No Brasil, onde arranjos familiares diversificados são uma realidade constante, as mães enfrentam o desafio da dupla jornada, equilibrando suas responsabilidades profissionais com o cuidado dos filhos. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria dos lares brasileiros é chefiada por mulheres, muitas delas mães solo, o que amplifica a importância de compreendermos como as relações de trabalho podem impactar suas vidas.
Estudos recentes revelam um panorama marcante: mais de 48% dos lares brasileiros, atualmente, têm mulheres como chefes de família, representando uma significativa elevação em relação aos 25% registrados em 1995. Esse número ganha ainda mais destaque quando direcionamos o olhar para os 20,65 milhões de lares de baixa renda no país, nos quais 81,6% são liderados por mulheres, colocando as mesmas como principais responsáveis pelo sustento da casa e dos filhos. Paralelo a isso, o segundo maior arranjo familiar do país é de mães solo.
Há ainda uma outra realidade comum: ao se tornarem mães, as mulheres tendem a ser mais produtivas no ambiente de trabalho. A maternidade traz uma mistura de desafios, ao mesmo tempo que agrega as chamadas soft skills para as mulheres. Surpreendentemente, a maternidade também pode impulsionar a carreira delas, quando existe uma rede de apoio estruturada – tanto pública, como privada e empresarial – conforme revelado por um estudo do Federal Reserve Bank of St Louis. A pesquisa, que acompanhou 10 mil mulheres ao longo de 30 anos, descobriu que as mães, especialmente aquelas com dois ou mais filhos, superaram seus colegas sem filhos em produtividade no trabalho.
Este paradoxo é muitas vezes atribuído à necessidade de gerenciar o tempo de forma mais eficiente, uma vez que cada minuto se torna valioso entre as tarefas domésticas e o trabalho remunerado. Outras análises mostram que a maternidade, muitas vezes, leva as mulheres a se tornarem mais focadas e eficientes em suas atividades laborais.
No entanto, a estrutura tradicional de trabalho nem sempre se adequa às demandas das mães que fazem dupla jornada. Contratos flexíveis, como o serviço remoto ou híbrido, tornam-se essenciais para permitir que essas mulheres conciliem suas cargas familiares com as carreiras profissionais.
Um exemplo inspirador é o da desenvolvedora sergipana Gilmara Ramalho dos Santos Oliveira, mãe de Gabriele. Ela é colaboradora da Jotatei, empresa responsável pelo software frotacontrol, e encontrou a solução por meio do trabalho remoto, muito antes desse modelo se tornar popular, ainda em 2010. Em entrevista, Gilmara compartilhou sua experiência: “Eu trabalhava no escritório de forma presencial e tentava fazer as duas funções, não queria abandonar o profissionalismo e queria também curtir a maternidade. Foi então que João [Baptista] me ofereceu a oportunidade de trabalhar remotamente. Eu fui a primeira na empresa a ter essa chance. Foi muito bom para mim, pois pude estar mais presente em casa com minha filha e, ao mesmo tempo, cuidar da minha profissão”.
A flexibilidade oferecida pelo trabalho remoto permite que as mães enfrentem imprevistos familiares com mais facilidade, como quando os filhos ficam doentes. Isso não apenas proporciona um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, mas também contribui para uma maior satisfação e produtividade no trabalho. Iniciativas como essa colaboram para que as mulheres possam gerir melhor suas múltiplas funções.
“Na época do presencial, tentei conciliar as duas funções. Para nós, é uma escolha difícil, tentar abraçar ambas as coisas e conciliá-las. Foi durante o período em que minha filha era pequena que passei a trabalhar remotamente e foi ótimo para mim, pois pude estar mais presente em casa com ela. Não precisei abandonar minha carreira, o que foi muito importante para mim. Foi um projeto que deu certo e depois foi estendido para outras pessoas. Hoje, toda a empresa trabalha em home office”, lembra Gilmara.
Avanços necessários para profissionais e mães
Ainda assim, é fundamental destacar a importância da equidade de gênero tanto no ambiente profissional quanto na política de cuidados. Mudanças legislativas são necessárias para apoiar as mães que enfrentam a dupla jornada, como a ampliação da licença paternidade, garantias de que as mulheres não serão demitidas ao retornar da licença maternidade e a implementação de licenças para cuidado de menores em situações como doença ou adaptação escolar.
A flexibilidade de horários, adaptando jornadas reduzidas ou completas aos tempos de creche e escola, por exemplo, são outro elemento que pode beneficiar famílias e sociedade. Vale lembrar que cada dólar investido na primeira infância ajuda a retornar sete dólares na vida adulta desse indivíduo, que será um cidadão mais saudável, com educação garantida para uma carreira profissional, entre outros aspectos.
Investir na equidade de gênero não só beneficia as mulheres e suas famílias, mas também contribui para uma sociedade mais justa e igualitária. A valorização do trabalho materno e o reconhecimento das necessidades das mães que fazem dupla jornada são passos essenciais para promover um ambiente de trabalho mais inclusivo e empático, alinhado ainda com as melhores práticas de governança do ESG.
“Como mãe e mulher da área de tecnologia, eu valorizo muito a oportunidade que recebi de trabalhar no sistema home office. Estou na empresa há muito tempo e aprecio muito essa oportunidade inclusiva. Isso me permite conciliar a maternidade, estar presente na vida da minha filha e trabalhar ao mesmo tempo”, conclui.
Sobre o frotacontrol:
O frotacontrol é a solução definitiva para quem busca total controle sobre sua frota, independentemente do porte ou tipo de veículo. Como o sistema mais abrangente para gestão de frotas e negócios, o software oferece todos os módulos necessários para o gerenciamento eficiente de veículos, condutores e infrações, de forma rápida e intuitiva. Desde 2013, o frotacontrol faz parte dos aplicativos desenvolvidos pela Sprintmind na plataforma Salesforce™ e está disponível na loja AppExchange.
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