Para atender à alta demanda por aluguéis, a capital paranaense precisaria aumentar em cerca de 30% a quantidade de imóveis disponíveis para locação.
A falta de imóveis disponíveis para locação tem colocado em alerta o mercado imobiliário. Embora seja uma conjuntura nacional, os reflexos da carência de imóveis já são visíveis há algum tempo. Curitiba, por exemplo, já se configura entre as principais capitais brasileiras com o maior déficit de imóveis para o mercado de aluguéis.
Para se ter uma ideia, hoje, para conseguir atender totalmente à alta demanda por aluguéis na capital paranaense, seria necessário aumentar em aproximadamente 30% a quantidade de imóveis disponíveis para este mercado.
De acordo com Fernando Prates, CEO da Casa Prates Imóveis, uma das principais imobiliárias de Curitiba, o cenário – de certa forma preocupante – não chega a estar polarizado, ou seja, todas as imobiliárias têm sentido a escassez de imóveis para oferecer ao mercado.
“Ao contrário do que se imagina, imóveis residenciais que possuem dois e até três quartos são os que mais faltam no mercado e, correlatamente, os que mais vêm sendo buscados para locação em Curitiba”, afirma o especialista.
Normalmente, esse tipo de imóvel é solicitado, na grande maioria das vezes, por famílias que escolhem a capital paranaense como a nova cidade para residir. Segundo Fernando Prates, isso tem ocorrido cada vez mais e por motivos distintos.
“Executivos de multinacionais que passam a trabalhar em unidades localizadas em Curitiba e região metropolitana, além de profissionais liberais como médicos, funcionários públicos e outros têm sido o perfil mais comum de pessoas que procuram por esse estilo de residência”, ressalta Fernando.
Contudo, a procura por imóveis de dois e três quartos em Curitiba se intensificou, ainda mais, durante o segundo trimestre deste ano, quando diversas famílias do Rio Grande do Sul optaram por fazer de Curitiba sua nova morada, depois das fortes enchentes que inundaram o estado gaúcho. A estimativa, para Fernando, é que a demanda por locação de imóveis na capital paranaense tenha aumentado em cerca de 20%.
“Isso, inclusive, colaborou para que a velocidade de locação de imóveis com estas características aumentasse para uma média abaixo de 30 dias, mas que poderia ser ainda mais rápido, dependendo dos atrativos oferecidos”, afirma.
Ainda segundo ele, nos últimos anos, houve um crescimento na quantidade de lançamentos imobiliários. No entanto, a maioria dos empreendimentos apresentou unidades com apenas um quarto, os tradicionais estúdios. “Esse déficit evidencia que o mercado de aluguel não se resume apenas a estúdios, mas também inclui moradias direcionadas a famílias compostas por três e até quatro pessoas”, diz.
Demanda aquecida abre portas para investidores
Fernando reforça, ainda, que a procura contínua por imóveis para locação, aliada à constante valorização patrimonial [em Curitiba, segundo o Índice FIPE/Zap, essa valorização chegou a 10,13% nos primeiros seis meses de 2024, sendo a paranaense com o maior aumento dentre as 16 capitais monitoradas no estudo], são fatores determinantes que abrem portas valiosas para novos investidores.
“O investimento imobiliário é considerado um dos mais seguros atualmente, com uma valorização significativa do patrimônio, além da possibilidade de uma rentabilidade a curto, médio e longo prazo”, finaliza.