Como intermediador das discussões para identificar, resolver e prevenir problemas e gerar melhorias em toda cadeia da saúde, o Instituto instigou que as irregularidades apresentadas no evento sejam comunicadas ao IES, para serem discutidas com os players envolvidos e órgãos de controle
O tema ética foi abordado do início ao fim do ‘Fórum ABRAIDI 2024 – Panorama da distribuição de dispositivos médicos no Brasil’, realizado no Complexo do Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo, no dia 24 de abril. Apoiador do evento, o Instituto Ética Saúde foi representado pela presidente do Conselho de Administração, Candida Bollis, pela vice-presidente do Conselho, Patrícia Braile, e pelo diretor executivo, Filipe Venturini Signorelli.
O presidente da Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde apresentou os dados do Anuário ABRAIDI, que revelou aumento expressivo de retenções de faturamento, glosas e inadimplência, por planos de saúde e hospitais, no último ano. Sérgio Rocha fez duras críticas à diversas práticas questionáveis que estão acontecendo no dia a dia, como o aumento de prazos de pagamentos de forma unilateral; imposição de valores de produtos; imposição de uso de materiais de fornecedores específicos em cirurgias; restrição de tecnologias limitando o acesso do paciente e a escolha da melhor técnica cirúrgica; obrigatoriedade de pacientes fazerem cirurgias com profissionais determinados pelos hospitais ou planos de saúde.
Filipe Signorelli pediu a palavra e destacou que é possível encaminhar as temáticas citadas ou qualquer outra existente que afete o cenário ético, moral e normativo para serem discutidas nas agências reguladoras por meio do IES, no Ministério Público ou qualquer outra agência estatal que o tema seja afeto, como o CADE, por exemplo. “Precisamos dos depoimentos de vocês. Entrem em contato comigo ou façam de forma anônima em nosso Canal de Denúncias. Nós estamos aqui para defender todos os elos da cadeia, por meio do diálogo, dos nossos acordos de cooperação técnica e outras formas institucionais possíveis. O nosso papel principal é ser o intermediador das discussões para identificar, resolver e prevenir problemas e gerar melhorias. Em potencial, a discussão aqui hoje se dá em defesa e proteção dos interesses do distribuidor e fornecedor. Traga os problemas para sermos a voz e podermos lutar com vocês e por vocês, e assim estendemos a todos os segmentos. Tenham o Instituto Ética Saúde como um ‘amigo’ que briga pela sustentabilidade real do setor da saúde”, conclamou.
No painel sobre sustentabilidade, Candida Bollis falou sobre ter assumido, recentemente, a presidência do Instituto Ética Saúde. “Foi uma decisão difícil, mas eu sempre briguei por isso e acredito na causa. Agora precisamos de ajuda de todo o mercado para que denúncias sejam feitas em nosso Canal para enxergarmos onde estão os problemas mais graves e assim chegaremos nos caminhos. O complicado é se tiver algum segmento que não esteja disposto a sentar e buscar soluções comuns”, disse.
O presidente da ABRAIDI, encerrou o evento lembrando de quatro pilares fundamentais para uma mudança, de fato, do cenário atual na saúde: “Ética, transparência, vontade de mudar e tomada de decisões. Se posicionem!”, concluiu Sérgio Rocha.