisciplinar que atende as crianças com TEA a presença do fonoaudiólogo contribui para iniciar um novo processo alimentar.

A seletividade alimentar pode estar ligada a problemas organizacionais ou sensoriais e as condições de saúde que podem levar a uma seletividade das refeições, incluem: refluxo gastroesofágico, alergias e/ou intolerâncias a alguns ingredientes, constipação crônica e alterações no paladar devido ao uso de alguma substância.

Mas o importante é o tratamento adequado, a partir do entendimento de onde vem essa seletividade para indicar diferentes propostas de intervenção.

A fonoaudióloga Ana Paula Pacheco de Carvalho Abib, do Conselho Regional de Fonoaudiologia (CREFONO3), especializada no atendimento alimentar de bebês, explica que a seletividade alimentar muitas vezes está associada à dificuldade de cada um, mas a análise de cada quadro vai indicar as melhores alternativas de tratamento. Existem diversas técnicas para aumentar o repertório alimentar.

“A reabilitação das funções relacionadas à alimentação leva em consideração todo o quadro da criança, analisando possíveis disfunções ou desconforto com ou sem motivo aparente. O fonoaudiólogo tem o conhecimento necessário para introduzir os melhores processos visando melhorar esses quadros”, explica a fonoaudióloga.

Para as crianças as consequências podem ser paralisadas, ou mesmo diminuídas, com o acompanhamento adequado: “o acompanhamento desde o início da infância é essencial para descobrir de forma precoce se a criança apresenta algum problema patológico ou uma disfunção que leve à seletividade” reforça a especialista.

Novas opções alimentares e exercícios adequados a cada caso contribuem para a melhora do processo mantendo a saúde com a ingestão dos nutrientes necessários. A fonoaudiologia vai trabalhar no acolhimento das questões relacionadas à dificuldade com a alimentação e vai atuar junto ao paciente e a família para o desenvolvimento de uma nova relação social com os alimentos.

SOBRE O CREFONO3

O Conselho Regional de Fonoaudiologia – 3ª Região (CREFONO3), atuante no Paraná e em Santa Catarina, constitui, em conjunto com o Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), uma autarquia federal. É responsável por zelar pelo cumprimento das leis, normas e atos que norteiam o exercício da fonoaudiologia, a fim de proteger a integridade moral da profissão, dos profissionais e dos usuários diretos.
Ao zelar pelo exercício regular da profissão, o CREFONO3 protege o fonoaudiólogo daqueles que exercem inadequadamente ou ilegalmente a profissão, além de proporcionar melhores condições para que a população tenha um atendimento adequado ao consultar o profissional.

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