Em “Samba sem Amor”, a cantora e compositora NATASHA mescla o tradicional com o contemporâneo, trazendo a dramaticidade lírica e melódica do samba em arranjo carregado de sintetizadores e batuques. Ela é uma dos novos talentos que farão parte do EP “deuZONAS – vozes ferozes” que busca visibilidade para mulheres e corpos dissidentes na MPB.
Ouça “Samba sem Amor”: https://tratore.ffm.to/sambasemamor
Nascida na Lapa, berço da boemia carioca, NATASHA foi criada por pais artistas e amantes do samba. Herdou do avô Waldir de Oliveira, o violão e as referências do choro, vindas de seu irmão, João Thomaz de Oliveira, que foi baterista do grupo Os Oito Batutas. Desde a infância escrevendo poesias até o estudo da canção popular na adolescência, ele é idealizadora da Roda, Tristeza! coletivo de mulheres que performa em rodas de samba pela cidade do Rio de Janeiro. O single de estreia é produzido por Angélica Duarte, que fez a curadoria do EP.
“Essa música reflete as dores de existir em um corpo (e mente) fora dos padrões e a dificuldade de vivenciar o amor em todas as suas formas, de se conectar com o outro. A expressão através da música surge como ponte entre meu coração e o das pessoas, possibilitando encontros que nunca achei possíveis, sendo o principal deles comigo mesma”, conta ela.
Além de NATASHA, estarão presentes diferentes personalidades e perspectivas. Na já lançada “Emocionada”, Bibi Bog faz uma MPB pop lo-fi sobre o amor entre duas mulheres e suas complexidades. AnarkoTrans faz um rap afiado que aponta o dedo na cara do homem cis hétero na urgente “Farpa Feminina”. Mulher preta e travesti, ela transmite suas vivências políticas através da música em eventos culturais pelo Brasil. Por fim, Jessica Assis canta sobre a vida e a coragem. Ela apresenta “Vim Sozinha”, um indie-folk carregado de sentimentos.
Ouça “Emocionada”: https://tratore.ffm.to/bibibog
Para Angélica Duarte, o objetivo do EP é dar protagonismo à diversidade, promovendo mulheres que buscam um pontapé inicial na carreira. “Minha vontade era me desafiar a produzir canções diferentes e entrar em contato com novas vozes, novas sonoridades”, ela conta. “Com isso, bolei uma chamada pública a fim de dar oportunidade a novos talentos, privilegiando artistas promissoras que nunca haviam tido a oportunidade de lançar um fonograma. Durante um curto período de inscrição tive respostas suficientes e selecionei quatro gêneros distintos para produzir, de quatro mulheres talentosíssimas que tem muito o que dizer em suas canções autorais”.
“Samba sem amor” está disponível em todas as plataformas de streaming.