Pesquisa inédita mapeia áreas disponíveis para pesca no Paraná

Metodologia colaborativa aponta pontos saturados e locais com maior viabilidade econômica; estado é líder nacional na produção e exportação de pescado

O Paraná é líder na produção e exportação de pescado no Brasil, destacando-se especialmente na criação de tilápia. Só no ano passado, o estado contribuiu com 209 mil toneladas das 579 mil toneladas produzidas nacionalmente dessa espécie. Como forma de incrementar ainda mais a aquicultura do estado, a Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (UMIPI) do Oeste Paranaense conduziu uma pesquisa abrangente. Os resultados revelam que 58% do território estadual apresenta potencial para o cultivo de peixes, com 47% dessas áreas sendo consideradas ideais ou com condições ambientais e socioeconômicas toleráveis para a prática da piscicultura.

Segundo a geógrafa e analista de Geoprocessamento da Embrapa Pesca e Aquicultura, Marta Ummus, o ordenamento territorial realizado com a pesquisa permite o uso racional dos recursos naturais, reduzindo os riscos climáticos. “O principal insumo do estudo são os viveiros escavados no estado, para os quais utilizamos imagens de satélite de média e alta resolução”, explica Marta. “A pesquisa também consultou produtores, pesquisadores, assistentes técnicos e consultores para identificar as variáveis ambientais, sociais e de infraestrutura que influenciam a localização das propriedades agrícolas”, complementa.

“Devemos considerar o relevo, a temperatura, a disponibilidade e a qualidade hídrica do solo, além da proximidade às cidades, institutos de pesquisa, unidades de abastecimento, fornecedores de produtos, redes elétricas e internet para avaliar a viabilidade da área para o cultivo de peixes”, detalha o pesquisador do Biopark Educação e da Unioeste, Bruno Aparecido da Silva.  Ele é o responsável pelo estudo da UMIPI, resultado da cooperação entre Embrapa, Biopark, Biopark Educação e Fundação Araucária, focado em atender às demandas e explorar oportunidades de pesquisa na região Oeste do Paraná em diversas cadeias produtivas.

Pesquisa colaborativa

A metodologia utilizada é inovadora, já que incorpora o levantamento dos dados e geração de informações a partir do feedback da cadeia produtiva, considerada a maior especializada no assunto. “Os resultados demonstram a eficiência da metodologia, que pode ser replicada em outros estados, confirmando que a aquicultura se desenvolve melhor nas regiões identificadas como ideais para esse tipo de cultivo”, frisa Marta.

“Nosso objetivo aqui é conduzir pesquisas de forma colaborativa, unindo as especialidades dos parceiros envolvidos para atender às demandas específicas de pesquisa do Oeste do Paraná e em todo o estado”, ressalta a gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Biopark Educação, Carolina Trombini. “Com foco no desenvolvimento regional, buscamos impulsionar avanços na produção de proteína animal, fundamentais para a sustentabilidade e o progresso econômico da região”, ressalta Carolina.

“Esse projeto visa fornecer diretrizes cruciais para o avanço e futuro da piscicultura no Paraná. Ao identificar as variáveis essenciais para o desenvolvimento da atividade e as áreas geográficas com potencial para expansão, estamos delineando o caminho para o crescimento de um setor fundamental para o estado”, finaliza.

Sobre o Biopark

O Biopark está localizado em Toledo, região Oeste do Paraná, em uma área de mais 5 milhões de m². Com o foco no desenvolvimento regional por meio da educação, da pesquisa e da geração de negócios, o Biopark já conta com mais de duas mil pessoas circulando diariamente em seu território. Atualmente, mais de 180 empresas já atuam no local, gerando empregos e progresso. Três instituições federais de ensino estão instaladas no Biopark, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e o Instituto Federal do Paraná (IFPR). Em 30 anos, o Biopark deve receber mais de 500 empresas, ofertar 30 mil postos de trabalho e ter população de 75 mil moradores.

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