Com programação variada, destacando temáticas como diversidade, a cultura amazônica e o fomento aos negócios culturais, edição alcança sucesso de público e de crítica
Um Festival nacional para o mundo. É assim que se consagra, mais uma vez, o Festival de Curitiba que encerra a 32ª edição superando expectativas de quem passou pelas mais de 300 atrações, seja nos 50 espaços reservados para o evento ou naquelas espalhadas pela capital paranaense durante os catorze dias de duração (de 25 de março a 07 de abril). Cidades da região metropolitana como Araucária, Campo Largo, São José dos Pinhais, Campina Grande do Sul e Pinhais também foram contempladas com atividades.
Uma estimativa inicial indica que cerca de 200 mil pessoas passaram pelas mostras e demais ações do Festival, seja por meio da compra de ingressos, pelo sistema ‘Pague o Quanto Vale’ ou nas mais de 100 atrações gratuitas programadas, dentre espetáculos, cursos, oficinas, palestras, lançamento de livros e muito mais. A maioria das sessões lotadas e com ingressos esgotados desde a abertura da bilheteria.
O Festival recebeu espetáculos oriundos de cinco regiões do Brasil e a participação de companhias de teatro da Argentina, Peru, Chile e Bolívia. Um dos destaques foi o ‘Eixo Amazônico’, que literalmente norteou o trabalho da curadoria quanto à escolha das obras da edição, selecionadas por representar a cultura popular, temáticas referentes ao bioma e os povos originários.
“Nosso país possui um repertório lindo, poderoso, em suas mais distintas expressões artísticas”, diz Fabíula Passini, diretora do Festival de Curitiba. Ela também comenta a importância de fazer esse intercâmbio da cultura nacional. “É extremamente enriquecedor, porque essas manifestações também são nossas. E poder trazer essas referências para o Festival é fantástico, nos orgulha demais”, destaca.
Também dentre as novidades de 2024 estiveram a Mostra Surda de Teatro e a Temporada de Musicais. A primeira reforça o caráter inclusivo do evento “Festival Para Todos”, que apresentou sete obras com surdos como protagonistas e cerca de 30% dos espectadores eram pessoas não surdas. Dentre os musicais, a chegada dos bois de Parintins arrebatou o público local com os ritmos populares daquela região do Amazonas. Essa foi a primeira vez que trouxeram o show “Caprichoso e Garantido – O Duelo da Amazônia” para o Sul do país.
A programação do Temporadas Musicais também reverenciou um dos maiores comunicadores brasileiros com o espetáculo “Silvio Santos Vem Aí” e as performances biográficas do astro “Ney Matogrosso – Homem com H” e da inigualável Carmen Miranda – “Carmen, a Grande e Pequena Notável”.
O Risorama, mostra de humor em formato stand up comedy, completa 20 anos em 2024 e teve casa lotada nas oito sessões apresentadas durante a edição.
Leandro Knopfholz, diretor do Festival de Curitiba, comenta os resultados da edição. Ele afirma que o evento continua relevante para as pessoas, os artistas e as instituições. “Mais uma vez o Festival foi para todos: envolvemos a sociedade, entendemos o momento atual, trouxemos tendências, entramos no cotidiano e nas conversas da cidade. Chegar a 32 edições com esse vigor, força e jovialidade, acredito que é um diferencial”, comemora.
Fomentando a economia criativa
Seguindo a dinâmica das edições anteriores, também há grande movimentação direta e indireta na economia da cidade. Aproximadamente, dois mil trabalhadores da cultura foram beneficiados com a contratação para trabalhar na edição, seja de maneira direta ou indireta nas atividades/ áreas que ele mobiliza.
Pelo 2º ano consecutivo foi realizada a Rodada de Conexões, uma iniciativa em parceria com o Sebrae/PR e que promove o encontro entre curadores, programadores de salas de teatro e de festivais de todo o Brasil, companhias de teatro independentes e artistas presentes no Fringe. Durante dois dias o encontro promoveu 480 oportunidades de negócios para companhias de teatro, o agendamento de mais de 50% de reuniões futuras entre os participantes e a expectativa real de gerar faturamento de 10 a 11 milhões de reais em novos negócios da cultura.
De forma inédita no Festival de Curitiba, o Interlocuções recebeu representantes do Ministério da Cultura e da Coordenação de Patrocínio Cultural da Petrobrás para apresentar detalhes do Programa Petrobras Cultural – Novos Eixos, lançado recentemente. A ideia foi dar a oportunidade dos mais de 120 presentes no encontro compreenderem as indicações do edital e tirarem suas dúvidas, estimulando assim a participação de mais iniciativas culturais no processo.
32º Festival de Curitiba em números:
– Público de cerca de 200 mil pessoas;
– + de 300 atrações;
– + de 100 atrações gratuitas;
– + de 50 espaços/locais da cidade
– + de 55 atrações no sistema Pague Quanto Vale (Fringe);
– + de 20 toneladas de cenários e equipamentos de luz e som;
– + 2 mil empregos diretos;
– + de 1800 trabalhadores da cultura entre artistas, técnicos e produção;
– + de 20 musicais (05 na Mostra Lucia Camargo; 04 na Temporada de Musicais; 02 na Guritiba e 10 no Fringe);
– Participação de espetáculos vindos das cinco regiões do Brasil e de 12 estados (AL, DF, MT, PR, SP, MG, MA, RS, ES, SC, AC, RJ);
– Participação de companhias de quatro países: Argentina, Peru, Chile e Bolívia;
– Programação de espetáculos em cinco cidades metropolitanas: Araucária, Campo Largo, São José dos Pinhais, Campina Grande do Sul e Pinhais.
Mostra Lucia Camargo
– 22 espetáculos;
– 03 estreias nacionais;
– 48 sessões com ingressos esgotados;
– 05 sessões extras;
Fringe
– 285 atrações;
– 39 espetáculos de rua;
– 32 espaços diversos no circuito independente – de grandes teatros a estúdios de companhias locais;
Guritiba
– 12 instituições sociais atendidas pelo Guritiba
– 3.500 mil espectadores no Guritiba