Mercado brasileiro de dispositivos médicos e diagnóstico in-vitro cresceu 57,9%, nos últimos cinco anos

Complexidade da cadeia logística global foi destaque da MedTech Forum 2024, em Viena, com a participação da ABIIS

O comércio de dispositivos médicos cresceu em média 7,23%, nos últimos 20 anos, atingindo a marca de US$ 488,256 bilhões, em 2020. Aumentou também a participação global, de 190 para 230 países, tornando a estrutura e logística cada vez mais complexas. Os dados foram apresentados pelo presidente do Conselho de Administração da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), Carlos Eduardo Gouvêa, na reunião do GMTA – Global Medical Technology Alliance, durante o MedTech Forum 2024, maior evento da área de tecnologia médica na Europa, que aconteceu em Viena, na Áustria, entre os dias 22 e 24 de maio. Estiveram presentes executivos da indústria de dispositivos médicos e diagnóstico, autoridades e reguladores do mundo todo.

O estudo, encomendado pela ABIIS e elaborado pela Websetorial, mostra que o mercado brasileiro de dispositivos médicos e diagnóstico in-vitro cresceu 57,9% entre 2018 e 2023, o que significa 11,6% ao ano. “O mercado de tecnologia médica no Brasil está estimado em US$ 15,4 bilhões, dos quais 43,5% são produtos importados”, revelou Gouvêa.

Com base na taxa de câmbio Paridade de Poder de Compra (PPC) R$/US$ de 2023, o mercado brasileiro de dispositivos médicos representa 2,5% do cenário mundial. “Existem mais de 1.618 empresas industriais de tecnologia médica no Brasil e outras 13.456 empresas operam na distribuição de produtos no setor. São mais de 84 mil empregos diretos e 330 mil pessoas trabalhando em atividades relacionadas ao comércio e serviços”, complementou o presidente da Aliança.

Carlos Eduardo Gouvêa moderou uma das principais Mesas Redondas da MedTech, com o tema ‘Tendências de localização na indústria de dispositivos médicos’ e levou os dados para ajudar na definição de uma posição coletiva a respeito da questão do “localization”, como é conhecida a discussão sobre a mudança dos locais de produção atuais, centralizados, para opções de produção local ou regional: o que recomendamos, o que faz sentido no setor. “Foi uma oportunidade para mostrar o que está ocorrendo em diversos países, como África do Sul, Brasil, da região Ásia Pacífico, com as perspectivas de governo, indústria e associações. O debate levantou os desafios enfrentados nos diferentes pontos do planeta, devido à ruptura logística por conta da pandemia, guerras e inúmeros outros motivos e a importância de encontrar o caminho certo para promover o aumento de acesso e não criar mais dificuldades em cadeias de valor já tão complexas”, conta o executivo.

O presidente da ABIIS apresentou também atualizações sobre as mudanças tributárias (reforma tributária em andamento e questões ligadas a PIS/COFINS e imposto de importação, por conta da reclassificação dos NCMs na área de diagnóstico), na reunião do GMTA, entidade que reúne as principais organizações representativas de dispositivos médicos, inclusive diagnóstico.

Outros assuntos abordados no evento foram: nomenclatura; acordo de preparo para lidar com pandemias (“Pandemic Preparedness”); lista de diagnósticos essenciais; Resolução de 2023 da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre Diagnósticos; questões regulatórias; sustentabilidade do setor/ESG; disrupções na cadeia logística; GenAI (Inteligência Artificial Generativa); P&D&I (pesquisa, desenvolvimento e inovação); e os principais desafios do setor.

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