Segundo a Academia Brasileira de Rinologia, mais de 20% dos brasileiros sofrem de desvio de septo, uma condição em que a parede entre as narinas está deslocada lateralmente, dificultando a respiração. Procedimento de rinoplastia, um dos top 10 realizados no Brasil, cresce em 30% em clínica especializada neste ano.
A rinoplastia, tradicionalmente conhecida por suas vantagens estéticas, é atualmente a sétima cirurgia mais realizada no Brasil, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps). A novidade é que ela está se destacando também para tratamentos de saúde, principalmente dos distúrbios relacionados à respiração e à qualidade do sono. Somente no Brasil, mais de 20% da população sofre com desvio de septo, de acordo com dados da Academia Brasileira de Rinologia. Para os pacientes com distúrbios funcionais e insatisfação com a aparência do nariz, indica-se a rinosseptoplastia, cirurgia que associa o quesito estético ao funcional.
Por definição, rinosseptoplatia é a cirurgia destinada a corrigir os desvios septais e as desarmonias do nariz, mas ela pode ir além: não é raro associar a ela as cirurgias de tratamento de sinusites ou dos distúrbios do sono.
Para a doutora Hégena Costa, especialista em cirurgias de face, membro da International Federations of Facial Plastic Surgery Societies e diretora da Clínica da Face, a rinoplastia há algum tempo deixou de ser apenas um procedimento estético. “Além de melhorar a autoestima e a qualidade de vida das pessoas, o procedimento é um grande aliado no tratamento de problemas obstrutivos respiratórios. O desvio de septo é um problema comum na população. O septo é uma estrutura composta por cartilagem e osso que separa uma narina da outra e, no caso do desvio, essa estrutura se desalinha. A correção também pode ser indicada para tratar roncos originados pelo nariz, uma condição recorrente que causa prejuízos ao sono e à saúde geral”, destaca.
“A rinoplastia é um dos procedimentos mais procurados na nossa clínica e teve um crescimento de mais de 30% em 2024, comparado ao ano passado. Dos pacientes que atendo para esta cirurgia, pelo menos 40% fazem para tratar algum problema respiratório”, ressalta a doutora Hégena Costa.
A professora Fernanda de Assis Araújo, de 48 anos, é um exemplo. Ela procurou a doutora Hégena Costa em 2022 para tratar um desvio de septo no lado esquerdo. “Meu nariz entupia muito devido a esse problema, pois obstruia quase tudo. Esteticamente, eu também não gostava da parte superior. Hoje, a qualidade de vida é outra. Respiro melhor, durmo melhor, meu nariz raramente fica entupido. Definitivamente me sinto mais confortável”, destaca.
Pós-operatório
A recuperação de uma cirurgia plástica nasal costuma ser tranquila e rápida. O paciente precisa usar um curativo externo por cerca de uma semana e tomar medicações por via oral e nasal. Depois, pode retornar às suas atividades habituais após um período relativamente curto. A média é de sete dias para voltar ao trabalho e de três semanas para realizar atividades físicas.