Câncer de próstata: a importância da prevenção

O câncer de próstata continua a assustar os homens acima de 50 anos, pois mesmo com campanhas educativas frequentes sobre a importância da prevenção, como o Novembro Azul, a doença é a segunda mais comum entre eles, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Por outro lado, todas as pessoas nessa faixa etária conhecem amigos ou parentes com este tipo de câncer, o que é muito preocupante.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer de próstata corresponde a 13,5% de todos os cânceres no mundo. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do câncer (INCA) foram identificados 71.730 mil casos da doença.
O oncologista clínico Antônio Orlando Scalabrini Neto, de Belo Horizonte/MG, membro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e da Sociedade Europeia de Oncologia Clínica (ESMO), explica que “como o próprio nome diz, o câncer de próstata se desenvolve no órgão genito-urinário masculino, denominado próstata. A palavra câncer sempre é usada para uma condição maligna. Quando o tumor da próstata é benigno, ele é denominado adenoma”,
Na opinião dele, o crescimento da doença, “se deve, principalmente, ao aumento da perspectiva de vida, o estilo de vida ocidental – caracterizado por uma dieta altamente calórica, rica em produtos industrializados e pobre em alimentos in natura, e, também, ao sedentarismo”.
A faixa predominante de pacientes com câncer de próstata é de 70 anos. Entretanto, “homens mais jovens são acometidos pela doença, de forma mais agressiva, tendo, geralmente, um prognóstico pior que os mais idosos”, destaca o especialista, ao afirmar que a causa ainda não é bem compreendida pela medicina”.
Mortalidade- Embora não existam dados confiáveis sobre a mortalidade no Brasil, “sabemos que nos Estados Unidos ela caiu de 39 para 19 casos em cada grupo de 100 mil pessoas. Vários fatores são responsáveis pela redução e um deles é o diagnóstico precoce e os tratamentos atuais altamente eficazes”, observa o oncologista.
Causas – Os fatores que causam o câncer de próstata são extremamente complexos e em nível intracelular, “mas podemos considerar como fatores de risco para câncer de próstata a idade, a raça, a história familiar, dieta, consumo de álcool e tabagismo e atividade física”, destaca Dr. Orlando, lembrando também que há evidências indiretas também de que depressão, ansiedade e o estresse estejam ligados a uma infinidade de doenças, dentre elas ao câncer de próstata. Portanto, é importante destacar que é preciso buscar sempre ter um corpo e uma mente saudáveis.
Sintomas – Conforme ele explica, nos estágios iniciais, geralmente não há sintomas, ou quando há, são discretos, como dificuldade para urinar, dor no início ou no fim da micção e jato urinário fino, dentre outros. “Nos casos mais avançados, pode haver dor intensa, retenção urinária e sangramento. Nos casos crônicos, dores ósseas, emagrecimento e sangue nas fezes”. O diagnóstico é feito através de exame clínico (toque retal) e de exames de laboratório, mas a confirmação só com a biópsia.
Quando procurar o médico – A Sociedade Brasileira de Urologia – SBU, recomenda procurar o profissional de saúde a partir dos 50 anos. O urologista avaliará a necessidade de toque retal e dosagem sérica de PSA. Esta recomendação é a mesma da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, que orienta reduzir ou ampliar a pesquisa de acordo com o risco do paciente.
Prevenção – De acordo com o Dr. Antônio Orlando, existem hoje programas de inteligência artificial que, baseados na idade, dosagem sérica de PSA e exame clínico, estimam o risco de desenvolver câncer de próstata. Até o momento, não há comprovação que alguma coisa pode ser feita para eliminar ou prevenir o aparecimento do câncer de próstata. Daí, a importância de todo homem procurar o médico especialista após os 50 anos, para um diagnóstico precoce, ou sempre que houver dúvidas.
Tratamento – “Assim como outros tumores devem ser tratados por uma equipe multidisciplinar, o câncer de próstata também. Nesse caso, formada por urologista, oncologista e radio oncologista. Dependendo do caso, o paciente precisará de tratamento único ou de combinação entre eles.”
Avanços – O tratamento do câncer de próstata é um dos que mais avançou nos últimos 15 anos. “Hoje, dispomos de ferramentas importantes, como a cirurgia robótica, bem como a radioterapia em 3 dimensões, e a radiocirurgia, além de quimioterapias altamente eficazes, feitas em casa e com o mínimo de toxicidade”, ressalta o oncologista clínico, ao alertar que “cada caso é único. Somente o médico tem condições de identificar qual a melhor opção para cada um. Assim, nunca buscar informações na internet e nem se automedicar”.

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